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Em defesa do Leite

ESPAÇO ABERTO

EM 17/04/2014

6 MIN DE LEITURA

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Vão surgindo na comunicação social e sobretudo nas redes sociais notícias mais ou menos alarmistas e tendenciosas sobre os malefícios do leite. Um artigo recente na revista Tabu, do Semanário Sol (3-1-2014), tinha como título “Leite – elixir da saúde ou veneno?”, com a palavra veneno muito maior que a palavra saúde. No artigo e nos vários textos que os ativistas “anti-leite” vão reproduzindo, acusa-se os lácteos de provocar alergias, intolerância à lactose, problemas de articulações, problemas respiratórios e todo um extenso conjunto de malefícios e problemas que passam quando se deixa de beber leite.

O assunto não é novo, mas tem ganho dimensão com a internet. Recordo ter lido toda essa argumentação “made in america” há cerca de 10 ou 15 anos, numa revista na sala de espera de um consultório médico.

“O leite é para os bezerros?” Dizem os “inimigos do leite” que a vaca produz leite para o bezerro e que o ser humano é o único mamífero a beber leite em adulto. São duas verdades que nada provam. De todos os alimentos que o homem “produz” ou recolhe na natureza, qual é produzido “especificamente” para o homem? Quando a macieira produz maçãs ou a batateira produz batatas, estão "pensando” na alimentação humana ou na reprodução/continuação da sua espécie? Ao longo dos milhares de anos de existência, a humanidade foi testando os alimentos que encontrou na natureza.

O leite é consumido há cerca de 10000 anos. Citando Maria Paes de Vasconcelos, comentando um post de um blog que refiro mais abaixo, “Somos os únicos mamíferos que bebem leite em adultos, mas também somos os únicos que estudam filosofia e foram à Lua (para escolher 2 exemplos ao acaso...). No desenvolvimento da nossa espécie houve um momento crucial em que se iniciou o pastoreio, e passou a disponibilizar proteína de alto valor biológico à mão sem ter de matar o animal, o que é mais econômico e "amigo dos animais" (aliás, como o ovo). A escolha de beber ou não leite é pessoal, e é possível viver bem sem ele, mas é prático (para levar na carteira/mochila, por exemplo), é adaptável (com sabores, em queijo, em iogurte...) e é barato (principalmente se comparado com outras fontes proteicas).”

Teresa Mendonça, médica, no blog https://paisdequatro.blogs.sapo.pt/, respondeu em 16.01.13 a um leitor que escreveu: “O leite não é a maior fonte de cálcio disponível, não sendo necessariamente essencial à dieta de uma criança (como muitos meninos e meninas intolerantes à lactose que nem por isso deixam de crescer saudáveis o comprovam). Até amêndoas e sementes de sésamo têm mais cálcio do que o leite (e ambos podem ser incluídos facilmente em pães ou até bolachas caseiras - em que se controla os açúcares e nem por isso deixam de ser atrativas para os mais jovens.)”

Escreveu então a médica no referido Blog:

“ Nos últimos anos têm sido muito acesas as discussões e debates sobre se o leite é ou não um alimento saudável para os humanos, em especial para as crianças. Os argumentos de um e outro lado da questão são múltiplos e por vezes extremados e pouco simpáticos (ou não fossem os nomes dos pobres animais que produzem o dito cujo - vacas e cabras - propícios a trocadilhos deselegantes). Por decreto, quando nos referimos a leite alimentar estamos falando de leite de vaca. Quando queremos falar de leite de cabra ou outros temos que especificar a origem. (…)

A decisão de ingerir ou não produtos de origem animal é uma filosofia de vida e, desde que todos os nutrientes sejam incluídos na dieta, por vezes com necessidade de recorrer a suplementos, é uma escolha que só a cada um diz respeito. Não devem ser aqui esquecidas as crianças (em especial os lactentes) que em raros casos sofrem déficits vitamínicos importantes, com sérias consequências para a sua saúde, pelas escolhas alimentares pouco informadas dos pais.

