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Como fazer com que seus funcionários sejam mais competentes

POR CLÍNICA DO LEITE

CLÍNICA DO LEITE/AGRO+LEAN

EM 08/10/2015

5 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 08/06/2021

No artigo anterior (O maior diferencial competitivo das fazendas produtoras de leite de sucesso) colocamos que as pessoas são o maior diferencial competitivo das empresas. É preciso, no entanto, garantir que as mesmas tenham o comportamento adequado para que o negócio atinja os objetivos desejados.
 
Para tanto, foi mostrado um modelo que explica o comportamento das pessoas. Começamos o estudo do modelo discutindo motivação, ou mais especificamente os fatores desmotivadores dos funcionários de fazendas produtoras de leite. Além da motivação, outro fator importante no modelo é a competêcia, que será discutida nesse artigo. 
 
A COMPETÊNCIA é a capacidade de realizar coisas, de tornar ideias em resultados. Uma pessoa competente reúne 3 características: ATITUDE, HABILIDADE E CONHECIMENTO.

A ATITUDE de uma pessoa tem muito a ver com sua personalidade que, por sua vez, foi moldada ao longo dos anos pelas experiências vividas no seio familiar e externo, incluindo escola, ambiente profissional, etc.
 
A atitude é o que a pessoa pensa sobre as coisas da vida e está muito relacionada com os valores da pessoa, ou seja, com o que ela valoriza para sua vida pessoal e profissional. Para cada tipo de emprego existe uma ou mais características da personalidade da pessoa que a tornam mais apta ao trabalho em questão. Por exemplo, para um ordenhador é importante que ele seja paciêncioso, meticuloso. Já para um gerente, deve ser criativo, aberto, responsável.

As atitudes são expressas através do comportamento da pessoa no dia-a-dia. Algumas vezes é preciso conviver com a pessoa por um tempo para que as atitudes sejam reveladas. Normalmente não se consegue modificar a personalidade de uma pessoa, a não ser às custas de muito esforço e tempo, o que, numa fazenda produtora de leite, não se tem.
 
Assim, deve-se contratar a pessoa com a atitude certa para o trabalho e não tentar mudá-la através de treinamento ou benefícios. Como mencionado, muitas vezes somente se conhece a atitude de uma pessoa depois de certo tempo de convivência – por isso, após a contratação da pessoa, deve-se acompanhá-la na rotina e, se o comportamento exteriorizado não for o almejado, deve-se despedir a pessoa o quanto antes.
 
Outra característica das pessoas competentes é a HABILIDADE. A habilidade diz respeito ao “jeito de fazer as coisas”. Existem pessoas mais hábeis para determinadas tarefas do que outras. Um ordenhador, por exemplo, deve possuir habilidade para manejar animais, deve conhecê-los, identificar o que pensam, do que gostam e do que não gostam, o que os amedrontam e os que os deixam felizes. Uma pessoa com estas habilidades é capaz de “extrair” mais leite dos animais, em menos tempo, sem causar injúrias nas tetas, o que é o desejado para esta função.
 
Um gerente, no entanto, deve ter habilidade de comunicação com as pessoas e, do mesmo modo que foi escrito para o ordenhador, deve ter a capacidade de “extrair” todo o potencial dos seus comandados de maneira tranquila, sem imposição pelo poder.
 
A habilidade, diferentemente da atitude, é passível de ser aprendida em um prazo muito mais curto. Através do treinamento e da prática é possível adquirir “jeito para fazer as coisas”.
 
Por isso, todo indivíduo recém contratado deve passar por um período de treinamento inicial e, posteriormente, deve entrar em um programa de reciclagem quando, periodicamente é retreinado e reavaliado, sendo dado um feedback preciso e no ato para que a pessoa melhore sua habilidade.

Finalmente, a terceira característica é a do CONHECIMENTO. O conhecimento diz respeito ao “saber fazer”. De nada adianta uma pessoa querer fazer (atitude), ter jeito para fazer (habilidade), se ela não sabe como fazer (conhecimento).
 
O “saber fazer” envolve o domínio das tarefas dos processos produtivos. Aqui, também, a função do indivíduo define o que ele deve saber fazer. Um gerente, por exemplo, deve saber resolver problemas. Para tanto deve dominar o que foi escrito no artigo “Como resolver problemas de forma permanente em uma fazenda produtora de leite".

Por outro lado, o ordenhador deve saber como limpar o teto do animal, identificar mastite clínica, colocar as teteiras, desinfetar os tetos, limpar o equipamento de ordenha, etc. O conhecimento é facilmente transferível para as pessoas, desde que se tenha um método de treinamento.
 
Toda fazenda deve ter um Plano de Treinamento envolvendo todos os funcionários, inclusive o gerente. O Plano deve ser feito anualmente e ter como base os procedimentos operacionais (PO) formalizados.
 
Por exemplo, para a ordenha dos animais deve ser escrito um PO composto por uma série de tarefas detalhadas na instrução de trabalho (IT). O PO precisa ser transcrito para um check list e o mesmo deve ser aplicado periodicamente no acompanhamento de determinado ordenhador. Se o mesmo não estiver executando as tarefas do check list como descrito no PO e na IT deve ser imediatamente retreinado e já agendado nova monitoria para que se assegure da conformidade das operações.
 
Além da monitoria das tarefas, deve-se aproveitar a oportunidade para reforçar os princípios da empresa, enfatizando o propósito nobre do negócio e a visão de futuro do emprendimento. Isto faz parte do conhecimento que o empregado deve acumular – lembre-se, pessoas competentes não possuem somente conhecimento técnico mas, também, conhecimento gerencial e pessoal.
 
Uma frase importante que deve ser fixada na parede de todos os escritórios de fazendas é a que segue: A única coisa pior do que treinar seus funcionários e vê-los pedir demissão para trabalhar no vizinho é não treiná-los e vê-los continuar empregados em nossa própria fazenda– Anon.

Ter empregados competentes é uma tarefa custosa que demanda muito tempo. É no entanto fundamental para o sucesso do negócio. Nossos estudos mostram que cerca de 50% dos empregados de fazendas produtoras de leite possuem menos de 2 anos de casa. Isto indica alta rotatividade e, como consequência, pessoas que não são competentes o suficiente para entregar os melhores resultados a partir dos meios existentes. Esta é, com certeza, uma das razões da menor produção de leite de nossos rebanhos. Se quisermos ter médias acima de 40 kg por vaca nos rebanhos genéticamente superiores teremos de ter 100% de funcionários competentes.

No próximo artigo discutiremos como persuadir nossos funcionários a executarem as tarefas como queremos.

Autor
Prof. Dr. Paulo Machado
Coordenador da Clínica do Leite - ESALQ/USP

CLÍNICA DO LEITE

Vinculada à ESALQ/USP, a Clínica do Leite é uma instituição sem fins lucrativos que atua em gestão da pecuária de leite, por meio da geração de conhecimento e da formação de pessoas.

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