Deomir Martini, técnico em agropecuária da Cotrisal (Cooperativa Tritícola Sarandi LTDA) e que atua há 27 anos na assistência técnica, diretamente ao produtor de leite, será um dos palestrantes do
. Ele vivenciou muitas transformações na atividade neste período e foi se adequando às novas realidades que foram surgindo. O foco do seu trabalho é com pequenos produtores de leite na área de abrangência da Cotrisal, buscando produção de pastagem de alta qualidade, manejo correto, suplementação balanceada, altas produtividades por animal e por área, além da qualidade do leite e rentabilidade do negócio.
“Antigamente a produção de leite era para subsistência e apenas o que sobrava era fornecido à indústria. Não foi só o produtor que teve que se adequar às novas tecnologias, nós técnicos também tivemos que mudar, revendo muitos conceitos que há certo tempo eram corretos e hoje vemos que já estão atrasados. Não havia ninguém que oferecia apoio em termos de pesquisa e que trouxesse algo novo, até porque, eram escassos os meios de comunicação”.
Segundo ele, boa parte dos produtores hoje tem acesso à internet. “Se o produtor está fazendo algo bom na sua propriedade, que fica em determinada região, ele pode compartilhar essa informação para um outro produtor, de uma outra região distinta. Adequados para cada sistema, os modelos de sucesso podem gerar bons resultados”.
Deomir ainda recorda que quando a técnica da ensilagem foi lançada, os técnicos precisaram ensinar o produtor a produzi-la. “No início da atividade, nós mesmos ajudávamos o produtor e compactávamos a silagem com os nossos próprios pés. Muitos acreditavam que ela geraria bolor e como consequência, o produtor perderia o milho colhido. As coisas evoluíram e atualmente a produção de silagem é muito disseminada e deu muito certo”.
Para ele, na área de produção de alimentos houve também grandes mudanças. “O criador não tinha a intenção de plantar pastagem para produzir leite. Ele possuía algumas vaquinhas e a terra que sobrava do plantio da soja, milho e trigo do inverno, era então usada para servir de pastejo. Mas a maioria esperava o azevém nascer e usufruía dele em dois ou três pastejos no máximo”.
O técnico ainda ressalta que na área de tecnologia, adubação, sementes, o ganho foi muito grande de uns tempos para cá. “Antes o produtor usava qualquer adubo para a produção da pastagem e hoje ele está utilizando o melhor adubo que existe no mercado devido aos ótimos resultados. Dificilmente eles compravam sementes certificadas e melhoradas, até porque, nem existiam, mas hoje, o produtor quer o que há de melhor. Há vários híbridos no mercado com alta produtividade e os produtores estão investindo mesmo”.
De forma resumida, Martini afirma que há uma grande revolução acontecendo nos últimos anos nessa área, mas nada foi por acaso: a tecnologia existente foi ficando obsoleta, outras foram lançadas, melhoradas e muitos produtores e profissionais, que não se adequaram a essas novas modernidades, foram naturalmente eliminados do mercado. Quem produzia para subsistência, precisou de adequar e transformar a sua produção de secundária para a principal (focando em tecnologias, visando resultado financeiro) para sobreviver. Já aquele que não quis investir, praticamente está fora da atividade.
“Alguns se destacam visto a vontade de crescer. Eles gostam de melhorias, tecnologias, estão aumentando a produção e a renda. Mas, há também um outro perfil que não acompanhou esse desenvolvimento. Ele até tem uma produção, mas se a indústria acirrar a preocupação com a qualidade, o mesmo fica de fora do processo. Temos várias realidades dentro da mesma área de ação. Aquele pecuarista que buscou, acreditou em alguém, foi atrás de pesquisas e se aprimorou, tem a tendência de continuar procurando mais tecnologias. O produtor de leite que está na atividade hoje é aquele que tem sede de tecnologia e mais do que disso, aplica na sua propriedade”.
Confira o vídeo de Deomir Martini:
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