É verdade que existem alguns alimentos mais ricos em cálcio do que o leite. As sementes de sésamo ou as amêndoas (estas muito menos) são um exemplo. Agora vejamos: aproximadamente, a quantidade de cálcio existente numa porção de amêndoas integrais é 378 mg e numa de leite é 300 mg. Só que se ingerirmos a primeira estamos a consumir cerca de oito vezes mais calorias do que com a segunda. Percebe-se, portanto, porque as amêndoas não são consideradas pela FDA (órgão governamental que controla os alimentos e medicamentos nos EUA) um boa fonte de cálcio (por definição a quantidade de referência diária de um determinado alimento deve fornecer 10-19% da dose diária recomendada desse nutriente para ser considerada uma boa fonte nutricional), ainda que o seu consumo seja altamente recomendável. (…)

É verdade que o tratamento térmico que o leite sofre (com vista a destruir os organismos indesejáveis), e a sua homogeneização, alteram significativamente a fração proteica útil do leite e induzem perda de nutrientes. Aqui o que conta é o que se obtém da relação custo-benefício e ainda assim o resultado, segundo estudos credíveis de equipes credenciadas na área de Pediatria e Gastrenterologia, é positivo, reassumindo-se o leite como uma fonte primordial de proteínas e cálcio. (…)”




















A médica não se pronuncia sobre o alegado ”conteúdo ilícito de antibióticos, hormonios, pesticidas e bactérias no leite”, mas refere que “ os métodos de análise e controle do leite estão regulamentados, são minuciosos, e é suposto que funcionem e sejam verificados pelas entidades responsáveis.” E sobre isto eu acrescento que o leite é dos alimentos mais fáceis de controlar, que é analisado regularmente entre o gado e o consumidor, e que análises regulares, por exemplo, da DECO, Defesa do consumidor, não encontraram resíduos de antibióticos ou hormonios no leite, concluindo pela sua boa qualidade. Isso tem sido publicado regularmente na revista “Deco proteste”.

Fala-se muito na intolerância à lactose, que efetivamente ocorre em algumas pessoas, mas tal não impede o consumo de leite: já existe “leite sem lactose” e leite de “digestão fácil”.

Dizer que em 2011 a Universidade de Harvard retirou o leite da “roda de alimentos”; é outra meia-verdade, pior que uma mentira. Na prática, Harvard tirou o leite do “prato” de alimentos sólidos para o colocar no “copo” ao lado com as bebidas, recomendando uma ou duas “doses/copos diários”. Um consumo moderado, portanto, mas incluído.

Temos, enfim, uma minoria ativa e empenhada em convencer a esmagadora maioria a deixar de beber leite (e comer carne, já agora), citando alguns médicos e alguns estudos. Temos, a favor do leite, as associações de nutricionistas, a Direções Gerais de Saúde, Organização Mundial de Saúde, a ONU… o leitor escolha quem lhe pareça mais credível.

Até prova (e consenso científico) em contrário, continuarei a produzir e consumir leite convencido que se trata de um alimento completo, saudável, saboroso e barato (com boa relação qualidade-preço), base para todo um conjunto de alimentos fantásticos como os milhares de queijos, iogurtes e manteigas e todos os produtos que incluindo leite se produzem e consomem pelo mundo fora.

O artigo foi adaptado pela equipe MilkPoint Brasil.

Carlos Neves é Produtor de leite desde 1996, numa exploração em Vila do Conde, com 60 vacas leiteiras e 20 ha de cultivo, produção de milho (silagem) e azevém. Leite entregue à AGROS – União de Cooperativas.

Formação: Curso de operador agrícola e Técnico de Gestão Agrícola na Casa-Escola Agrícola Campo Verde, na Póvoa de Varzim. Licenciatura em Ciências Sociais na Universidade Aberta.
 

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FERNANDO MELGAÇO

GOIÂNIA - GOIÁS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 25/04/2014

Quero aqui congratular-me com a estudante de Orizona, senhorita Laura.

Fico feliz em saber que existem jovens como ela que estão preocupados em defender o leite como alimento.

Gostei muito da frase final do seu comentário: "A falta de conhecimento é o que mata não é o leite não".

