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Importância do manejo do pastejo para produção de leite a pasto - Parte 2: estratégias de manejo do pastejo rotacionado

POR MARINA A. CAMARGO DANÉS

E ADENILSON JOSÉ PAIVA

MARINA A. CAMARGO DANÉS

EM 07/06/2013

8 MIN DE LEITURA

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Na primeira parte desse artigo (clique aqui para ler), discutimos um pouco sobre a fisiologia da planta forrageira e como eventos relacionados ao crescimento da planta interferem no tipo de material forrageiro que será oferecido ao animal. Também foi abordado como os diferentes componentes de comportamento ingestivo se balanceiam para resultar no consumo de pasto diário de um animal ruminante. Por fim, pudemos concluir que a estrutura do pasto é a variável que integra os interesses da planta forrageira e do animal em pastejo. Dessa forma, técnicas mais recentes de manejo do pastejo têm utilizado variáveis de estrutura do pasto como ferramentas de decisão. Apesar de ser possível utilizar de tais ferramentas para manejar pastos tanto em lotação contínua quanto rotacionada, o foco desse artigo será lotação rotacionada, uma vez que este manejo é adotado mais frequentemente por sistemas intensificados de produção de leite.

Na exploração de pastagens por método de pastejo rotacionado, as decisões de manejo devem ser diárias e, por isso, o manejador do pasto tem grande importância no sistema e deve ser muito bem treinado. O técnico responsável pelo manejo do pastejo deve atuar em duas frentes independentes de tomada de decisão: momento de entrada dos animais no piquete, e momento de saída.

Momento de entrada dos animais no piquete

O momento de entrada dos animais no piquete é a decisão de manejo mais importante para garantir estrutura de pasto adequada durante toda estação de pastejo. Tradicionalmente, o pastejo rotacionado era manejado com período de descanso fixo, baseado em um determinado número de dias para cada espécie forrageira e para cada época do ano. Entretanto, com o avanço dos estudos em ecofisiologia das plantas forrageiras, ficou claro que o período de descanso deve respeitar o estado fisiológico da planta.

O ponto ideal no qual o crescimento da planta deve ser interrompido, ou seja, que o pasto deve ser utilizado, corresponde aos 95% de interceptação luminosa (IL), como vimos na primeira parte deste artigo. A interceptação de luz não é uma variável facilmente medida no campo, pois depende de um equipamento bastante caro utilizado apenas em situações experimentais. Por isso, pesquisas foram realizadas para correlacionar a interceptação luminosa com variáveis estruturais do pasto, mais facilmente mensuráveis. Dentre as variáveis estudadas, a que apresentou melhor correlação com a interceptação luminosa e, também, a mais fácil de se medir, foi a altura do pasto.

Para cada espécie forrageira, os 95% IL são atingidos sob uma mesma altura do pasto. A Tabela 1 apresenta as alturas correspondentes aos 95% IL para as principais espécies de gramíneas forrageiras. Para que a correlação entre os 95% de IL e altura seja efetiva e consistente, e até mesmo para se explorar o potencial de uma determinada gramínea forrageira, alguns cuidados, já recomendados para o manejo da pastagem, precisam ser tomados. Os cuidados começam com a boa formação da pastagem, que envolve a escolha correta da gramínea forrageira para uma determinada região, uso correto da quantidade de sementes para a formação de bom stand de plantas, correção da acidez do solo, uso de adubação de manutenção para atender as exigências nutricionais da forrageira utilizada, entre outros. Esses cuidados são e devem ser tomados antes de se realizar o manejo do pastejo, não se pode e nem deve esperar boa correlação entre 95% IL com a altura do pasto se a pastagem foi mal formada, se há um baixo número de plantas por m2 e se a gramínea forrageira está com deficiência nutricional de um determinado nutriente. Adicionalmente, mesmo quando se toma os cuidados anteriores é preciso entender que, como base em pesquisas recentes, os pastos precisam de um período de adaptação quando se faz a mudança de um manejo do pastejo para outro. O tempo necessário para essa adaptação é dependente da forma como os pastos eram manejados anteriormente e o qual será submetido, mas as pesquisas indicam que no mínimo 6 meses são necessários. Respeitando esses cuidados e o período de adaptação ao manejo do pastejo a correlação entre 95% IL e altura será sempre muito boa.

