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A estação do ano e o estresse térmico influenciam a CCS dos rebanhos leiteiros?

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 14/09/2001

3 MIN DE LEITURA

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A maioria dos técnicos e produtores que iniciam o controle sistemático da mastite nos rebanhos leiteiros, através da implantação de medidas preventivas, tem conhecimento de causa e experiência para dizer que a ocorrência de mastite sofre influência direta da estação do ano. Isto pode ser verificado pela ocorrência de casos clínicos e de mastite subclínica estar, normalmente, aumentada nos meses mais quentes do ano.

Partindo-se desta constatação, alguns técnicos chegam a colocar que, no caso específico da mastite subclínica, a causa primária para o aumento da contagem de células somáticas (CCS) nos rebanhos seja o estresse térmico em si e não o aumento do número de novas infecções intramamárias. Este é um dos argumentos utilizados para a dificuldade de abaixar a CCS nos meses de verão, pois, nos meses mais quentes, a causa da CCS elevada seria as condições climáticas.

Para quantificarmos melhor esta questão, admite-se pela maioria dos pesquisadores e técnicos que, quando a CCS atinge valores acima de 300.000 cél./ml, pode-se considerar o animal com mastite subclínica, enquanto que valores abaixo de 200.000 cél./ml, indicariam que a glândula mamária está normal.

Para esclarecer esta dúvida e avaliar o impacto da estação do ano e do estresse térmico sobre a CCS, pesquisadores da Universidade da Flórida e do Kentucky desenvolveram um estudo entre junho de 1999 e setembro de 2000. Foram avaliadas mensalmente, durante este período, a ocorrência de infecções intramamárias através da coleta de amostras para exames microbiológicos (para identificar se havia ou não um agente causador de mastite) e pela CCS. Paralelamente, foram monitoradas as condições climáticas como: temperatura ambiente (medição da temperatura de bulbo seco) e umidade relativa para determinação do índice de estresse térmico a que os animais foram submetidos durante as várias estações do ano.

Os resultados do estudo foram interessantes, pois quantificam e trazem respostas paras as dúvidas que levantamos. Os quartos de animais não infectados (sem isolamento de microrganismo no exame microbiológico) apresentaram uma CCS média de 29.000 cél./ml, enquanto que os quartos infectados por algum agente, apresentaram a CCS média de 213.000 cél.ml. Outro fato importante é que, neste estudo, a grande maioria dos agentes isolados era composta pelos estafilococos coagulase-negativa, que apresentam a característica de elevar pouco a CCS, enquanto que para quartos infectados por outros agentes, como o Staphylococcus aureus, a CCS média atingiu 680.000 cél./ml.

No entanto, o resultado mais significativo é que não foi encontrada relação entre a CCS e o índice de estresse térmico durante o período do estudo. Isto pôde ser comprovado pela baixa CCS média dos quartos não infectados, durante todo o período, com variação pequena de 21.000 a 35.000 cél./ml indicando claramente que, para os quartos sem a presença de um agente causador de mastite, a CCS é baixa e que, se ocorre aumento da CCS em determinadas épocas do ano, como no verão, isto se deve ao aumento do número de infecções existentes no rebanho, e não em virtude das condições ambientais em si.

Os resultados do estudo apontam que, nos quartos não infectados, ocorrem variações mínimas na CCS ao longo do ano, inclusive nos período mais quentes. As condições ambientais, como temperatura elevada e umidade relativa alta, apresentam impacto direto reduzido, sobre a CCS de quartos não infectados. O que podemos destacar é que as condições ambientais aumentam os fatores de risco para a ocorrência de novas infecções, as quais são a causa principal da elevação da CCS. Em condições de estresse térmico, ocorre maior exposição do teto aos agentes causadores de mastite (maior proliferação dos microrganismos devido à alta umidade e temperatura) e, concomitantemente, verifica-se uma redução da capacidade de resistência da vaca. Esta resistência diminuída, do sistema imune da vaca, pode ser ocasionada pela menor ingestão de nutrientes, como selênio (Se) e vitamina E, os quais são importantes para a defesa do animal.

Desta forma, para superar o maior desafio a que os animais estão submetidos durante o verão, é necessária a adaptação das práticas tradicionais de controle de mastite, e adicionalmente, a aplicação de um programa nutricional diferenciado e melhoria do conforto na área de permanência dos animais.

Fonte: Broaddus et al, 2001 (Encontro Anual American Dairy Science Association, Indianápolis, EUA, 2001)

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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