Atenciosamente,

Fernando Melgaço.
LAURA DE SOUSA BORGES

ORIZONA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/04/2014

Simplesmente a melhor matéria que já li sobre o assunto!! Palavras muito bem colocadas, esta passando da hora de alguém falar a verdade para população. O leite e um alimento maravilhoso, com tantos nutrientes, fomos criados com leite de vaca direto do baldee somos saudáveis, depois de tanto tempo ou melhor de milhares de anos falar de um alimento que ja supriu nosso organismo. Somos uma cadeia organizada, de pessoas que amam o que fazem , estamos prontos pra defender nosso meio de sustento , com todas as munições de informação possíveis. A falta de conhecimento é o que mata não é o leite não.  
ADRIANO GARCIA MENDES

ECOPORANGA - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/04/2014

Parabens pelas  suas considerações
KARINE IRMA FINATTO

SARANDI - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/04/2014

Era só oque faltava "anti-leite"!! Isso já é demais! Com tanta coisa para se preocupar!! aff.
FERNANDO MELGAÇO

GOIÂNIA - GOIÁS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 21/04/2014

Sou, vou continuar sendo e sempre serei um defensor do leite como alimento.

Não existe na face da Terra alimento mais completo que o leite para os mamíferos. Nele estão todos os nutrientes necessário a uma boa nutrição, tais como: proteínas de alto valor nutritivo, por causa dos seus aminoácidos essenciais; cálcio e fósforo, pela riqueza do primeiro e pela proporção correta entre estes dois elementos, para uma boa absorção pelo nosso organismo; gordura rica em ácidos graxos essenciais; sódio, potássio, magnésio e uma série de outros minerais. Vitaminas lipossolúveis, ADEK e hidrossolúveis, principalmente as do complexo B.

Leite,elixir da saúde ou VENENO, como estava escrito na revista Tabu. Eu colocaria das seguintes maneiras: leite, ELIXIR DA SAÚDE e da vida longa e saudável. Conheci várias pessoas, dentre elas, todos os doze membros da nossa família, todos nascidos e criados na fazenda, tomando desde muito pequenos, ainda nas mamadeiras, puro leite de vacas zebuínas. Crescemos todos fortes e saudáveis, sendo que os mais velhos estão com quase noventa anos, e ainda tomam leite todos os dias. Conheci ainda várias outras pessoas que faleceram com idades próximas de cem anos, que tomaram leite por todas suas vidas longas e saudáveis.

Esta conversa de que leite é para bezerros e que nenhum mamífero adulto toma leite a não ser o homem, não tem sentido. Os mamíferos adultos não bebem leite, porque não o recebem nas suas dietas, por ser um alimento nobre e de alto custa para a alimentação animal.

Os bezerros, por exemplo, são desmamados pelas mães (vacas) com idade aproximada de doze meses, em condições naturais. Isto só acontece, porque a vaca o escoiceia, todas as vezes que eles tentam mamar. Pelo contrário, mamariam até virar garrotes ou novilhas.

Outro exemplo mais evidente ainda, é o que acontece com os suínos. Estes possuem um sistema digestório muito parecido com o dos humanos. São onívoros, como nós.

Há alguns anos atrás, quando a maioria das fazendas desnatava o leite, para vender a matéria gorda (creme), o leite desnatado era dado para os suínos. Não havia melhor alimento que este leite. Os suínos que o recebiam, desenvolviam de modo muito melhor que  

os que não o tomavam.

Conclusão: leite é bom para todas as idades.

Atenciosamente,

Fernando Melgaço.
CLAUDIR JORGE KUHN

TOLEDO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/04/2014

Muitos pais se preocupam com a qualidade do leite e com razão; porem ,fornecem Coca-Cola na mesma mamadeira. Negar os benefícios do leite é.....
EDINALDO DE SOUZA TEIXEIRA

SALVADOR - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/04/2014

Caro Carlos Neves

Esses comentários sempre aparecem na mídia eu não sei se por falta de conhecimento ou por outros interesses. Parabéns pelo trabalho concordo plenamente. Não é fácil pro-duzir leite de qualidade n País e ainda com tanta gente contra, Considero o leito um dos

mais nobres e de muita valia para o ser humano. Exemplo disso é criança nordestina

que tem um consumo muito baixo e ,   na maioria dos casos, a criança  não se desenvolve

bem,Um abraço.

Edinaldo S.Teixeira
JANAINA PAULA DO CARMO

PATROCÍNIO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/04/2014

Apoio plenamemente a matéria, uma vez que a única propaganda feita para o leite é a respeito dele ser um malefício, sendo que todos nós sabemos que é justamente ao contrário. O que acontece é que não existe um alimento, industrializado ou não, que seja 100% saudável ou 100% prejudicial, só que logicamente isso também nunca é comentado. É lamentável que o único momento que o setor leiteiro tenha destaque seja para publicar matérias tendenciosas.

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