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Como maximizar a produção de leite e o bem-estar das vacas mestiças? (Parte 2)

POR TELMA DA MATA MARTINS

E NILSON DORNELLAS DE OLIVEIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/12/2013

6 MIN DE LEITURA

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Na parte 1 desse artigo (acesse aqui), fizemos alguns questionamentos sobre o manejo tradicional (com presença do bezerro ou aplicação de ocitocina) de vacas mestiças nos sistemas de ordenha mecanizada e algumas considerações sobre o amansamento e a adaptação desses animais à sala de ordenha antes da primeira lactação. Antes de discorrer sobre os procedimentos que podem ser adotados para amansar e adaptar os animais, é necessário entender a importância de termos uma vaca tranquila na sala de ordenha. As informações a seguir foram retiradas de artigos publicados pelo pesquisador Michel Wattiaux da Universidade de Wisconsin.

O processo de ordenha é definido como o ato de coletar leite após estímulo adequado para liberação do leite retido no úbere das vacas. Para que a ordenha seja bem sucedida, é fundamental que ocorra uma boa interação entre as vacas, os equipamentos de ordenha e os ordenhadores. Uma ordenha rápida e completa depende dos estímulos que a vaca recebe do ambiente. A audição das vocalizações, a visão e/ou o cheiro do próprio bezerro, o contato físico do bezerro mamando, a audição do som dos equipamentos de ordenha, o toque da mão do ordenhador durante o teste de mastite, a limpeza dos tetos e a colocação das teteiras, entre outros estímulos positivos, possibilitam o desencadeamento de impulsos nervosos que são interpretados pelo cérebro, favorecendo a liberação do hormônio ocitocina na corrente sanguínea (Figuras 1 a 4).


Figuras 1 a 4: Diferentes estímulos presentes no ambiente podem promover a produção de leite: a visão e o som dos equipamentos de ordenha, a mamada do bezerro e o toque da mão do ordenhador. Fontes: Fazenda Santa Luzia, Passos-MG (3,5 e 6); Fazenda São José do Can Can, São José da Barra-MG (4).
.
No úbere, a ocitocina é responsável pela contração de células mioepiteliais, favorecendo a ejeção do leite. Essas contrações começam a ocorrer em torno de 20 a 60 segundos após a vaca receber o estímulo inicial. A ação da ocitocina dura somente de seis a oito minutos, portanto, para maximizar a quantidade de leite coletada, a colocação e a retirada do conjunto de teteiras devem levar em consideração esses limites de tempo.

Assim como estímulos adequados promovem a ejeção do leite, estímulos inadequados podem inibir a liberação da ocitocina, reduzindo a quantidade de leite ordenhada. Em geral, a falta de adaptação à sala de ordenha, ordenhadores “estressados”, a falta de manutenção dos equipamentos de ordenha, entre outros, são situações que transmitem estímulos negativos para os animais. A excitação, o medo e a dor favorecem a liberação do hormônio adrenalina, a qual é responsável pela constrição dos vasos sanguíneos e das células mioepiteliais, reduzindo o fluxo sanguíneo, a ação da ocitocina no úbere e a produção de leite.

Além disso, verifica-se aumento da concentração de cortisol na circulação sanguínea de vacas agitadas durante a ordenha. Esse hormônio também é responsável pela inibição do reflexo de ejeção do leite. Porcionato et al. (2005) verificaram que as vacas meio sangue Holandês x Gir apresentaram maior concentração de cortisol durante a ordenha, entre 40 e 45 dias após o parto, quando comparadas às vacas ¾ Holandês x Gir e às vacas Holandesas, em sistema mecanizado. Os três grupos não haviam sido adaptados a esse tipo de ordenha previamente. As vacas foram ordenhadas sem a presença do bezerro e não foi utilizada ocitocina exógena (Figura 5).


