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Ectima contagioso

POR LUIZ MERTENS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/05/2013

3 MIN DE LEITURA

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*Luiz Mertens é médico veterinário autônomo, especializado em assessoria, assistência, consultoria , clínica, cirurgia e reprodução de ruminantes.

O ectima contagioso é uma enfermidade cosmopolita causada por um DNA vírus da família Roxviridae do gênero Parapoxvírus. Acomete caprinos e ovinos, principalmente entre o terceiro e sexto mês de idade. Após a introdução da doença nos rebanhos a enfermidade se torna endêmica, pela persistência do vírus por longos períodos no ambiente ou pela presença de animais com infecções persistentes.

Infecções incidentais também ocorrem em humanos, bovinos e cães. Em humanos a doença tem caráter ocupacional, sendo os médicos veterinários uma classe mais propensa à infecção pelo contato próximo com animais contaminados.

A engorda intensiva com alimentos concentrados é também um fator de risco para o desenvolvimento da doença devido o aparecimento de feridas abrasivas em volta da boca, fruto do regime alimentar.

No Brasil há poucas referências da doença em caprinos e ovinos. Há relatos de surtos em rebanhos de ovinos no Rio Grande do Sul (Salles et al. 1992) e em São Paulo (Langoni et al. 1995, Catroxo et al. 2002). No nordeste, desde a década de 1930, a enfermidade é um dos principais problemas sanitários da exploração caprina, por acometer cerca de 60% das criações (Torres 1939, 1943). No Ceará, lesões vesiculares de pele, semelhantes às de ectima contagioso, foram encontradas em 35,4% das propriedades estudadas (Pinheiro et al. 2000).

Em ovinos, a morbidade geralmente é alta, podendo atingir 100%, já a mortalidade é baixa, aproximadamente 1%, sendo que infecções secundárias ou miíases podem elevá-la para até 50%.

Sinais clínicos

No início da doença há formação de pápulas, vesículas e pústulas, seguidas de crostas espessas que recobrem uma área elevada na pele. As crostas das feridas e pedaços de lesões revelam-se infectantes durante meses e até mesmo anos. É possível que o vírus se conserve viável e infectante de um ano para outro nas pastagens, nos utensílios ou nos cochos, o que favorece o surgimento de surtos, além da existência de portadores crônicos da doença que a disseminam.

As lesões são mais comumente observadas nas zonas frias do corpo tais como as camadas superficiais da pele. Locais como volta da face e membros são mais habituais para o desenvolvimento da doença e nos casos mais graves, a infecção se estende até as gengivas, narinas, olhos, úbere, língua, vulva, região perianal, espaços interdigitais e coroas dos cascos.

Figura 1 - Ectima em animais. 

    

O ectima é uma zoonose altamente contagiosa e pode provocar lesões nas mãos dos tratadores e veterinários, portanto é indispensável a utilização de luvas durante o tratamento, vacinação e manipulação dos animais.

Figura 2 – Ectima contagioso em humanos.
       
   
Diagnóstico

O diagnóstico é feito por exame clínico dos animais afetados. Em alguns animais pode ocorrer simultaneamente dermatofilose e ectima contagioso. As doenças passíveis de ser confundidas com o ectima contagioso são a dermatofilose, infecções bacterianas da pele e a fotosensibilização.

Tratamento e Controle

Não há tratamento específico, a maioria dos animais se recupera espontaneamente com auxílio de tratamentos tópicos a base de anti-sépticos, após um curso clínico de uma a quatro semanas.

É imprescindível que os animais afetados sejam isolados do restante do rebanho. O controle da doença pode ser feito através da vacinação, porém esta só deve ser empregada após a introdução da doença no rebanho.

A auto-hemoterapia tem sido utilizada com resultados positivos, consiste da retirada de sangue venoso e sua aplicação intramuscular no próprio doador. O sangue, tecido orgânico, em contato com o músculo, tecido extra-vascular, desencadeia uma reação imunológica que estimula o sistema retículo epitelial S.R.E.

Conclusão

Apesar de ter sua mortalidade baixa, os criadores têm que se atentar aos prejuízos econômicos dessa enfermidade, pois devido às lesões, os animais não se alimentam o suficiente, perdendo peso e atrasando o crescimento. Não é porque a doença não mata que podemos descuidar dela!

Referências bibliográficas:

BARROS, C.S.L. Ectima Contagioso. In: RIET-CORREA, F.; SCHILD, A.L.; MÉNDEZ, M.D.C. et al. Doença dos Ruminantes e Eqüinos. 2 ed., São Paulo: Varela, p.72-76, 2001.