Dessa forma, a altura dos pastos deve ser monitorada diariamente para definir o momento de entrada dos animais no piquete, quando esta atingir o valor correspondente a 95% IL. É muito importante que a altura de todos os piquetes da propriedade seja monitorada, pois plantas tropicais podem crescer muito rápido sob condições de crescimento adequadas. Obviamente, medir a altura de todos os pastos todos os dias é inviável, pois qualquer propriedade apresenta pelo menos 20-25 piquetes. Um método interessante e de boa aplicação prática no campo para monitorar a altura dos pastos é fazer uma medição completa, isto é, de todos os piquetes da propriedade, a cada 10 dias. Dessa forma, é possível prever a seqüência na qual os pastos irão atingir a altura de entrada e também estimar o crescimento, em cm/dia, utilizando-se duas medições consecutivas. Com esse valor de crescimento, o manejador de pasto consegue prever quantos dias, aproximadamente, cada piquete vai levar para atingir a altura de entrada.

Além da medição de todos os pastos a cada 10 dias, diariamente deve ser feito o monitoramento dos 2 ou 3 pastos mais próximos da altura de entrada para definir o dia exato da entrada. O número de pontos medidos por piquete depende muito do tamanho da área e da homogeneidade do pasto, mas de um modo geral, situa-se entre 10 e 20 pontos, medidos sobre um caminhamento em zigue-zague.

Momento de saída dos animais do piquete

Sistemas de pastejo rotacionado são caracterizados por períodos curtos de ocupação, às vezes inferiores a um dia e com no máximo 3 a 5 dias. Durante esse período, o rebaixamento é feito por diferentes lotes de animais, colocados sucessivamente no piquete de acordo com as exigências nutricionais de cada lote.

Na prática, isso significa dizer que o lote de maior exigência, geralmente vacas de início de lactação e de maior produção, é o primeiro a entrar no piquete para pastejar o estrato superior, porção de maior valor nutritivo e maior facilidade de colheita. Após um período curto de ocupação, de 0,5 ou 1 dia, esse lote é movido para um piquete novo e outro lote entra nesse piquete para terminar o rebaixamento até o resíduo final. O lote utilizado para pastejar o segundo estrato deve ser de menor exigência nutricional, como vacas em final de lactação, novilhas prenhas ou vacas secas, já que a forragem disponível é de menor valor nutritivo (folhas mais velhas) e a estrutura de pasto remanescente é menos adequada para colheita, dificultando o consumo.

Apesar de existirem recomendações de alturas ideais de saída para cada espécie forrageira (tabela 1), elas devem ser usadas como referências e não como metas específicas de manejo. Isso porque, sob mesma altura, o resíduo de um pasto pode apresentar estrutura totalmente diferente de outro, dependendo da condição que o pasto estava no momento da entrada dos animais. Dessa forma, a retirada dos animais do piquete deve ser determinada muito mais pela observação da condição do pasto conforme o rebaixamento vai acontecendo.



É importante ter em mente que o resíduo ideal é aquele que permite à planta rebrota rápida e vigorosa, o que depende do IAF remanescente, e não compromete demasiadamente o consumo dos animais, o que acontece quando o rebaixamento ultrapassa 50% da altura de entrada. Por outro lado, um resíduo muito alto ou com muitas folhas significa baixa eficiência de utilização do pasto e, consequentemente, redução da produtividade. Portanto, é essencial que o resíduo contenha folhas.

