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Efeito do hormônio de crescimento na fertilidade: dependência de variações sazonais, dosagem e fase da lactação - Parte 2

POR RICARDA MARIA DOS SANTOS

E JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 20/05/2009

4 MIN DE LEITURA

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Este texto é parte da palestra apresentada por Todd R. Bilby, no XIII Curso de Novos Enfoques na Reprodução e Produção de Bovinos, realizado em Uberlândia em março de 2009.

Efeito do bST sobre as Respostas Uterinas e o Desenvolvimento do Concepto

Conduziu-se uma série de estudos para avaliar os efeitos do bST sobre o período próximo ao reconhecimento da gestação associado à manutenção do corpo lúteo (CL) no dia 17, tanto em vacas leiteiras lactantes quanto não lactantes (Bilby et al., 2004, 2006a,b,c). O objetivo foi examinar os efeitos do bST sobre respostas endócrinas, função ovário-uterina, expressão de vários genes no útero e desenvolvimento do concepto no dia 17 após o estro de vacas leiteiras lactantes e não lactantes.

Tanto nos estudos com vacas não lactantes (Bilby et al., 2004) quanto lactantes (Bilby et al., 2006 a,b,c), foram utilizados os mesmos protocolos experimentais (Figura 1) para sincronização e para os tratamentos com bST. Todos os animais foram pré-sincronzados e começaram o protocolo Ovsynch aproximadamente 7 dias após a detecção de cio. As vacas designadas para o tratamento com bST receberam uma aplicação do hormônio no momento da IATF e novamente 11 dias depois. A segunda aplicação foi feita para garantir que as concentrações de GH seriam mantidas até o abate no dia 17. Todas as vacas designadas para abate deveriam ter ovulado e formado um CL quando examinadas 7 dias após a segunda aplicação de GnRH do protocolo Ovsynch.



Figura 1. Protocolo experimental para vacas leiteiras lactantes e não lactantes ilustrando a seqüência de aplicações, coleta de amostras e dias de exames ultrassonográficos. O dia 0 representa a ovulação obtida com a indução do pico de LH. As vacas lactantes começaram o protocolo Presynch no dia 44 da lactação (DL).
Presynch = Pré-sincronização, PG = PGF2, IATF = IA a tempo fixo

É interessante notar que a taxa de prenhez para vacas não lactantes foi mais baixa no grupo tratado com bST do que no controle (27% [9/33] vs. 64% [14/22]; P<0,01); no entanto, o comprimento do concepto (39 vs. 20 cm) e a concentração de IFN-τ (7,15 vs. 23,6 µg) foi mais alta. Nas vacas lactantes o bST aumentou a taxa de prenhez (83,3% [5/6] vs. 40% [4/10]; P<0,09), o comprimento do concepto (45 vs. 34 cm) e a concentração de INF-τ (9,4 vs. 5,3 total µg nos lavados uterinos). O interferon-tau é secretado pelas células do trofoderma das membranas extra-embrionárias. Quando o conteúdo de IFN-τ nos lavados uterinos foi ajustado para o comprimento das membranas extra-embrionárias como covariável na análise estatística, a diferença decorrente da bST deixou de ser significativa. Então essa maior concentração de IFN-τ nas vacas tratadas com bST parece ocorrer devido ao maior tamanho dos conceptos no dia 17 (Figura 2).



Figura 2. Quantidade total de INF-τ nos lavados uterinos no dia 17 após a IATF de vacas lactantes e não lactantes. O gráfico ilustra a correlação entre o aumento no tamanho do concepto e a quantidade total de INF-τ no útero.

Nas vacas não lactantes, o bST reduziu as taxas de prenhez mas aumentou o comprimento dos conceptos e as concentrações de IFN-τ. O aumento de duas vezes no tamanho dos conceptos e de três vezes nas concentrações de IFN-τ pode ter provocado uma assincronia no ambiente uterino refletindo na redução na taxa de prenhez. Esse crescimento embrionário avançado pode ter ocorrido devido a uma hiperestimulação das concentrações de IGF-I resultante da administração do bST. Nas vacas não lactantes as concentrações de IGF-I já estão em níveis suficientemente elevados para a manutenção do crescimento do embrião, como observado através da maior taxa de prenhez nas vacas não tratadas com bST. No entanto, o bST elevou as concentrações plasmáticas de IGF-I nas vacas lactantes até as concentrações basais das vacas não lactantes não tratadas com bST (Figura 3); e as vacas lactantes apresentaram uma taxa de prenhez mais alta. Adicionalmente, o comprimento dos conceptos e as concentrações de IFN-τ aumentaram, mas não até os mesmos níveis observados nas vacas não lactantes. Parece existir um nível ótimo no qual o IGF-I pode exercer seus efeitos benéficos sobre o desenvolvimento e sobrevivência do embrião de maneira aumentar a taxa de prenhez (Figura 3).



