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Redução dos custos de produção: priorize os itens que têm maior impacto

POR MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/10/2000

3 MIN DE LEITURA

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Marcelo Pereira de Carvalho

Não basta monitorar os custos de produção de leite; é preciso interpretá-los, conhecer os seus componentes e agir visando a elevação da receita líquida da propriedade.

É evidente que qualquer redução de custos sem que haja em contrapartida uma redução na receita irá elevar o lucro e, por isto, deve ser almejada pelo proprietário. Porém, nota-se muitas vezes gasto excessivo de tempo e esforços para reduzir custos de itens que pesam muito pouco no cômputo final. O resultado é a frustração e o desvio da atenção para onde de fato importa.

A tabela 1, obtida de uma situação real, mostra a distribuição dos custos de uma fazenda leiteira. Percebe-se claramente que poucos itens são responsáveis pela maior parcela dos custos. Juntando-se o item alimentação, que representa quase 50% dos custos totais, e a folha de pagamento (incluindo todo o pessoal envolvido na atividade), tem-se quase 70% dos gastos totais. Isto significa dizer que, se existem itens nos quais alterações de valores são significativas, estes são os itens deste exemplo.

Tabela


Uma redução de 10% no custo de alimentação irá diminuir em 4,85% o custo total de produção. Supondo que este seja R$ 0,35/litro, significa 1,7 centavo por litro de leite. Já uma expressiva redução de 50% por exemplo no reparo de benfeitorias, resultará em módicos 0,33 centavos a menos no custo de produção, ou seja, muito barulho por quase nada.

Vale lembrar, por outro lado que, se a alimentação é aquela que permite maior amplitude de atuação para a redução dos custos de produção, é também a mais sensível a mudanças mal pensadas. Supondo custo de R$ 0,35/litro e 48,5% dos custos referentes à alimentação, uma economia de 10% no custo de alimentação não poderá resultar em decréscimo na produção de leite por vaca maior do que 4,85%, caso contrário o custo de produção final será maior do que o inicial.

Embora não será abordado em detalhes nesta oportunidade, é sempre bom lembrar que o que de fato importa é o lucro e não o custo. Muitas vezes (geralmente) o lucro ótimo da propriedade não coincide com o ponto de custo mínimo, pois não se pode esquecer da importância da receita na composição do lucro. Custo menor por litro de leite, mas com receita reduzida, pode deixar menos dinheiro no bolso do produtor do que uma situação com custo mais alto, porém maior produção de leite. Mas isto é tema para outro radar.

Outra colocação importante é que a avaliação de porcentagens como na tabela acima deve ser feita com cuidado, afinal um valor depende do outro. Se, por exemplo, o custo de alimentação for muito elevado, pode perfazer uma proporção exagerada do custo final, reduzindo a participação porcentual dos demais custos. Isto não quer dizer os demais custos são baixos; podem até ser elevados em comparação com determinados padrões, o que mascara a análise. Desta forma, deve-se, além dos porcentuais, avaliar os custos em valor absoluto. O objetivo da tabela acima foi mais no sentido de ilustrar os pesos dos itens normalmente encontrados em uma fazenda leiteira do que sugerir uma metodologia de interpretação dos custos.

Outra avaliação a ser feita a partir da tabela acima é que alguns itens podem ser pouco manipulados pelo produtor no curto prazo. São eles a depreciação de benfeitorias e máquinas e os juros sobre o capital de giro e sobre o capital investido. Desta maneira, as possibilidades de atuação recaem mesmo sobre os itens de custo variável (alimentação, mão-de-obra, medicamentos, administração, etc).

O importante é notar que, apesar de reduções de custos nos itens menos importantes ser interessantes, os 5 itens menos importantes do total de 11 listados no exemplo acima representam apenas 15,5% do custo final, contra os 70% já mencionados relativos à alimentação e mão-de-obra.

Por fim, não se deve esquecer que, embora menos significativos, alguns destes custos que pesam menos no cômputo final podem esconder ineficiências que afetam toda a propriedade. Se o custo de medicamentos estiver elevado, por exemplo, o impacto nos custos diretos pode ser baixo, mas este fato pode significar que a situação do rebanho como um todo não vai bem e, aí sim, o prejuízo pode ser bem maior.

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fonte: MilkPoint

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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