De forma bastante prática, pode-se dizer que o resíduo adequado apresenta coloração verde, por causa das folhas remanescentes. Quando olhamos para um pasto em final de rebaixamento e ele está marrom, podemos concluir que passou do ponto ideal, pois só apresenta colmos e material morto. Para ilustrar essa idéia, a figura 1 apresenta 3 situações de pastos em final de rebaixamento. Do lado esquerdo, podemos ver um pasto ainda com muitas folhas, que pode ser utilizado por mais tempo antes dos animais serem retirados. No centro temos o resíduo ideal e à direita um pasto que passou do ponto de retirada dos animais e só apresenta colmos e material morto.

Figura 1. Situações de pastos em final de rebaixamento, indicando o ponto ideal de retirada dos animais do piquete

Visto como devem ser as principais tomadas de decisões do manejador de pasto, podemos concluir que o manejo do pastejo consiste em sincronizar a utilização do pasto com a velocidade de crescimento da planta que, por sua vez, é dependente da disponibilidade de fatores de crescimento.

Quando a meta de entrada é desrespeitada, a estrutura do pasto é transformada de forma irreversível na mesma estação de pastejo. O capim elefante, por exemplo, quando manejado em crescimento livre, produz colmos tão grossos que sua aparência fica semelhante à de uma planta de cana de açúcar. Além de dificultar o consumo dos animais, essa estrutura inadequada prejudica também a qualidade do resíduo e a rebrotação do pasto, uma vez que é a participação de colmos é bem maior.

Monitoramento da eficiência de manejo

A eficiência do manejo do pastejo pode ser monitorada pela observação de algumas variáveis na planta e no animal que indicam ao manejador se as tomadas de decisões estão sendo adequadas.

Do ponto de vista da planta, as variáveis que devem ser monitoradas constantemente são:

• Estrutura do pasto:
Presença de colmos: indica problemas na meta de entrada;
Grande quantidade de material morto: indica altas perdas por senescência, evidenciando má utilização da forragem acumulada;

• Velocidade e vigor da rebrotação: reflete a qualidade do resíduo;

• Presença de plantas daninhas no piquete: indica baixa competitividade das plantas forrageiras, decorrentes de super-utilização. Uma planta forrageira bem manejada é mais competitiva e prevalece na área em relação às plantas daninhas.

Já do ponto de vista dos animais, as características comportamentais que podem refletir ao manejador a qualidade do manejo do pastejo são:

• Número e duração das refeições: quando os animais pastejam plantas com estruturas adequadas, cada refeição realizada é mais eficiente, ou seja, fornece mais alimento, fazendo com que as refeições sejam mais curtas e em menor número;

• Tempo pastejando no mesmo lugar: animais passam mais tempo pastejando no mesmo lugar (sem caminhar) em pastos adequados do que em pastos com estrutura ruim;

• Número de passos entre as paradas para pastejar: animais em pastos ruins dão menos passos entre duas paradas para pastejar do que em pastos bem manejados;

• Deslocamento do piquete: o deslocamento dos animais em pastos bem manejado é mais irregular quando comparado a forma de movimentação dos animais em pastos com estrutura ruim, mais retilínea.
 

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MARINA A. CAMARGO DANÉS

Professora do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras. Engenheira Agrônoma e mestre pela ESALQ/USP. PhD em Dairy Science pela Universidade de Wisconsin-Madison, WI, EUA. www.marinadanes.com

ADENILSON JOSÉ PAIVA

Zootecnista pela UFRRJ, mestre e doutor em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP. Atualmente é pós-doutorando pela ESALQ/USP, desenvolvendo projeto de ILPF.
br.linkedin.com/in/adenilsonpaiva

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MIGUEL E. VILLARREAL TORRES

PESQUISA/ENSINO

EM 01/11/2014

Interesante documento. Es evidente que se deben reducir las dificultades para que los ganaderos realicen buen manejo de los pastos con base en la morfogenesis, pero, también es absolutamente indispensable que los productores se capaciten. La ciencia como conocimiento organizado debe estar al alcance de todos, es para nuestro servicio. La experiencia es importante y complementa al conocimiento. Cuando se sabe cual es la fisiología de cada especie o variedad de pasto es posible ajustar el manejo, aplicar métodos para pastoreo y  mejorrar los ingresos en las fincas.



