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Retenção de placenta em gado leiteiro: Efeito dos tratamentos hormonais com reflexos na contaminação uterina pós-parto

POR JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 17/11/2000

4 MIN DE LEITURA

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José Luiz Moraes Vasconcelos

Como citado no radar anterior, retenção de placenta é uma síndrome que pode ocorrer em muitas espécies animais. Porém, é um problema sério em vacas de leite, sendo que de 8 a 30% dos partos normais em vacas de leite resultam em retenção de placenta e a incidência aumenta quando ocorrem interferência ou distúrbios no mecanismo natural da gestação, a exemplo de casos de indução farmacológica do parto ou antecipação do parto por outros fatores. O estresse térmico é um dos fatores que podem levar a uma antecipação do parto, podendo ser considerado uma causa do aumento da incidência de retenção de placenta. A aplicação de Prostaglandina (PGF2a Lutalyse = 25 mg Dinoprost) na primeira hora pós-parto foi efetiva em reduzir a incidência de retenção de placenta (ver radar anterior).

Após revisão da literatura sobre retenção de placenta e baseado nos métodos de tratamentos utilizados por muitos técnicos, concluiu-se que havia grande número de técnicas de tratamentos empregadas, de drogas e de hormônios recomendados e variação no tempo de início do tratamento, porém sendo de consenso de que não se deve efetuar a extração manual forçada da placenta por causa de possíveis injúrias ao endométrio.

Um dos hormônios mais utilizados para tratamento de retenção de placenta é o estrógeno, já que este aumenta o tônus e a atividade muscular do útero (estimulando o fluxo de muco), e também favorece a circulação, relaxa a cérvix e aumenta o número de leucócitos intra-uterinos, o que já sabemos ser muito importante, pelo que foi discutido nos radares anteriores. Apesar de aumentar durante o parto, a taxa de estrógeno cai a níveis basais 12 horas após, independente de ter ocorrido ou não retenção de placenta.

A prostaglandina possui ação miotônica ou miocontrátil sobre o útero, sendo que após a aplicação de prostaglandina ocorre maior amplitude das contrações uterinas, o que pode auxiliar na eliminação da placenta e involução uterina.

O objetivo do presente experimento foi o de avaliar o efeito da aplicação de estrógeno, prostaglandina ou da ação conjunta de prostaglandina mais estrógeno em vacas com e sem retenção de placenta, na diminuição da contaminação bacteriana pós-parto e, consequentemente, na redução da incidência de endometrites.

Setenta e quatro vacas com e sem retenção de placenta foram acompanhadas no pós-parto, de 10 em 10 dias, do quinto até o 35º dia. Os tratamentos utilizados foram:

1. Injeção intramuscular de 10 mg de ciclopentilato de estradiol (5 ml de ECP), 12 horas pós-parto.
2. Injeção intramuscular de 25 mg de dinoprost (5 ml de Lutalyse), 12 horas pós-parto.
3. Injeção intramuscular de 25 mg de dinoprost (5 ml de Lutalyse), 12 horas pós-parto seguida de injeção intramuscular de 10 mg de ciclopentilato de estradiol (5 ml de ECP), 24 horas pós-parto.
4. Injeção intramuscular de 5 ml de solução fisiológica, 12 horas pós-parto.

As colheitas de material intra-uterino ocorreram no quinto, 15º, 25º e 35º dias pós-parto.

A Tab. 1 mostra a porcentagem de vacas nas quais se detectou contaminação intra-uterina, de acordo com os tratamentos utilizados e as ordens de colheitas.

Tabela 1: Achados bacteriológicos intra-uterinos em vacas com e sem retenção de placenta, de acordo com os tratamentos e os períodos de colheita
Tabela 1


Verifica-se que houve decréscimo da contaminação bacteriana intra-uterina a partir da primeira colheita, realizada no quinto dia pós-parto, até a quarta colheita, no 35º dia, nos tratamentos dos grupos com e sem retenção de placenta. Essas diferenças foram pequenas nas duas primeiras colheitas. Na terceira e quarta colheitas, houve uma pequena tendência dos grupos que receberam tratamentos hormonais apresentarem menor taxa de contaminação, sendo esta tendência maior nos animais que receberam prostaglandina mais estrógeno e mais acentuada no grupo que apresentou retenção de placenta, ou seja, a aplicação de prostaglandina mais estrógeno apressou a diminuição da contaminação uterina em vacas no pós-parto.

Lembrem que o verão já está aí, o que diminui a ingestão de matéria seca, ou seja, fiquem atentos aos níveis de minerais e vitaminas que as vacas estão realmente ingerindo, porque senão pode ocorrer aumento de problemas periparto. Se você não estiver conseguindo prevenir a retenção de placenta, o que pode ser feito é aplicar Prostaglandina (PGF2a, Lutalyse = 25 mg Dinoprost) na primeira hora pós-parto ou injeção intramuscular de 25 mg de dinoprost (5 ml de Lutalyse), 12 horas pós-parto seguida de injeção intramuscular de 10 mg de ciclopentilato de estradiol (5 ml de ECP), 24 horas pós-parto.

Porém lembrem-se sempre de que é melhor prevenir do que tratar, ou seja, preocupe-se com o manejo e o conforto da vaca no período de transição, visando diminuir, dentro do possível, todos os fatores potencialmente estressantes como: estresse térmico, balanço energético negativo, presença de micotoxinas na dieta e suprir com segurança os minerais e vitaminas que fortalecem o sistema imunológico (Vit. E, Selênio, Cobre, Zinco).

********


fonte: MilkPoint

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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MATEUS TERRA

EM 30/08/2018

nao se deve fazer antiflamatorio em casos de retenção de placenta
RONEI CAVALCANTE

BREJOLÂNDIA - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/07/2018

Minha vaca está com três dias que pariu e não jogou as pares, qual tratamento devo fazer?
LEDIANE GAEDKE

LEBON RÉGIS - SANTA CATARINA

EM 02/03/2018

oi. eu queria uma opiniao. tenho uma vaca que abortou, e nao eliminou a placenta. eu queria dar um remedio para ela elimininar a placenta sem secar o leite dela? tem como? qual é o medicamento que posso usar ?
JEFERSON BELLO

EM 16/03/2017

Não seria interessante deixar um grupo com retenção sem tratamento, para comparar se vale a pena ou não tratar?
ADEMIR AGENOR MATTOS

ARARANGUÁ - SANTA CATARINA

EM 17/11/2016

Professor,minha vaca jersse,de quinta cria pariu ontem 17/11/16,ainda não se livrou da placenta,ja fiz anti-inflamatorio(azium),C-M-22 na veia,ela ja estava caida e ja se levantou,não encontrei veterinario,o que fazer para se livrar da placenta???
CAHLIL LOBO FAGUNDES

JEQUIÉ - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/08/2015

Professor, uma vaca apresentou RP e recebeu aplicação de prostaglandina. Com 3 dias da aplicação (e 4 dias do parto) ainda apresenta forte odor e emagrecimento. seria o caso de aplicação de antibiótico?
JOAO LAERTE DOS SANTOS

SÃO MIGUEL DA BOA VISTA - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/04/2014

PARABEMS JOSE POR ESTE CONTEUDO IMPORTANTE PARA PRODUTOR DE LEITE

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