ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Climatização das Instalações - Parte 2

POR RAFAELA CARARETO POLYCARPO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/03/2013

5 MIN DE LEITURA

6
3
Neste artigo continuaremos a abordar sobre as técnicas para manter conforto térmico em free-stalls. Serão apresentados agora aspectos práticos e teóricos sobre o uso dos aspersores.

Aspersão

Um aspecto importante a ser ressaltado sobre a aspersão é que ela não tem a finalidade de resfriar o ar. Através dela gotas largas de água são utilizadas para molhar o pelo e a pele das vacas e, com isso, o animal se resfria devido à evaporação da água, trocando calor de forma mais eficiente do que no processo de sudorese.

A aspersão, quando associada à ventilação natural ou forçada, aumenta a eficiência do resfriamento, pois acelera o processo de evaporação e evita que a pulverização das gotas ocorra em um só local, molhando também o piso e a cama dos animais.

Segundo estudos de Chastain & Turner, vacas submetidas à ventilação associada à aspersão em local sombreado possuem menor estresse calórico, havendo um aumentando de 7,8% no consumo de alimento, 12% na produção de leite e, além disso, ainda reduzem de 0,2ºC a 0,5ºC na temperatura retal e 29% na taxa respiratória.

Como utilizar

Para o controle do sistema de resfriamento, pode ser usado um termostato com um ajuste de tempo, que ativa o sistema quando a temperatura chega a 25,6ºC. Quando se usa a ventilação, esta é continuamente empregada mesmo abaixo dessa temperatura. Outra forma de aplicação deste artifício é através de um timer, o qual é ativado de forma intermitente, com períodos de aspersão de 1 min a 3 min, quando a umidade do ar está baixa, seguidos de 4,5 min a 15 min de parada no sistema (CHASTAIN & TURNER, 1994). Entretanto, estudos realizados posteriormente revelam que estratégias distintas de intermitência devem ser adotadas para diferentes níveis de estresse térmico. Além disso, há uma importante consideração a ser feita em relação aos custos. O fato é que este sistema de resfriamento utiliza entre 215 a 456 litros de água/dia/vaca para manter um conforto eficiente, e o uso da água aumenta em 84% o custo do sistema. Portanto, deve-se priorizar o intervalo com a menor taxa de aplicação de água, a fim de evitar desperdícios e preservar esse recurso natural.

A seguir, seguem algumas recomendações desses pesquisadores quanto à utilização do sistema de resfriamento:

• A velocidade do ar promovida pelos ventiladores deve variar de 1 m/s a 2,2 m/s, dependendo da direção do fluxo de ar.
• O sombreamento proporciona a obtenção do máximo benefício do resfriamento evaporativo direto, reduzindo o gasto de água do sistema em 26%.
• O sistema não é recomendado para a redução da temperatura durante a noite. Para essas horas, apenas a ventilação é suficiente, proporcionando uma redução no uso diário de água.
• A duração do tempo do ciclo do resfriamento depende da umidade relativa, das condições de umidade da pelagem dos animais e da carga radiante total incidente no animal.

Alguns pesquisadores enfatizam que os aspersores devem possuir um raio de ação de 180º, estar situados a uma distância de 2,5m entre si. Adicionalmente, eles devem ser posicionados a uma altura de 3 m a 4 m do solo e inclinados cerca de 20º a 30º para baixo, facilitando assim a circulação de ar no dorso dos animais. O sistema pode ser ligado automaticamente, quando a temperatura atinge valores acima de 27ºC.

Resultado de pesquisa interessante

Perissinotto e colaboradores em 2006, realizaram um estudo com vacas de leite, produzindo em média 20kg leite/dia - no terço médio de lactação - , com peso aproximado de 650kg e mantidas em free-stall comercial, para avaliar a preferência desses animais quanto aos sistemas de aspersão ou nebulização. Os animais foram divididos em dois grupos de 10 animais cada, sendo que para o tratamento 1 (T1), os animais foram mantidos em sistema com ventilação forçada e aspersão e para o tratamento 2 (T2), os animais foram submeticos em condições de ventilação forçada e nebulização (Tabela 1).


Nas condições ambientais resultantes do T1 os animais mostraram preferência para ficar parados na área da alimentação (tanto para comer e /ou apenas em pé), quando comparado ao T2. Esse aumento no tempo em pé, junto à área de alimentação, pode aumentar a incidência de problemas de casco, desta forma, vale ressaltar que a climatização no free-stall deve focar também a área das camas, para estimular os animais a permanecerem deitados a maior parte do tempo em que não estiverem consumindo alimento.