Respetuoso saludo para todos. Gracias
JONAS FERREIRA DE MORAIS

ITAPETININGA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/11/2013

gostei muito eu ja tenho o pato rotasionado mas nao deichava as fohas verde gastei agora vou comesar deichr
SÉRGIO ROSENDO ABREU

GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/09/2013

o  piquete rotacionado é importante para diminui custo na compra de silo isso se fazer

os devidos cuidado.
MILTON SHIGUEO SATO

REGENTE FEIJÓ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/07/2013

a experiencia nossa diz q depois de anos manejando os piquetes rotacionados(adubação, agua, esterco, roçada no inverno p/ sobressemeadura), a sequencia de pastejo dos piquetes não mudam muito, salvo os q ficam perto de malhadouros e das areas de cocho.como o numero de piquetes é fixo, no verão se roda c/ menor numero deixando as vacas pastarem 2 por dia.
LAUDELINO JOAQUIM DE CARVALHO

VARGEM GRANDE DO SUL - SÃO PAULO

EM 24/06/2013

Prezado Dr. Adenilson.

Suas respostas ao Sr. Rodger Douglas são bastante esclarecedoras e complementa seu importante artigo. Mais uma vez aumenta minha satisfação ao verem confirmadas, conforme suas palavras, as pesquisas de André Voisin, à luz da realidade vivida pelos pecuaristas que buscam a eficiência de sua lavoura pastoril.

Grato novamente.

Netto Fernandes

Fazenda Recanto da Prainha

Vargem Grande do Sul SP
ADENILSON JOSÉ PAIVA

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 22/06/2013

Continuando comentário dos pontos levantados por Rodger Douglas.



Outro apontamento feito foi referente ao uso de irrigação e fertilidade do solo.  O que está sendo hipotetizado pela comunidade científica, mas que ainda precisa ser investigado, é que utilização desses fatores de crescimento atuaria acelerando a velocidade de crescimento da gramínea forrageira. Sendo assim, quanto melhor a fertilidade ou a disponibilidade de fatores de crescimento mais rápido um determinado piquete estará no "momento" de ser pastejado novamente. Isso não significaria que o momento de entrada (altura) seria diferente em função da disponibilidade desses fatores. Contudo, é preciso uma investigação mais cuidadosa sobre esse fator.  Quanto ao fato de ser universal o momento fisiológico de se interromper a rebrotação para o grande número de forrageiras disponíveis, até o momento o que está, de certa forma, sendo bem aceito é que 95% de interceptação de luz é o máximo que se pode deixar a rebrotação atingir, mas alguns pesquisadores já estão estudando o impacto de se interromper a rebrotação antes do dossel atingir 95% de IL para algumas forrageiras.

     Realmente a adoção dessa filosofia de manejo acarreta em perda da simplicidade de manejo, mas por outro lado resulta em ganhos efetivos de produto animal e, consequentemente, em maior viabilidade econômica da produção animal em pasto. Não é uma tecnologia que demanda investimento em equipamentos, é preciso apenas uma mudança de conduta, que é a forma de como manejar o pastejo. A princípio pode não ser uma ação simples, mas propriedades que já adotaram essa filosofia de manejo obtiveram bons resultados. O produtor que utiliza a pastagem como base alimentar para seu rebanho precisa entender que é preciso "cuidar" do pasto da mesma forma que se cuida de uma lavoura, que vai desde a escolha da forrageira indicada até a colheita da forragem no "momento" correto.

     Por fim, a frequência com que se monitora a altura será dependente sim da velocidade de crescimento da gramínea forrageira que, por sua vez, é dependente da gramínea que é utilizada, da fertilidade do solo, adubação, irrigação, ou seja, da disponibilidade de fatores de crescimento. A sugestão apresentada no texto é uma recomendação geral, mas que pode e deve ser ajustada para cada situação.