Catroxo M.H.B., Curi N.A., Pituco E.M., Garcia M., Okuda L.H., Porto A.C.R. & Stefano E. 2002. Ocorrência de ectima contagioso em ovinos criados em Itatiba, estado de São Paulo, Brasil. Arqs Inst. Biol., São Paulo, 69 (Supl.):37.

KLEMPARSKAYA, N.N.; SHALNOVA, G.A.; ULANOVA, A.M.; KUZMINA, T.D.; CHUHORV,A.V. Immunomodulating effect of autohaemotherapy (a literature review). J Hyg Epidemiol Microbiol Immunol, v. 30, n. 3, p. 331-336, 1986.

 

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GELSON SCHEER

SÃO LOURENÇO DO SUL - RIO GRANDE DO SUL - OVINOS/CAPRINOS

EM 18/08/2022

Quero comprar a vacina para ectima onde consigo ??
GELSON SCHEER

SÃO LOURENÇO DO SUL - RIO GRANDE DO SUL - OVINOS/CAPRINOS

EM 18/08/2022

Vc conseguiu comprar a vacina contra ectima ??
CRISTINA VIEIRA

EM 14/09/2021

Pode haver intoxicação ,aplicando a vacina ectima contagioso ?
MARCIO

TUBARÃO - SANTA CATARINA - ESTUDANTE

EM 20/01/2014

Bom dia,

Senhores, estou com parte do rebanho contaminado pela doença "ectima contagioso", gostaria de comprar a vacina, vocês sabem quem possui para venda? Obrigado.
LUIZ MERTENS

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 16/05/2013

Vinícius com certeza, porém tem regiões que a raiva foi erradicada e o próprio ministério recomenda não vacinar. Em doenças de alta mortalidade , vacine sem pensar, ainda mais quando se trata de zoonose todo cuidado é pouco, principalmente na aplicação para não se auto-contaminar, existem muitos casos, porém não são divulgados de Veterinários, Tratadores que se contaminaram na hora da vacinação.



Abraço
MICHELE SANTOS FERREIRA

JACAREZINHO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/05/2013

Caro luiz, estou passando meu e-mail para vc me informar a dosagem para aplicação da auto-hemoterapia: mijacarezinho@hotmail.com. Obrigado
JOSÉ AGUERRE

SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 16/05/2013

Al ser una vacuna de virus vivo (atenuado), en el caso del Ectima, Ud. está introduciendo el virus en su rebaño, pero lo está inmunizando. Anualmente se debe vacunar todo animal que no fuera vacunado con anterioridad, porque de lo contrario tiene una alta probabilidad que enferme.

Si en su región, su establecimiento o los establecimientos donde ud. compra animales (incluidos reproductores) no tienen la enfermedad no es necesario vacunar. En caso contrario, aunque la aparición sea leve o esporádica, debería vacunar para no correr riesgos.

La vacuna es por escarificación en la piel y no es riesgosa con el manejo adecuado (en Uruguay no es exclusiva de aplicación por veterinario como es la de Brucelosis). Se aplica una vez en la vida, sin refuerzo y es vitalicia.

Por esta misma razón no tiene sentido la utovacuna,un animal que enferma una vez queda inmunizado de por vida; siempre y cuando no se introduzca una nueva cepa (en cuyo caso tampoco hubiera sido útil la autovacuna).

Asegúrese que las vacunas hayan sido fabricadas con cepas autóctonas o que fue estudiada y comparada la variedad de cepas locales con la vacuna.
LUCIANO FERREIRA DOS SANTOS

MIRANTE - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 16/05/2013

Prezado Luiz Mertens, muito obrigado pela atenção, estou passando o meu e-mail como solicitado...

   luciano.ferreira@riocon.com.br
VINICIUS RIBEIRO DA SILVA

VILA VELHA - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/05/2013

Mas a vacinação e justamente para que nao entre agentes patologicos no rebanho, acarretando em perdas, a profilaxia e' mais barata que o  tratamento. As vacinas básicas devem ser feitas como a antirabica, clostridioses. Nao vou esperar dar um surto de raiva, carbuculo no rebanho. Outras afeccoes como leptospirose, brucelose, ectima, linfadenite quando diagnosticadas entram no quadro de vacinas do rebanho.
LUIZ MERTENS

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 15/05/2013

José Aguerre...respeito sua opinião, porém cada caso é um caso, não é uma receita de bolo, às vezes uma propriedade vizinha da outra tem protocolos diferentes, seja em medicamentos, rações, manejo, depende da estruturas e mentalidade do proprietário seria excelente se fizessem o mesmo manejo em todas, sabemos que os laboratórios Uruguaios tem vacinas melhores e/ou específicas devido a tradição e dedicação na ovinocaprinocultura, porém, essas não chegam até as nossas mãos, é uma grande falha, se procurar nos sites brasileiros verá que as divisões de medicamentos são: equinos, bovinos, aves, suínos, cães e gatos, a maioria coloca caprinos e ovinos junto com bovinos, o que é uma grande falha, alguns medicamentos e/ou vacinas são específicos só para caprinos e ovinos, vacinar por vacinar não concordo em vacinar o rebanho se a doença nunca entrou na propriedade. A auto vacina é indicada quando já se tentou de tudo e não conseguiu erradicar a doença, eu utilizo dependendo do caso e  vem apresentando ótimos resultados, inclusive também na papilomatose bovina.



