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Leptospirose: um inimigo oculto

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/12/2001

3 MIN DE LEITURA

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A leptospirose é uma doença de distribuição mundial, comum aos homens e aos animais domésticos. A leptospirose bovina é uma doença de grande importância, afetando profundamente os aspectos da produção, principalmente pela redução na produção de leite e baixa fertilidade, bem como àqueles relacionados à saúde pública. É causada pela espiroqueta Leptospira que, mediante afinidade antigênica e análise de DNA, está distribuída em mais de 200 sorovariedades.

A bactéria localiza-se nos rins causando, muitas vezes, urina sanguinolenta (hemoglubinúria), levando ainda à hemólise (destruição das células vermelhas do sangue), resultando em anemia.

Dentre os sintomas clínicos, destacam-se: febre, depressão, hemoglubinúria, drástica redução da produção de leite (o leite torna-se espesso, amarelado e com estrias de sangue), aborto (geralmente no terço final da gestação), repetição de cios e nascimentos de bezerros fracos. Apesar da alta prevalência da Leptospira em animais adultos, os sinais clínicos agudos ocorrem em relativamente poucos casos e com menor gravidade, complicando o diagnóstico.

Nos bovinos, alguns surtos com quadros agudos estão associados à infecção pelos sorotipos produtores de hemolisina, como pomona, grippotyphosa, icterohaemorrhagiae e autumnalis, ao contrário do sorotipo hardjo, cuja infecção geralmente leva a quadros subclínicos causando, todavia, abortos. A L. hardjo causa abortamentos entre os 4 meses de gestação até o termo. Já a L. pomona, causa o abortamento nos últimos 3 meses de gestação. Geralmente, o feto abortado está autolisado, ictérico e edematoso. Os tecidos abortados são infecciosos para o homem, devendo ser manipulados com cuidado.

Na leptospirose, os machos e as fêmeas são igualmente susceptíveis. Os roedores são portadores assintomáticos da doença, sendo importantes veiculadores da doença em áreas livres. A disseminação no rebanho pode ser feita através da urina e placenta de animais contaminados e ainda, através da monta ou da inseminação artificial.

A Leptospira pode também acometer os animais jovens, apresentado alta morbidade. Os bezerros afetados apresentam febre e apatia.

Com o objetivo de determinar a prevalência dos sorotipos encontrados no Estado de São Paulo, pesquisadores da UNESP examinaram, durante o período de um ano, 2.761 amostras de soro bovino procedentes de diferentes propriedades do Estado. As amostras foram enviadas ao Laboratório de Zoonoses da FMVZ, campus de Botucatu, para o diagnóstico sorológico de leptospirose pelo uso do teste de soroaglutinação microscópica.

A maioria das amostras era proveniente de fazendas com problemas de abortos e infertilidade. Os pesquisadores observaram que, do total das amostras analisadas, 1.258 (45,56%) foram reagentes, com títulos variáveis para os diferentes sorotipos, e 1.503 (54,44%) eram negativas. A análise das relações entre os resultados obtidos com o sexo dos animais e o tipo de exploração mostrou que as fêmeas foram 4,07 vezes mais reagentes que os machos, e os animais destinados à produção leiteira, 1,89 vezes mais reagentes quando comparados aos de produção de carne.

No Brasil, os estudos soroepidemiológicos revelam a disseminação do sorotipo hardjo no rebanho bovino nacional. Nos dados obtidos neste levantamento, a Leptospira hardjo foi a mais prevalente, confirmando a literatura.

Destaca-se para o controle desta doença uma série de medidas profiláticas, dentre elas: vacinação sistemática de todos os animais do plantel com bacterinas contendo os sorotipos predominantes na região, com intervalos de 6 – 12 meses (de acordo com a recomendação do técnico); controle dos roedores; evitar o contato com suínos e água contaminada; colocação de cercas ao redor de águas paradas e lamacentas; adoção de medidas higiênico-sanitárias das instalações, fetos abortados e placentas deverão ser removidos dos piquetes/instalação; utilização de quarentena e exames laboratoriais para animais récem-adquiridos antes de sua introdução; utilização de touros e sêmens livres da doença, e tratamento de animais portadores, visando impedir a sua disseminação entre os animais.
 

Tabela 1 - Levantamento realizado em pesquisas nacionais

 



Tabela 2. Prevalência dos diferentes sorotipos pesquisados na FMVZ/UNESP-Botucatu

 



Fonte: LANGONI, H. Perfil sorológico da leptospirose bovina em regiões do Estado de São Paulo

Onde saber mais:

Brasil. Ministério da Saúde. Manual de leptospirose. 2.ed.rev. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 1995. 98 p

LANGONI, H. Leptospirose: aspectos de saúde animal e saúde pública. Rev. Educ. Contin., v.2, p.52-58, 1999.

University of Belgrade. Leptospira Home Page. (On line). 1997. Disponível em: www.vet.bg.ac.yu/lepto/

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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CAHLIL LOBO FAGUNDES

JEQUIÉ - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/02/2017

O tratamento para um animal com a doença comprovada é o antibiótico, mas a vacinação do rebanho terá também efeito sobre o animal contaminado? Ou apenas prevenção para aqueles não infectados ainda?
JOAO CARLOS COSTA RAMOS

TEÓFILO OTONI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/07/2009

Senhores,
Qual o tratamento que deve ser usado em animais adultos (femeas) ja contaminados? Qual o melhor antibiotico e como usar?

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