     Estamos disponíveis para novos questionamentos.

Grato




ADENILSON JOSÉ PAIVA

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 22/06/2013

Prezado Rodger,

Primeiramente, muito obrigado pelo comentário e pela pergunta. Como você mesmo comentou, a abordagem que demos ao artigo possui um foco muito mais prático e aplicado do que científico. Porém, aproveitando seu comentário, para uma abordagem mais científica, podemos discutir alguns pontos. As gramíneas forrageiras possuem uma ampla plasticidade fenotípica, de modo que, são capazes de ajustar suas características morfogênicas e estruturais em resposta aos mais diferentes ambientes à que forem submetidas. Contudo, o que as pesquisas científicas buscam é a exploração dessa plasticidade a fim de maximizar a produção de componentes de interesse, prioritariamente folha. As gramíneas forrageiras de clima tropical acumulam carboidratos de reservas, a opção por não "forçar" os animais a consumirem todas as folhas, além do fator que já foi abordado no texto sobre a velocidade de rebrotação, também está relacionada com o impacto que essa ação teria sobre o desempenho dos animais. Tal preocupação é justificada pela predominância do componente colmo no estrato inferior do dossel, ou seja, forçar os animais consumirem as folhas que existem ao final do pastejo, em pastagens de gramíneas forrageiras tropicais, os obrigam a se depararem com uma estrutura do dossel com a presença de um componente que atua reduzindo expressivamente o consumo, o colmo. Mesmo com o uso de estratégias de manejo que buscam controlar o acúmulo excessivo desse componente ele ainda se faz presente no estrato inferior. Sendo assim, as recomendações de altura pós-pastejo com certa quantidade de folhas é para garantir uma rebrota rápida e não penalizar o desempenho dos animais. Naturalmente, o preço pago por essa atitude é redução de eficiência de colheita, mas seguramente essa eficiência é maior das que são obtidas quando se "erra" o momento de colocar os animais no piquete. Adicionalmente, manejar o pastejo é justamente manejar as eficiências do processo de produção animal em pasto, pois a redução em eficiência de colheita pode refletir em aumento na eficiência de aproveitamento da conversão da forragem consumida em produto animal. Como comentado no texto, apesar de existirem recomendações de alturas ideais de saída para cada espécie forrageira, elas devem ser usadas como referências e não como metas específicas de manejo, pois justamente em função da plasticidade fenotípica que as forrageiras apresentam a condição pós-pastejo permite relativa flexibilidade de manejo. Em uma condição que seja necessária a manutenção de um maior número de animais por área pode-se utilizar menores alturas de pós-pastejo e, em outra condição, onde o objetivo seja otimizar o desempenho dos animais pode-se utilizar maiores alturas pós-pastejo.
PAULO ENILSON SOARES DE BRITO

NOVA CANAÃ - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/06/2013

Excelente, pois muitos técnicos ficam atrelados a tabela por período de descanso.
VALDEMIR COPETTI FARIAS

AUGUSTO PESTANA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/06/2013

  Ótimo artigo!   Sempre bom lembrar  que graças aos pesquisadores nós os produtores rurais podemos evoluir usando nóvas técnicas em nossas propriedades.
JOSE FERREIRA NETO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/06/2013

Muito bom o artigo!



Gostaria de saber como pode ser reduzido os problemas com os corredores de acesso aos piquetes, vejo como o maior desafio para o bom funcionamento do pastejo rotacionado, dado que no morro as vacas escorregam muito e nas baixadas concentra-se muito barro.



Grato.
ALCEBIADES FAÉ CÔVRE

GOVERNADOR LINDENBERG - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/06/2013

Muito interressante o artigo, parabeniso os autores.

porém Alguns pontos são interressantes na teoria, porem na pratica concordo com o Sr rodger douglas.

