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Desinfecção de utensílios de alimentação de bezerros

POR JOSÉ ROBERTO PERES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/10/2000

4 MIN DE LEITURA

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José Roberto Peres

Todos sabem das dificuldades do dia-a-dia de uma fazenda. Imprevistos sempre ocorrem com equipamentos que se quebram, um encanamento que se fura, ou simplesmente não se dispõe de mão-de-obra suficiente. Enfim, muito a se fazer em pouco tempo. Quando estas limitações chegam à área dos bezerros, muitas vezes se negligencia a limpeza dos utensílios de alimentação (baldes, mamadeiras, etc..), que deveriam ser limpos o suficiente para permitir ao tratador se sentir seguro a ponto de utilizá-los para sua própria alimentação.

A associação deste pouco tempo com um excesso de bactérias presentes no ambiente da fazenda tem suas conseqüências. Primeiro vamos tomar um exemplo do lado humano: já imaginou se uma mãe amamentando seu filho, por qualquer razão, tivesse que extrair seu leite e deixá-lo em uma mamadeira, sem que se tomasse o cuidado de fervê-la, e ainda esta mamadeira cheia de leite ficasse fora da geladeira por horas até o momento da amamentação? Certamente seria um desastre para a saúde da criança.

Um bezerro recém-nascido é ainda menos preparado para enfrentar esta situação que um bebê humano. Se eles forem alimentados com mamadeiras, bicos ou baldes que foram apenas "enxaguados" na mamada anterior existe grande chance de estarmos fornecendo uma "sopa de bactérias". Nós temos que lembrar que os lugares onde se estoca estes utensílios de alimentação na maioria das vezes são ideais para o crescimento bacteriano. Umidade, ausência de luz solar, pouca ventilação e contato com bactérias. Nestas condições a população bacteriana pode pelo menos duplicar a cada hora.

Por exemplo, mesmo que se lave o equipamento com água quente após a mamada da tarde, é possível que ainda se tenha uma contagem bacteriana de pelo menos 5000, às 6:00 horas da tarde. Adicionalmente, provavelmente se tem uma saudável camada residual de proteína e gordura do leite por todo equipamento. Agora, dobre a contagem a cada hora até as 7:00 horas da manhã. Se tiver alimento suficiente para suportar o crescimento das bactérias a contagem terá crescido para mais de 20.000.000. Nós adicionamos leite ou substituto de leite e, pronto, sopa instantânea de bactérias!

Nos vemos então num empasse. De um lado estamos atrasados para alimentar os bezerros e não temos tempo a perder escovando tudo. Do outro não queremos bezerros com diarréia. O socorro vem da solução de cloro. Esta solução não irá reduzir a carga bacteriana da mesma forma que uma lavagem rigorosa, mas melhorará a situação comparada com a contagem bacteriana de 20 milhões.

Quais são os princípios da sanitização com cloro? Calor. Tempo. Concentração. Três regras. Água tão quente quanto o possível. O maior tempo possível. Uma solução o mais forte possível. O cloro mata as bactérias por consumir o oxigênio (oxidação). A oxidação é acelerada pelo aquecimento, ocorre mais extensamente quando o tempo de ação é maior e também é mais rápida quando a concentração é maior.

Qual seria então a concentração recomendada? Para condições de fazenda, o uso de um copo de água sanitária (5,25% de cloro ativo) em 20 litros de água seriam suficientes. Isto representa pouco mais de 500 partes por milhão (ppm). Isto assumindo que o equipamento já foi lavado previamente. No caso de equipamentos altamente contaminados por bactéria o desafio é maior. Em termos práticos, 3 copos de água sanitária caseira em um tambor de 20 litros provavelmente seriam suficientes se for possível manter a água da solução quente por cinco minutos (cerca de 2000 ppm).

A recomendação é usar esta solução em grande quantidade nos minutos que antecedem o fornecimento do leite. Mamadeiras e bicos devem ser imersos no tambor de solução com água sanitária. O ideal seria fazer isto antes de se iniciar o trabalho com outros equipamentos para que o tempo de ação do desinfetante seja o máximo possível. A idéia é que a maioria das bactérias seja eliminada do equipamento que será utilizado nos bezerros mais vulneráveis. Se existir água quente suficiente, cada balde deve ser cheio com a solução quente e forte de água sanitária pelo maior tempo possível para que a oxidação mate as bactérias. Se for necessário utilizar a mesma solução para vários baldes, sempre deixe a solução em cada balde pelo maior tempo possível antes de passá-la a um novo balde. Use os primeiros baldes (solução mais forte e quente) para os bezerros mais novos.

Esta sanitização antes da alimentação pode ser o detalhe que reduzirá a diarréia em bezerros jovens, especialmente em situações onde não é prático o uso da lavagem com detergente ácido como parte da rotina de limpeza, ou quando o equipamento permanece úmido entre as ordenhas.

Comentário MilkPoint: estas recomendações podem ser úteis especialmente em situações onde a incidência de diarréias é maior que o normal, todavia elas não excluem a necessidade de se lavar os equipamentos, preferencialmente com escovas, para a completa retirada de restos de alimentos. Também não substituem o correto fornecimento do colostro para uma adequada imunização dos bezerros.

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fonte: LEADLEY, S. (Attica Veterinary Associates) e SODJA, P. (Offhaus Farms), 2000. Decontaminating Feeding Equipment. Calving Ease, March. In: APC Calf Notes.

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