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Dez dicas infalíveis para perder dinheiro com Leite (Parte 2)

POR MARIO SÉRGIO ZONI*

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/02/2007

4 MIN DE LEITURA

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Para não fugir da atual didática dos Cursos para quem quer permanecer na atividade, neste segundo módulo abordaremos dicas para os produtores que não tem tanta pressa em sair da atividade e preferem uma perda financeira constante e a médio prazo, porém sem restar nada no final que os lembre que um dia foram "produtores" de Leite. São atitudes constantemente observadas em muitos produtores em graus variáveis de adesão, mas que sempre os conduzem para fora da atividade. Como falamos no primeiro módulo, é sempre tempo de começar a errar.... Para os que já estão errando, é sempre tempo de aprimorar e potencializar os erros. Seguem algumas dicas:

Descontrole Sanitário

Como algum dia todos os laticínios seguirão a legislação, e só captarão Leite de propriedades com controle sanitário, principalmente no que tange ao Controle de Brucelose e Tuberculose, prepare-se para não ter controle algum. Não vacine as bezerras com vacina contra Brucelose e não faça exames anuais de controle para Brucelose e Tuberculose. Caso você seja obrigado a fazer o exame e algum animal seja identificado como positivo, não o abata, mantenha-o na propriedade ou venda para outro vizinho. De preferência, compre animais sempre de pessoas com má reputação ou daquele seu outro vizinho que sempre tem umas vacas baratinhas que ele trouxe sabe lá de quem, apesar das vacas não terem qualquer controle , ele sempre devolve o dinheiro ou troca por outra vaca quando a vaca for falhada ou parir com um teto falhado. Compre vacina contra Febre Aftosa e não aplique, pois colocar querosene na nuca é muito mais efetivo. Não vacine contra Clostridioses, pois peste de mancha só acontece de vez em quando e aqueles animais que morreram estufados ou de morte súbita foram "intoxicados"por plantas. Não faça destinação correta das carcaças, arraste para uma barroca ou canto de cerca, onde os animais tem acesso, para que possam roer os ossos. Trate os animais com cama de frango, de preferência onde morrem muitos pintinhos e o produtor não retira da cama, pois a chance de Botulismo será maior. Não dê remédio de verme e nem banhe os animais para controle de carrapatos, bernes e moscas, pois quando chegar o inverno os mesmos diminuem.

Criação

Como o setor de criação é muito importante para o sucesso da atividade e você quer sair da mesma, não dê a menor atenção aos animais de reposição. Sendo assim, comece a errar já com as vacas secas, colocando-as para parir no local mais distante da propriedade, e onde você não possa vê-las diariamente. Descuide completamente do fornecimento de Colostro para os recém nascidos, e do fornecimento correto de Leite para os animais jovens. Utilize o leite de animais doentes com Mastite ou com presença de antibiótico, sem tratamento térmico. Ora forneça leite frio, ora forneça leite muito quente para aumentar as chances de Diarréia. Mantenha os animais em alta lotação para aumentar o problema. Nunca trate os animais jovens com ração peletizada pois o que eles aspirarem da farelada vai comprometer a capacidade de produção dos animais no futuro por comprometimento pulmonar. Deixe a ração ficar mofada, pois aumentará ainda mais os problemas. Não suplemente os animais desmamados, para que só atinjam peso para cobertura perto de 2 anos, e primeiro parto com mais de 30 meses. Caso você possa se descartar dos machos nunca o faça, trate-os com leite até os 7 ou 8 meses, pois esses 800 litros gastos mais os gastos com funcionários e demais despesas sempre serão maiores que os R$ 450,00 que os mesmos valem, e você aumenta a sua ineficiência.

Reprodução

Sempre cometa os mesmos erros quando da escolha genética, usando touros comprados do vizinho (isso não vale para quem tem vizinhos com touros em Centrais de Sêmen), ou utilizando touros de raças para corte. Dê preferência a tourinhos de um vizinho com graves problemas sanitários e reprodutivos. Caso você use Inseminação Artificial, compre sempre touros de repasse ou sem prova alguma. Corrija defeitos utilizando touros com defeito contrário. Um exemplo é se você tem animais com perna curva, compre somente touros com perna reta. Não tenha nenhum Planejamento Genético, e nem use programas de acasalamento, preferindo utilizar o Sêmen mais barato que você encontrar. Não dê a menor importância a alguns índices básicos, como Dias em leite, Intervalo entre partos, Dias abertos, Persistência da Lactação e Taxa de Concepção. Nunca saiba quando suas vacas vão parir, pois você não registrará as coberturas, e nem fará diagnóstico de gestação nos animais. Não dê a menor importância aos abortos que acontecerem, nem o grande número de animais com muco sujo ou com corrimento purulento. Não acredite em programas reprodutivos, e no uso de hormônios, preferindo uma recuperação espontânea dos animais com problemas, vai demorar muito mais, mas não custará nada.