Para este sistema em manejo rotacionado intensivo, com taxa de lotação acima de 7 UA/ ha, se torna um pouco complicado, pelo fato da seuquencia de pastejo ter uma uniformidade e um maximo aproveitamento de MAteria Verde da pastagen, pois em pastejo rotacionado irrigado e adubado, logo após a retirada dos animais, a planta tem tudo que nescessita para seu desenvolvimento a pronta disposição.

A mão de obra para este manejo se torna mais onerosa, por isto prefiro definir um tempo fixo de pastejo, e descanso, para melhor dinamizar e simplificar o sistema.

mais o trabalho foi muito bem elaborado, acho dificil emplementar na pratica.

Obrigado
ALEXANDRE BENVINDO FERNANDES

RIO BRANCO - ACRE - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/06/2013

Excelente! Muito bom o artigo. Acrescentaria no item do bom manejo de pastagem no reflexo do animal, a produção diária do leite. Isso deve ser mensurado fazendo a anotação do controle leiteiro.

Parabéns Mariana Danés e Adenilson Paiva.  
LAUDELINO JOAQUIM DE CARVALHO

VARGEM GRANDE DO SUL - SÃO PAULO

EM 10/06/2013

Prezados Drs. Marina e Adenilson!

Lí com grande interesse e satisfação a matéria acima. As pesquisas mais recentes estão atestando o que o grande mestre Voisin já apregoava desde 1951. Tenho uma pequena propriedade em Vargem Grande do Sul SP, onde venho desde 2008 lidando com o manejo de piquetes. É simples, porém nada fácil, como diz o ilustre Dr. Luiz Carlos Pinheiro Machado, grande batalhador na divulgação dos conceitos do PRV.  Sem querer criar qualquer polêmica, pois não tenho conhecimento científico necessário para tal, apenas quero registrar minhas observações pessoais, quase coincidentes com seus estudos, quanto a: A entrada do gado deve obedecer o ponto ótimo de maturação do pasto; a lotação deve ser máxima, com o menor tempo de pastejo, utilizando o que Vv.Ss. apregoam, com referência a entrada de dois ou três grupos de animais, de conformidade com suas exigências nutricionais, sendo o terceiro grupo composto de vacas velhas, mas com dentes, para que façam a rapagem final, sendo utilizadas como roçadeiras biológicas, promovendo máximo rebaixamento. A nova brotação deverá vir da coroa das forrageiras, e não de hastes remanescentes. E, principalmente, que todos os piquetes tenham água disponível, em quantidade e qualidade. Voisin e Pinheiro Machado nos ensinam ainda que devemos entender o ato da vaca pastar, como pastoreio, com a participação da intervenção humana, enquanto que o pastejo significa tão somente o ato de a vaca comer o pasto.

Outro fator que merece destaque, é que em PRV não há intervenção de externalidades de custos. No entanto, nenhuma espécie forrageira se desenvolve sem um grande aporte de insumos. No entanto, são insumos representados pela luz solar e pelos dejetos dos próprios animais. São fatores que viabilizam resultados positivos à propriedade, permitindo sua perpetuação.

Em minha pequena experiência de produtor, buscando alcançar os bons resultados possíveis, tenho feito também, com bom resultado, sobre- semeadura de feijão guandu tem todos os piquetes, como fonte de fixação biológica de N, fornecedor de proteína complementar, descompactador de solo, sombreador, sendo muito bem aceito pelos animais. Creio que esta é uma leguminosa que merece ser melhor explorada nos sistemas de pastoreio, não apenas como banco de proteínas, uma vez que é planta muito eficiente em seu desenvolvimento, estabelecendo-se com facilidade em praticamente todos os tipos de solo. Em meu caso específico, após 5 anos de acompanhamento e bons resultados, denominei meu sistema de "Pasto de dois andares". A gramínea no primeiro e o guandu no segundo andar.

Agradeço a oportunidade de manifestar-me neste espaço, cumprimentando-os pela divulgação de seu trabalho.

Atenciosamente.