Refrigeração da sala de espera

Para finalizar este artigo ressalto a importância de se ter em mãos alguma estratégia para a sala de espera para a ordenha, visto que este é um ambiente com alto potencial para gerar estresse térmico, pois:

• Apresentam alta densidade animal, 1,5 m2/animal;
• Geralmente com ventilação ineficiente e
• Elevada produção de calor e umidade.

Se considerarmos que as vacas permanecem de 15 a 60 minutos, 2 ou 3 X por dia, na sala de espera, o estresse causado neste período pode resultar em uma queda de consumo de alimentos. Logo, alguns cuidados devem ser tomados no momento da construção de salas de espera, como tipo e inclinação de telhado, altura dos beirais, do pé direito e ainda uso de sistemas de resfriamento. Alguns estudos, como o de Huber(1990), mostram que salas de espera com sistemas de resfriamento repercutiram em aumento no tempo em que as vacas ficaram no cocho logo após a saída da ordenha. No Arizona, vacas que permaneciam em sala de espera provida com sistema de resfriamento (ventilação e aspersão), tiveram aumento na produção de 0,79 kg/d, em regime de 2 ordenhas diárias e em Israel, com 5 ordenhas diárias, o resfriamento na sala de espera resultou em aumento de 2,5 kg de leite/d.

Referências Bibliográficas

CHASTAIN, J. P.; TURNER, L. W. Practical results of a model of direct evaporative cooling of dairy cows. In: INTERNATIONAL DAIRY HOUSING CONFERENCE, 3, Orlando, 1994. Proceedings… Orlando: ASAE, 1994. p.337-352.
PERISSINOTTO, M. ; MOURA, D. J. ; MATARAZZO, S. V.; Mendes, A. S. ; NAAS, I. A. . Behavior of Dairy Cows Housed in Environmentally Controlled Freestall. Agricultural Engineering International:the CIGR Ejournal., v. VIII, p. 1-11, 2006.
HUBER, J. T. Alimentação de vacas de alta produção sob condições de estresse térmico. In: SIMPÓSIO SOBRE BOVINOCULTURA LEITEIRA. Piracicaba: FEALQ., 1990. p.33-48. 41
SANTOS, F. A. P; CARARETO, R. P.; PACHECO JÚNIOR, A. J. D. Conforto de Bovinos Leiteiros em Sistemas Intensivos De Produção. 6º Simpósio de Gado de leite – Fealq.
 

RAFAELA CARARETO POLYCARPO

Profa. Dra. Universidade de Brasília - UnB

6

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

WISNER CASTILHO

TATUÍ - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/09/2013

Bom dia Profa.

Muito bom artigo.

Qual seria a metragem ideal de um curral de espera em qualquer sistema de produção?

HELENA NOGUEIRA FROTA

VARGINHA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/03/2013

O sistema de resfriamento na sala de espera deve possuir o mesmo padrão descrito para resfriar o free-Stall? Obrigada.
MURILO ROMULO CARVALHO

PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 19/03/2013

Saudações, professora. Primeiramente, parabéns pela bela abordagem do assunto; sem dúvida, é de grande valia falarmos sobre climatização das instalações, principalmente em locais mais quentes.

Por outro lado, creio que faltou ser ressaltado um certo aspecto do trabalho, o qual li na íntegra. O fato dos animais passarem mais tempo se alimentando, bebendo água e ruminando não resulta em melhores índices de produtividade? De fato, é essencial que as vacas fiquem o mais tempo possível deitadas; por outro lado, creio que mais importante ainda seja elas terem uma ingestão de matéria seca e de água suficientes para que sejam produtivas - e, principalmente, atinjam o máximo de sua produção. A diferença do tempo comendo entre os dois tratamentos foi muito gritante (quase o dobro), então não seria mais justificável se ter um sistema de aspersão, visto que esse menor tempo em pé "é compensado" pelo maior tempo comendo? Economicamente, não seria mais interessante a climatização por aspersão?



Att,

Murilo
ATALIBA F AGUILAR

RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAPRINOS DE CORTE

EM 08/03/2013

por favor, lendo esta reportagem ela informa que em Israel, se faz 5 ordenhas por dia, teria como postar um artigo sobre este procedimento,seria bom para conhecermos o sistema,obg
FABRÍCIO DOMINGUES

RIO VERDE - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/03/2013

Realmente a queda na temperatura ambiente para animais, em qualquer fase ou estagio produtivo, principamlemte aqui onde moramos, goiás, trás grandes beneficios em ganhos de peso em recria e aumento na produção , mas principalmente quando se fala em reprodução de vacas acima de 7/8 holandesas com produções acima de 25 kg de leite.

O trabalho só reforça , mais uma vez que devemos nos preocupar com bem estar animal.
RUDIMAR TOMAZINI

PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/03/2013

gostei do artigo; tenho free-stall e conforto termico é muito importante

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures