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Viabilidade econômico-financeira da criação de machos leiteiros

COWTECH

EM 02/09/2020

4 MIN DE LEITURA

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Por João Paulo V. Alves dos Santos, Engenheiro Agrônomo

Com a valorização e alta da arroba, nos últimos meses, tem sido cada vez mais recorrente as discussões e debates envolvendo a criação de machos leiteiros. A primeira pergunta que vem à tona quando surge o assunto é simples e objetiva: afinal, vale à pena ou não investir na criação de machos de raças não-especializadas em produção de carne? Por quê alguns países criam e abatem machos de raças leiteiras, regularmente, enquanto que no Brasil tal mercado nunca se consolidou, efetivamente?

O tradicional cenário de machos leiteiros descartados precocemente vem se alterando nos últimos anos e meses em muitas fazendas. Mesmo não sendo animais de raças especializadas para a produção de carne, cada vez mais nos deparamos com machos bem terminados (acabados) na linha de abate, em diferentes frigoríficos do país. Quais são os fatores que estão propiciando esse “novo mercado” para as fazendas produtoras de leite? A valorização da arroba? A qualidade de machos europeus ou mestiços? A menor oferta de animais para abate no mercado ou a somatória de diferentes fatores?

Por que criar machos?

O motivo para se criar e investir na produção de machos leiteiros é um tanto quanto óbvio: aumentar a rentabilidade da atividade através da venda de animais mais pesados e, consequentemente, com maior valor agregado (em detrimento ao descarte ou comercialização precoce de animais, com menor possibilidade de lucro). Apesar da justificativa acima ser clara e objetiva, a decisão de criar machos não é tão simples para o produtor de leite. Existem muitos aspectos a serem avaliados e diferentes perguntas precisam ser respondidas antes da decisão.

Desafios:

a-) Elevado custo de criação, especialmente na fase inicial de vida destes animais: diferentemente das raças de corte, em que bezerros permanecem ao pé da vaca até a desmama (6 a 8 meses), os machos leiteiros necessitam ser criados como as fêmeas, ou seja: devem receber leite (ou sucedâneo) + concentrado durante todo o período de aleitamento sendo uma das etapas de criação mais caras do processo produtivo.

b-) Rendimento de carcaça: machos leiteiros apresentam menor rendimento e conversão alimentar do que raças especializadas para produção de carne.

c-) Aumento da lotação da propriedade: o produtor não deve esquecer que, criando machos, deverá sofrer aumento considerável na lotação da sua propriedade. Em outras palavras será necessário equalizar a relação: oferta x demanda de alimentos a serem produzidos até o momento do abate dos bois terminados.

d-) Ganho de peso esperado: a criação de machos leiteiro implica em desafios como menor ganho de peso médio ao longo o ciclo de engorda, colaborando para um maior custo/@ engordada.


A pergunta que “não quer calar”: “Afinal, quanto custa criar um macho do nascimento ao abate? A contas fecham?!”

A decisão de criarmos machos precisa ter embasamento técnico e ser fundamentada em números consistentes, ou seja, precisamos comprovar a viabilidade financeira dessa operação. No presente artigo, apresentaremos cálculos atualizados do custo de produção de machos elaborado com o banco de dados da COWTECH, extraído de operações reais de nossos clientes.

O primeiro passo para decisão sobre criação de machos refere-se ao abastecimento correto das informações, abaixo. Cada propriedade pode ter uma particularidade ou realidade distinta que pode ser vantajosa ou não para a criação destes animais. Logo o produtor deverá realizar seu próprio levantamento, levando em consideração a sua realidade, usando valores que representem a sua realidade. Só assim terá números seguros e confiáveis para a decisão.

Dados:

a-) Mão-de-Obra: devemos calcular quantos funcionários estão envolvidos na operação de criação de bezerras e avaliar se a criação de machos impactará ou não no volume de trabalho da rotina do bezerreiro. O produtor deve se lembrar que, se resolver criar machos terá, teoricamente, o dobro de animais do que tinha quando criava somente fêmeas. Na simulação, abaixo, consideramos que não houve alteração dessa demanda (mão-de-obra) e calculamos o valor proporcional de horas trabalhadas/dia na criação de bezerros.

custo de cria de machos leiteiros

b-) Alimentação:

Ração Inicial:

custo de cria de machos leiteiros

Arraçoamento TMR Desmama:

custo de cria de machos leiteiros

Aleitamento:

custo de cria de machos leiteiros

c-) Medicamentos e Vacinas: consideramos custos médios, envolvendo programa de vacinação (em alguns sistemas de produção, pode variar):

custo de cria de machos leiteiros

Custo de Produção:

custo de cria de machos leiteiros

Resumo:

custo de cria de machos leiteiros

Comentários:

A planilha, acima, foi calculada de acordo com a realidade de sistema de produção monitorado pela COWTECH-CONSULTORIA. O valor da @ (mercado físico boi), considerado, foi de 200,00. O preço/@ impacta significativamente no resultado final, assim como o rendimento de carcaça, no momento do abate. O pecuarista deve atentar para aspectos particulares do levantamento como os custos de alimentação que podem variar, de acordo com a realidade de cada fazenda. O objetivo deste artigo foi demonstrar que, apesar dos desafios existentes na criação de machos por conta de particularidades do mercado e desempenho da raça, em condições de alta de preços/@, a operação é viável. Recomendamos que cada técnico ou produtor, elabore a sua própria planilha de custo, utilizando dados concretos e corretos de acordo com sua realidade para tomada de decisão. Os números do artigo são ilustrativos, porém reais, e podem ser utilizados como referência para levantamentos e estudos particulares.

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PAULO BIASOTTO

ERECHIM - RIO GRANDE DO SUL

EM 08/09/2020

No meu caso,teria que acrescentar vacinas de brucelose e tuberculose.Também informo que no último abate para consumo próprio,com 14 meses a carcaça pesou 238 kg sendo a carne muito saborosa e se fosse com 18 meses seria melhor ainda.também,estou criando todos por sentir este momento favorável.Queria agradecer imensamente a MilkPoint pelo artigo acima,devido ser também de grande utilidade para nós produtores de leite.
IGOR QUIRRENBACH CARVALHO

CASTRO - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/09/2020

Parabéns pelo artigo. Foi considerada a mortalidade nesses custos?
JOÃO LEONARDO PIRES CARVALHO FARIA

MONTES CLAROS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/09/2020

Fantástico!
TIMOTHEO SOUZA SILVEIRA

CASTRO - PARANÁ

EM 02/09/2020

Excelente modelo e contribuição como alternativa para o produtor. Acredito que a alternativa do Baby beef poderia ser viável, possivelmente diminuindo o lucro por animal, mas com ciclo menor e ajustado a eficiência do sistema, considerando que estamos segurando os animais no caso acima por 18 meses e no sistema baby beef estaríamos com 6 a 8 meses. Gostaria de ver esses números neste cenário, como alternativa. Obrigado por compartilhar esses dados.
PATRICIA GOLDFEDER

CAMPANHA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/09/2020

Tambem gostaria
Outro dado a ser incluido seria descarte involuntario
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/09/2020

Prezado Timoheo,

Agradecemos a participação e comentários. Como colocamos em nosso texto, devemos avaliar as particularidades de cada sistema
de produção. Uma comercialização com menor peso dependerá da existência de um mercado "pagador" e consolidado, para tal.

Havendo, não haveria restrições.

Podemos trocar mais informações em: jp@cowtech.com.br.

Um abraço!

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