Abraço
JOSÉ AGUERRE

SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/05/2013

En Uruguay hay varios laboratorios que fabrican vacunas exitosas. Indudablemente se deberían realizar vacunas específicas con las cepas presentes en las diferentes zonas de Brasil. Una vez que se constata la enfermedad en un establecimiento o cuando existe en una región y el establecimiento es "abierto" (recibe animales de otros lados, aunque sólo sean carneros), lo recomendable es la vacunación. La vacuna es muy económica y se realiza una sóla vez en la vida del animal; cuando se comienza a vacunar se debe iniciar con la vacunación total del rebaño y también de todos los animales que vayan ingresando. Una vez que el animal se contagia con la enfermedad el animal queda inmunizado de por vida, por lo tanto la auto-vacuna es un método inútil; la vacunación tiene efectos preventivos y no curativos. Lo más grave de la enfermedad es la dificultad en alimentarse durante la evolución de la misma o su complicación con miasis
JOSÉ OTON PRATA DE CASTRO

DIVINO DAS LARANJEIRAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE

EM 14/05/2013

Caro Sr. Luiz, Alem de produtor de leite de vaca estou começãndo a produzir leite de cabra e já há muito tempo crio ovinos de corte. Estou veriicando que está aparecendo  o ectma contagioso me meu rebanho. Estou enviando meu email para que me informe aquantidade para autohemoterapia: zeoton1@hotmail.com  Grato José Oton
MAURILIO ANISIO DE ARAÚJO

NATAL - RIO GRANDE DO NORTE - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE

EM 13/05/2013

caro luiz, estou passando meu e-mail para vc me informar a dosagem para aplicação da auto-hemoterapia. maurilioanisiodearaujo@ig.com.br
AILSON JOAO FILHO

FLORESTA - PERNAMBUCO - ESTUDANTE

EM 13/05/2013

Minha opinião como Tec. Zootecnia é que na grande maioria dos casos de Ectima os produtores ignoram os sinais da doença e não trata na fase inicial a doença permitindo que fiquem mais resistentes aos antibióticos e outros medicamentos.
LUIZ MERTENS

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 13/05/2013

Olá Diego



Muito obrigado, é isso aí, um bom profissional realmente tem que observar e selecionar o rebanho tanto no fenótipo, quanto no genótipo, nosso trabalho não se resume em apenas diagnosticar e tratar doenças.

Parabéns

Abraço
LUIZ MERTENS

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 13/05/2013

Boa Tarde Luciano

Não coloquei a dosagem, devido ao conteúdo do artigo não ser restrito só a Veterinários, sabemos que por lei só essa classe pode prescrever e administrar medicamentos, porém sabemos que isso não funciona na prática, mas é uma orientação do Conselho Federal de Medicina Veterinária, não colocar doses nos artigos que não seja restrito à Veterinários. Se quiser pode me passar seu e-mail que eu lhe informo a dose recomendada



Abraço
LUCIANO FERREIRA DOS SANTOS

MIRANTE - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/05/2013

  Prezado Luiz Mertens, gostaria de saber qual a dosagem retirada e aplicada no caso da auto-hemoterapia.
DIEGO LIMA DA SILVA GOMES

JOÃO PESSOA - PARAIBA - ZOOTECNISTA

EM 13/05/2013

Caro Luiz,



Muito bom seu artigo, os prejuízos causados por essa enfermidade afetam todos os rebanhos, quando dispomos de medidas simples que são eficazes em seu controle.



O ectima contagioso é bastante comum em minha região, no entanto, os rebanhos que tenho acesso verifiquei que os genótipos nativos apresentam a lesão menos severa quando comparadas aos genótipos especializados.

Isso mostra a importância das raças estabelecidas em determinadas regiões, o ganho em resistência a doenças é bem maior.
VINICIUS RIBEIRO DA SILVA

VILA VELHA - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/05/2013

Luiz Mertens, obrigado por complementar meu comentário, esses pequenos detalhes sao importantíssimos na empreitada de combate ao ectima.
LUIZ MERTENS

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 13/05/2013

Bom dia Rodrigo, é isso aí, fez tudo certinho, só lembre os tratadores de usarem luvas, para não se contaminarem.

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