Figura 5. Médias das concentrações de cortisol circulante em vacas meio sangue Holandês x Gir (círculo), ¾ Holandês x Gir (quadrado) e Holandesas (triângulo) durante o processo de ordenha em sistema mecanizado, entre 40 e 45 dias após o parto. Fonte: Porcionato et al. (2005)

No estudo anterior, o aumento da concentração de ocitocina ocorreu, em média, três minutos, dois minutos e um minuto após o início da ordenha nos grupos de vacas F1, ¾ e Holandesas, respectivamente. As vacas meio sangue apresentaram maior quantidade de leite residual (leite retido no úbere após o término da ordenha) quando comparadas aos demais grupos.

Uma característica da lactação das vacas mestiças é o aumento mais rápido da produção de leite nas primeiras semanas após a lactação. Ao analisarmos o comportamento da curva de lactação das vacas mestiças, verifica-se que o pico de produção ocorre na quarta semana de lactação, em média, duas semanas antes do pico de produção das vacas Holandesas (Figura 6).


Figura 6. Curvas de lactação de vacas Holandesas e mestiças. Fonte: Coelho et al. (2013)

Portanto, para diminuir o efeito do “estresse” e maximizar a produção de leite nas primeiras ordenhas, é muito importante que as fêmeas mestiças já estejam mansas e adaptadas ao sistema de ordenha antes do parto.

Para promover a ação da ocitocina nas primeiras ordenhas das primíparas, o ordenhador deve ser bem instruído quanto à importância de respeitar o tempo de deslocamento dos animais, evitar bater e empurrar, evitar a utilização de choques elétricos, varas e ferrões, evitar torcer a cauda das vacas, evitar falar alto ou gritar na sala de ordenha, evitar movimentos bruscos, evitar atrasar a colocação e a retirada das teteiras, além de estar atento ao bom funcionamento dos equipamentos de ordenha. Vacas agitadas, com medo ou com dor podem apresentar redução de até 20% na produção de leite. Essa redução pode estar relacionada com a maior quantidade de leite residual devido à menor eficiência da ordenha. É necessário considerar também a maior incidência de mastite em animais que apresentam maiores volumes de leite residual.

Outro ponto importante á a rotina das ordenhas. O leite é secretado de forma contínua e armazenado no úbere. Para favorecer a máxima produção de leite, a ordenha deve ser realizada em intervalos regulares, evitando dessa forma a diminuição da secreção devido ao acúmulo de leite no úbere. Manter a rotina dos intervalos de ordenha é ainda mais importante para as primíparas, devido ao tamanho limitado do úbere, e para as vacas de alta produção, por causa da alta taxa de secreção de leite.

Para que as ordenhas sejam eficientes, além de manter os intervalos entre elas, é necessário manter a rotina dos procedimentos durante a ordenha. Todas as etapas devem ser realizadas de maneira gentil, sem causar traumas às vacas. Manter a tranquilidade no ambiente de ordenha é fundamental para maximizar a produção de leite. Para saber mais detalhes sobre os procedimentos de ordenha, recomendamos a leitura do Manual de Boas Práticas de Manejo na Ordenha, elaborado por pesquisadores da UNESP.

Ao fazer essas considerações, começamos a entender por que além de ter funcionários bem instruídos, é muito importante ter vacas mansas na sala de ordenha, principalmente para os sistemas que adotam rebanhos mestiços. Para os sistemas que utilizam vacas especializadas, a preocupação deve ser fazer uma boa adaptação das novilhas à sala de ordenha antes do primeiro parto, uma vez que esses animais, geralmente, já interagem positivamente com o homem desde a fase de aleitamento, e, geneticamente, são mais mansos.


Leia o artigoComo maximizar a produção de leite e o bem-estar das vacas mestiças? Parte 1


Referências bibliográficas

COELHO, S. G.; CAMPOS, B. G.; LIMA, J. A. M.; CARVALHO, A. U. Mecanismos de ação do BSTr e uso em vacas mestiças. Rev. VeZ Minas, v. 116, p. 6-15, 2013.