Outra possibilidade para a redução na taxa de prenhez nas vacas não lactantes pode ser a hiperestimulação da insulina plasmática induzida pelo bST (Figura 4). Relatos anteriores indicam que altas concentrações de insulina podem afetar negativamente tanto ovócitos quanto embriões de vacas leiteiras (Armstrong et al., 2003), camundongos (Chi et al., 2000) e humanos (Sagle et al., 1988). Essa diferença na resposta ao bST ilustra a complexa relação entre status nutricional e fisiológico (ou seja, status de lactação VS não lactação) e a reprodução. O aumento na fertilidade observado nas vacas tratadas com bST parece ser específico para vacas em lactação. A aplicação de bST em vacas não lactantes ou outras populações alvo, como novilhas ou vacas de corte com uma produção de IGF-I suficiente, pode resultar em nenhum efeito ou possivelmente reduzir a fertilidade.

RICARDA MARIA DOS SANTOS

Professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.
Médica veterinária formada pela FMVZ-UNESP de Botucatu em 1995, com doutorado em Medicina Veterinária pela FCAV-UNESP de Jaboticabal em 2005.

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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RICARDA MARIA DOS SANTOS

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 19/10/2009

Prezado Marcos Mariano,
Obrigada pela participação!

1) Qual o protocolo de Presynch mais indicado ou mais eficaz à campo? Comparando o protocolo utilizado neste trabalho (GnRH + PGF2?) com o protocolo de duas aplicações de PGF2? com intervalo de 14 dias e início do Ovsynch 12 dias após este.
O protocolo com duas aplicações de PFG funciona bem em vacas ciclando, já em vacas em anestro é melhor usar o GnRH + PGF

2) Em que momento do Ovsynch devemos aplicar o bST para obtermos as melhores taxas de prenhez, no dia do 1° GnRH ou no dia da IATF?
Os resultados são bastante semelhantes entre a aplicação no dia do 1° GnRH ou no dia da IATF.

3) A aplicação de antiiflamatórios não esteroidais no dia 16 ou 17 após a IATF afim de reduzir a secreção de PGF2 endógena, poderia contribuir ainda mais para o aumento dessas taxas de prenhez?
Os resultados dos estudos sobre a aplicação de antiiflamatórios não esteroidais no dia 16 ou 17 após a IATF são bastante controversos, mas se a fazenda esta com problemas vale a pena tentar.


MARCOS MARIANO

RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/10/2009

Excelente artigo!
Com certeza, estes são excelentes resultados de taxas de prenhez nas vacas lactantes tratadas com bST (64%). Analisando estes resultados, tenho algumas perguntas.

1)Qual o protocolo de Presynch mais indicado ou mais eficaz à campo? Comparando o protocolo utilizado neste trabalho (GnRH + PGF2?) com o protocolo de duas aplicações de PGF2? com intervalo de 14 dias e início do Ovsynch 12 dias após este.

2)Em que momento do Ovsynch devemos aplicar o bST para obtermos as melhores taxas de prenhez, no dia do 1° GnRH ou no dia da IATF?

3)A aplicação de antiiflamatórios não esteroidais no dia 16 ou 17 após a IATF afim de reduzir a secreção de PGF2? endógena, poderia contribuir ainda mais para o aumento dessas taxas de prenhez?

Desde já, muito obrigado!
WILLIAM J A P SOUSA

GOIÂNIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/05/2009

Já vi isso na pratica, e sempre indico aos pecuaristas o USO de BSt de liberacao lenta e com resultados satisfatorio. Realmente é muito bom o resultado.
Bela materia!

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