Netto Fernandes

Fazenda Recanto da Prainha

Vargem Grande do Sul SP
ANGÉLICA LISBOA ARAUJO

EM 10/06/2013

Gostei muito,mas está longe da minha realidade,moro no nordeste.
CARLOS FERNANDO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/06/2013

Excelente conteúdo para contribuir para nossa pecuária
SANTO OLIVATTO

IPUÃ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/06/2013

muito didatico e atual o artigo, parabens.
RODGER DOUGLAS

JABORANDI - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/06/2013

Marina e Adenilson parabens pelo artigo. bem claro e sucinto.



Podem comentar no efeito da plasticidade nesta relacao de IL e altura?



Achei interessante o recomendacao de deixar folhas verdes no residuo ideal - nao tem pastagems tropicais que tem reservas de carboidratos nas raizes/colmos suficientes para maximizar a producao total sem deixar folhas verdes? Considerando o numeroso quantidade de variedade/especies existentes acho dificil que este fator de fisologia seria universal?



As variabilidades no nivel de fertilidade e irrigado/sequiero tambem afetaria estes primeiros dois pontos?



Qualquer material verde deixado pra tras vai baixar tanto o eficiencia de colheita global e tambem baixar a qualidade da forragem ofertado na proxima pastejo.



As recomendacoes para azevem perenne e festuca sao para colher todas as folhas cada pastejo - a altura varia significantemente no ano quando fecha o sward (95% IL) por causa da alta plasticidade e estrategias de mudanca da massa media ao longo do ano.



Nestas pastagems temperadas a experiencia de deixar material para tras e que aumenta a produtividade e qualidade dentro de um ciclo de pastejo mas ao longo do ano os efeitos negativos na composicao do sward e mudanca na estrutura baixa tanto a produtividade tanto a qualidade do material oferecido ao gado.



Em relacao a recomendacao de pastejo de grupos entrando em acordo com as exigencias nutricionais existe uma quantidade de trabalho suficiente que mostra que deve ser uma recomendacao universal ou pelo menos na maioria dos casos. Entendo o conceito e acho que e provavelmente correto mas nao tenho visto nenhum trabalho em relacao este ponto.



Na minha experiencia qualquer vantagem desse sistema pode ser perdido quanto pelo excesso de tempo de pastejo (todas as lotes tem que entrar em sequencia) tanto pela perda de simplicidade do sistema que aumenta a neccesidade de mao de obra/frequencia de erros etc. Outro fator e que neste sistema voce perde a intensidade de pastejo que pode causar mudancas nao desejaveis ao estrutura do sward ao medio/longo prazo.



Considerando a importancia da qualidade/consistencia do volumoso na dieta no resultado economica e tambem a velocidade da sistema biologico tropical achei 10 dias como intervalo de medicao muito longo. Pode mostrar que economicamente falando o ideal em sistemas temperado e menos de 1/3 do ciclo de rotacao esperado. talvez a faixa de 4-7 dias seria um numero mais interessante?



Aceito que as perguntas/comentarios em cima representa pontos um pouco academico/alem do realidade  da maiora dos produtores mas seria interessante o ponto de vista de voces.



Um abraco,



Rodger Douglas


ALIPIO AUGUSTO FREIRE RODRIGUES

SÃO PAULO - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 07/06/2013

Excelente!
SIDNEY

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/06/2013

Interessante que mesmo mostrando a dificuldade de controlar mostra o potencial.

Um pasto bem manejado pode produzir um volume bom de alimento.

Estou começando a monitorar estes parâmetros e após ler esta mensagem vou adaptar algumas coisas do meu manejo.
PAULO R. F. MÜHLBACH

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/06/2013

Parabenizo os autores do artigo, tão rico em informação prestada de modo muito didático!

Constata-se que não é fácil o correto manejo de produção de leite à base de pasto (atendendo às demandas, tanto da vaca, quanto da forrageira) notadamente, com as espécies forrageiras de clima tropical, com tamanhas variações e tantas variáveis a controlar.

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