PORCIONATO, M. A. F.; NEGRÃO, J. A.; LIMA, M. L. P. Produção de leite, leite residual e concentração hormonal de Vacas Gir x Holandesa e Holandesa em ordenha mecanizada exclusiva. Arq. Bra. Med. Vet. Zoo., v. 57, p. 820-824, 2005.

ROSA, M. S.; COSTA, M. J. R. P.; SANT’ANNA A. C.; MADUREIRA, A. P. Manual de Boas Práticas de Manejo na Ordenha. Editora Funep: Jaboticabal-SP, 2009. 46 p.

Wattiaux, M. A. Princípios da ordenha. University of Wisconsin-Madison: Instituto Babcock para Pesquisa e Desenvolvimento da Pecuária Leiteira Internacional. Essenciais em gado de leite, capítulo 21. Disponível em: <https://babcock.wisc.edu/sites/default/files/de/pt/de_21.pt.pdf.> Acesso em 08 nov. 2013.

Wattiaux, M. A. Princípios da ordenha. University of Wisconsin-Madison: Instituto Babcock para Pesquisa e Desenvolvimento da Pecuária Leiteira Internacional. Essenciais em gado de leite, capítulo 25. Disponível em: <https://babcock.wisc.edu/sites/default/files/de/pt/de_25.pt.pdf> Acesso em 08 nov. 2013.

TELMA DA MATA MARTINS

Possui graduação em Medicina Veterinária pela UFV (2008) e mestrado em Ciência Animal pela UFMG (2010). Atualmente, é doutoranda em Ciência Animal, com ênfase em Reprodução de Bovinos, na UFMG.

NILSON DORNELLAS DE OLIVEIRA

Instrutor de cursos certificados pela ABCZ: Doma de Bovinos; Apresentação em Pista e Leilões; Manejo no Pasto e no Curral; Doma e Manejo de Novilhas e Vacas na Sala de Ordenha.

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TELMA DA MATA MARTINS

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 11/02/2014

Oi Camila,

       Não tem o que agradecer. O Nilson comentou que teve a oportunidade de te conhecer e saber um pouco mais sobre o seu experimento, sobre fornecimento de concentrado para vacas Gir durante a ordenha. Pelo que você respondeu, foi tudo muito bem delineado. Imagino que você terá resultados bastante interessantes! Não deixe de publicá-los, não somente em revistas científicas, mas também em meios de comunicação com acesso mais fácil para os produtores de leite e profissionais da área: revistas técnicas ou por meio desse site por exemplo.

       Att,

              Telma Martins
CAMILA CELLY

CONTAGEM - MINAS GERAIS

EM 10/02/2014

Oi Telma,

Grande coincidência, o Nilson deu o curso de Manejo de bovinos na sala de ordenha semana passada aqui na fazenda Calciolândia, trocamos algumas ideias a respeito.

A questão da quantidade de concentrado durante a ordenha, ele comentou comigo que não pode ser muito por atrapalhar o tempo de ordenha.

A divisão dos nossos grupo foi em base na produção de leite e DEL. O período de adaptação das dietas são de 14 dias, e 7 dias para coleta de amostras e pesagem de leite.

Engraçado que também observei que diferente das vacas mestiças o gado Gir possui um período de adaptação maior.

Muito obrigada pela atenção.

Camila
TELMA DA MATA MARTINS

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 04/02/2014

Oi Camila,

       Pedimos desculpas pela demora em respondê-la e agradecemos pela "troca de experiências". Pelo que entendi, seus animais estão divididos em três grupos, recebendo quantidades diferentes de ração, com diferentes níveis protéicos. Essa divisão foi baseada na produção de leite? Ou, os animais foram separados aleatoriamente? Quantos animais por grupo? Todos os grupos passarão pelos três tratamentos? Houve um período de adaptação aos novos lotes e às novas dietas antes de começar o experimento?

       Estamos fazendo essas perguntas, por que essas variáveis podem interferir de forma significativa nos seus resultados...

       Atenciosamente,

              Telma e Nilson.
CAMILA CELLY

CONTAGEM - MINAS GERAIS

EM 25/01/2014

Parabéns aos autores pelos quatro artigos, são de temas de bastante relevância.

Telma li alguns comentários sobre o fornecimento de concentrado para vacas mestiças, gostaria de saber sua opinião sobre:

Estou realizando um experimento no gado Gir, onde fornecemos concentrado as vaca durante a ordenha e permanecem consumindo o ofertado durante uma hora, em pasto Tifton. Sendo que são 3 tratamento diferentes, de 5,15, 4,9 e 3,9, com teores proteicos diferentes. Terminou o primeiro ciclo e os animais apresentaram aumento no leite de 4kg, 2kg e 2kg respectivamente.

Vamos avaliar produção de leite e principalmente a proteína do leite nos animais, conforme cada ração.



Muito Obrigada.
TELMA DA MATA MARTINS

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 21/01/2014

Oi Eloisio,

       Obrigada pelos comentários. Suas saudações serão encaminhadas ao Dr. José Reinaldo.

       Atenciosamente,

               Telma e Nilson
ELOISIO FERNANDES

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/01/2014

otimos artigos,estou sempre me inteirando com voçes, continue asim parabens.abraços pra reinaldo da tuma de valadares bons tempos da epamig gv.
TELMA DA MATA MARTINS

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 17/12/2013

Oi Albano,

       É bastante interessante seu comentário, muitos produtores têm dúvidas sobre o fornecimento de ração durante a ordenha. Seria uma boa estratégia para auxiliar na adaptação das novilhas à sala de ordenha? Funcionaria também como estímulo para a produção de leite?       

       Na nossa opinião, sim, o fornecimento de concentrado em cochos individuais adaptados à linha de ordenha pode ser utilizado em rebanhos mestiços com esses objetivos. Porém, é necessário estar atento à alguns cuidados que devemos ter ao adotar esse artifício. Veja a resposta ao questionamento do Sr. José Luiz, publicada em um dos comentários acima.

       Como vc disse, a presença do bezerro na sala de ordenha também é utilizada como estímulo positivo para a produção de leite das vacas mestiças, ppte em rebanhos menores. Porém, essa prática tem sido amplamente substituída pela aplicação de ocitocina com o "intuito" de facilitar o manejo... Na continuidade do artigo discutiremos sobre a adoção desses recursos, e apresentaremos alternativas para promover o bem-estar e a produção de leite das nossas vacas mestiças.

       Agradecemos pelo contato.

              Telma e Nilson
TELMA DA MATA MARTINS

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 16/12/2013

Oi Dilermando,

       É mito. Como comentado na parte 1 do artigo, temos acompanhado algumas propriedades que decidiram amansar as vacas mestiças, adaptando-as à sala de ordenha sem necessidade da presença do bezerro e sem aplicação de ocitocina. Não observamos queda na produção de leite individual depois do estabelecimento da nova rotina de ordenha, exceto nos casos de algumas vacas que já se encontravam no final da lactação e/ou com baixa produtividade. Pretendemos dar continuidade ao acompanhamento para obter dados sobre a produção de leite total na lactação atual e nas subsequentes.

       Para você aprofundar um pouco mais nesse assunto, recomendamos a leitura do artigo "Influência da presença do bezerro no momento da ordenha sobre o desempenho produtivo e incidência de mastite subclínica em vacas mestiças holandês-zebu e desempenho ponderal dos bezerros", de autoria de Brandão et al. (2008), publicado na Revista CERES.

       Atenciosamente,

              Telma e Nilson
TELMA DA MATA MARTINS

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 16/12/2013

Olá Marcus Vinícius,

       Agradecemos pelos seus comentários, que são bastante pertinentes.

       Apesar de reconhecermos a importância do gado mestiço para a pecuária leiteira do Brasil, sabemos que as pesquisas estão muito aquém daquelas realizadas com vacas leiteiras especializadas. Muitas vezes, é necessário recorrer aos dados de gado europeu publicados no exterior, por falta de informações sobre os nossos rebanhos na literatura nacional.

       Os estudos com gado F1 realizados pelo Dr. José Reinaldo de Mendes Ruas são pioneiros, e, de extrema relevância como fonte de informações para os produtores. Outros pesquisadores da EPAMIG, EMBRAPA e instituições de Ensino Superior, inclusive do meu grupo de pesquisa aqui na UFMG, também têm trabalhado com gado mestiço, porém, um dos grandes desafios para essas instituições é fazer com que os resultados obtidos cheguem de forma mais rápida e eficiente ao campo. Muitas vezes, os trabalhos são publicados em revistas científicas de difícil acesso para os produtores...

       Quanto às dicas para manejo e adaptação de novilhas e vacas à sala de ordenha, sugerimos que acompanhe as próximas publicações que darão continuação a esse artigo (partes 3 e 4). Nesse material, aprofundaremos as discussões sobre bem-estar de vacas mestiças, com base na experiência do coautor Nilson Donellas.

       Atenciosamente,

              Telma e Nilson
TELMA DA MATA MARTINS

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 16/12/2013

Prezado José Luiz,

       Agradecemos seus questionamentos. O fornecimento de alimento (geralmente, concentrado) em cochos adaptados à linha de ordenha é uma boa estratégia para auxiliar na adaptação de novilhas mestiças ao sistema de ordenha mecanizado. Discutiremos sobre esse assunto na continuação desse artigo (parte 4).

       Quanto ao fornecimento de concentrado durante a ordenha para todas as vacas, se você divide seus animais em lotes por produção, faz o balanceamento da dieta regularmente e sabe a quantidade de concentrado recomendada para cada lote, não terá problemas em dividir o fornecimento desse alimento nas duas ordenhas diárias. Se além da pastagem, seus animais receberem suplementação de volumoso no cocho, parte do concentrado também poderá ser fornecida junto com o volumoso.

       O problema de fornecer grandes quantidades de concentrado no cocho são:

       1. As vacas de maior produção podem não ter tempo de consumir toda a quantidade requerida de concentrado durante o tempo de ordenha (~ 6 a 8 minutos);

       2. A ingestão de grande quantidade de concentrado sem o acompanhamento do volumoso pode causar quadros de acidose ruminal (elevação do pH do rúmen), clínicos ou subclínicos.

      No geral, recomenda-se fornecer no máximo 2 Kg de concentrado por animal a cada ordenha. Uma conta simples que você pode fazer se seus animais são mantidos em pastagens de boa qualidade, é baseada no fornecimento de 1 Kg de concentrado (22% PB) para cada 3 litros de leite obtidos acima de 8 litros/dia. Sendo assim, uma vaca que produz 20 litros de leite/dia poderia consumir 2 Kg de concentrado na ordenha da manhã e 2 Kg na ordenha da tarde, sem comprometer sua saúde seu desempenho produtivo.

       Estamos às ordens caso tenha outras dúvidas,

              Telma e Nilson


ALBANO

CAMPOS ALTOS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 16/12/2013

Uma vez utilizado o bezerro para estimulo ao animal, vejo que muitos pecuaristas utilizam como auxilio o uso da ração, isso seria também uma forma de estimulo ao animal para a ordenha....eu vejo que o uso da ração seria um bom indicador de jovens lactantes ou ate mesmo para novilhas antes do parto, com o intuito de diminuir o estresse e servir como auxilio de contenção e introdução dos animais para adaptação ao manejo de ordenha...

devo lembrar que estou apenas comentando um fato que observo com frequência, gostaria de saber se isto tem realmente uma ligação ou fundamento?

Desde ja agradeço

ATT,

Albano
DILERMANDO JOSÉ DA SILVA

UNAÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/12/2013

Telma

Vc acha que a vaca sem bezerro dá menos leite, ou isso é mito?
MARCOS VINICIUS MATIAS DE MELO

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/12/2013

Parabéns ao autores. O tema é de alta relevância e o campo muito fértil para pesquisa.



O 1o artigo é mais proveitoso, uma vez que traz dados de F1 em manejo em fazenda comercial com brilhante delineamento do Dr. Ruas. É dos raros trabalhos feitos com graus de sangue definidos em sistema de produção planejado para vacas mestiças.



O 2o artigo traz informações de menor ineditismo. É bem "lugar comum" falar de bem estar animal, mas o texto não traz novidades ou sugestões de manejo. O coautor poderia colaborar mais com sua experiência de campo com gado zebu.



A autora traz dados de pesquisador de Wiscosim, pela absoluta falta de dados de pecuária nos trópicos com gado mestiço. Esta é uma lacuna grave na pesquisa brasileira. Os sistemas de produção estão evoluindo a passos largos na direção de uso de F1 em larga escala com uso intensivo de pastagens, mas a pesquisa tem vindo sempre a reboque, contentando-se em quantificar o que  o produtor já intuiu e utilizou.



Lidamos aqui no Vale do Rio Doce com o desafio de antecipar a expressão da genética das F1. Sabemos que ações de manejo e alimentação dão excelente resultado, mas isto não está quantificado cientificamente. Fica a dica para a autora. Para o coautor, o desafio de sugerir e publicar protocolos de procedimentos na preparação para o parto e ordenha de primíparas F1.



Cumprimentos aos autores.
JOSE LUIZ GONÇALVES DE ANDRADE

GURUPI - TOCANTINS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/12/2013

Salvo engano, há recomendações para que não se forneça alimento durante a ordenha; entretanto parece-me que este procedimento pode auxiliar a acomodação das vacas.

Ordenho girolandas e tenho problemas de adaptação na ordenha. Alimentação auxiliaria o desempenho ou este pode ser obtido apenas com manejo adequado?
TELMA DA MATA MARTINS

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 13/12/2013

Prezados Marlon e Nelsomar,

       Agradecemos pelos comentários. Nosso objetivo é exatamente esse, alertar os produtores para a importância de melhorar a qualidade de vida das vacas mestiças, não somente na sala de ordenha, mas melhorar o manejo do rebanho leiteiro de uma maneira geral.

       Gostaríamos de convidá-los para ler os textos que contêm a continuação desse artigo, os quais serão publicados em breve. Na parte 3, aprofundaremos as discussões sobre a aplicação de ocitocina e o bem-estar das vacas mestiças, além de expor técnicas que podem ser adotadas para amansar esses animais. Para finalizar, na parte 4, discorreremos sobre a adaptação de novilhas mestiças à sala de ordenha.

       Feliz Natal pra vcs e que o ano de 2014 seja repleto de realizações para o setor leiteiro!

              Telma e Nilson
NELSOMAR PEREIRA FONSECA

MUTUM - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/12/2013

Belo artigo, realmente notamos que o animal produz mais quando esta tranquilo, sem agitação, notamos também que circulação de pessoas na sala de ordenha é um inconveniente, pois ali não é lugar para passeio.

Feliz Natal e um Banho de Leite em 2014, com ótimos preços a todos

nelsomar pereira Fonseca
MARLON PEREIRA RICARTES

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/12/2013

Muito interessante o conteúdo dos artigos sobre a "Maximização da produção de leite em vacas mestiças", pois o produtor tem que saber que para ter uma boa quantidade e qualidade na produção, deve-se ter uma boa qualidade no manejo do rebanho lactante, isto é promover o bem estar animal. Parabéns, pelo excelente artigo!

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