Custo de Produção

Como você quer sair aos poucos da atividade, nunca saiba o seu Custo de Produção. Confunda Fluxo de Caixa com Custo de Produção e coisas do gênero. Caso você trabalhe com uso de pastoreio nunca compute a área de pastagens no custo, esqueça que o custo anual médio de um Hectare de pasto bem manejado é superior a R$ 1.250,00 ou 2.500 litros de leite, e que mesmo pastos degradados e com baixa capacidade de lotação tem custo anual médio superiores a R$ 700,00 ou 1.400 litros de Leite. Como estes esquecimentos são mais fáceis de ocorrer quando se trabalha com animais a pasto e baixo custo direto, prefira trabalhar assim, pois com animais estabulados ou manejados em piquetes adequados as despesas não permitem o esquecimento, apesar do faturamento ser muito maior e você ter o risco de lucrar.

Se você utiliza mão de obra familiar, a começar da sua, esqueça de considerar o Pro-labore como custo de produção. Misture despesas familiares com despesas da propriedade.

Em todos os casos, mais principalmente nas propriedades mais tecnificadas, esqueça de computar a depreciação dos equipamentos e instalações na composição dos custos. Não registre os seus gastos corretamente e não remunere o seu capital investido na atividade, principalmente a terra.

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MARCOS FELIPE DE SOUZA LOPES

BALDIM - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/06/2008

Olá Mário tudo bem?
Sua materia e muito boa! Mas como sou novo no ramo, gostaria que você me desse algumas dicas sobre como eu posso calcular o custo das minhas pastagens na produção de leite, e peço também algumas dicas de leituras, na web ou livros.

Desde já agradeço!
CLEUDES DA COSTA BRANDÃO

CUIABÁ - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE CAPRINOS DE LEITE

EM 09/01/2008

Parabens, Sr. Mario .

Sou produtor de leite de cabra em Cuiabá - MT, e adorei o artigo, com simplicidade você falou tudo, e de fácil de entendimento.

Abraços,

Cleudes Brandão
HAULIVERS OLIVEIRA HAUERS

BALNEÁRIO CAMBORIÚ - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 31/12/2007

Dr Zoni,

Estou de alma lavada ao ler seu artigo.

Esta é a realidade no Brasil. Pena que poucos irão ler (produtores de leite).

Parabenizo-o, meu caro colega.
Muito obrigado pelo artigo. É isto aí.

Haulivers Hauers
M. Veterinário
LUCAS JOSE DA SILVA

SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 09/03/2007

Prezado Dr. Mario,

Muito boa esta matéria, serve como desabafo para nós, tecnicos, pois nos preparamos para contribuir para o crescimento da pecuária no Brasil. Mas nos deparamos com uma realidade triste, a realidade do pessimismo, há quem diga que produtor de leite já nasce tendo que falar que a atividade é um péssimo negócio.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Lucas,

Não sou tão descrente assim, apesar de sempre lembrar de um ditado holandês, que traduzido diz o seguinte:

Se o Leiteiro de nada reclamar
Se o Padre nada te perguntar
Prepare-se
Pois o mundo está para acabar.

Como você vê, mesmo em lugares altamente subsidiados, ordenhando com robôs, etc., o aparente "choro" nada mais é que um queixume diante das inúmeras tarefas que um produtor tem de realizar ao dia.

O mesmo tem de ser Administrador, Nutricionista, Gerente de RH, Gerente de Logística, Médico Veterinário, Engenheiro, Eletricista, Economista, e mais várias habilidades que a atividade exige, e que muitas vezes o produtor não está habilitado a executar e não tem com quem contar para auxiliá-lo.

Abraços

Mário Sérgio Zoni
MARCOS KOCH ORTIZ

CASTRO - PARANÁ

EM 22/02/2007

Muito bom, Mário. Há quem diga que se faz errado na primeira vez e aprenda com seu próprio erro. Se persistir... não aprendeu nada.
JOSÉ BRÁULIO DE OLIVEIRA GOMES

CUNHA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/02/2007

Prezado Dr. Mário,

Parabéns pela forma de escrever e pela coragem de tentar abrir os olhos de diversos "criadores". Mamãe disse uma vez que não consegui conquistar um cliente de grande potencial, era um médico bem sucedido que acabara de comprar uma fazenda e que desistira após três anos (o ciclo básico) de desfortúnio.

Disse ela: "filho, sinceramente não sei porque o Dr. Fulano não contratou seus serviços para assessorá-lo...". Respondi sem hesitar: "se temos problemas de saúde, consultamos um médico, problemas com o carro levamos ao mecânico, mas se temos um projeto agropecuário qualquer um pode fazer... é a cultura popular brasileira, todo mundo nasceu na roça, gosta da roça ou já ouviu falar da roça..."

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