A transmissão desta doença pode ocorrer pela cópula com um touro infectado ou com a utilização de sêmen, que não foi tratado com antibióticos, proveniente de um touro infectado.
Esta doença já foi diagnosticada em vários estados como mostra a Tabela 1.
Tabela 1- Freqüência de animais com Campilobacteriose Genital Bovina no Brasil
Para enfatizar a alta disseminação dessa doença destacamos os resultados de uma pesquisa realizada durante o período de 1976 e 1996 no laboratório do Departamento de Preventiva da Escola de Veterinária da UFMG, com as amostras recebidas para diagnóstico. Os dados obtidos mostraram que a Campilobacteriose Genital Bovina está presente em altos índices (50,88% das propriedades analisadas possuem animais infectados). Além disso, a doença foi detectada em todos os estados dos quais amostras foram analisadas, tendo uma freqüência de amostras positivas superior a 20% em todos eles (Tabela 2).
O resultado desta pesquisa não pode ser tomado como um dado de prevalência da doença; entretanto, esses dados são uma boa representação da freqüência da doença em propriedades com histórico de problemas reprodutivos.
A alta prevalência da Campilobacteriose Genital Bovina em nossos rebanhos é certamente um dos fatores que influenciam as baixas taxas de desfrute e produtividade observadas nos planteis bovinos, devido às freqüentes repetições de cio e aumento do intervalo entre partos. Apesar da alta freqüência de propriedades com animais infectados, pouco foi feito para um efetivo controle da doença em nossos rebanhos nos últimos anos. O controle da doença pode ser realizado empregando-se algumas medidas, tais como: inseminação artificial (com sêmen livre do microrganismo), uso de touros livres de infecção (quando a inseminação não for possível) e vacinação dos animais expostos. Deve-se vacinar todos os animais em idade reprodutiva, de preferência 30 a 60 dias antes da cobertura. Dependendo do tipo de adjuvante utilizado na vacina, são recomendadas 2 doses iniciais com intervalo de 30 dias e revacinação anual, com dose única.
Em última análise, é necessária uma maior conscientização de técnicos e criadores em relação a Campilobacteriose Genital Bovina para que um controle efetivo dessa enfermidade seja realizado em nossos plantéis. Dando ênfase a este problema sanitário poderemos melhorar a produtividade de muitos rebanhos.
Tabela 2- Distribuição por Estado dos materiais recebidos no laboratório da UFMG para diagnóstico da Campilobacteriose Genital Bovina, no período de 1976 e 1996
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fonte: Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.21, n.2, 1997