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O que esperar em desempenho de acordo com o sistema de aleitamento

POR CARLA MARIS MACHADO BITTAR

CARLA BITTAR

EM 30/10/2017

4 MIN DE LEITURA

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Somente a partir da obtenção de animais com adequada transferência de imunidade passiva podemos discutir vantagens e desvantagens dos diferentes manejos alimentares.

São muitas as discussões sobre diferentes sistemas de aleitamento, tendo em vista resultados da última década que mostram aumento no potencial de produção de leite quando animais têm maior ganho de peso durante a fase de aleitamento.

Embora fornecer maiores volumes de dieta líquida resulte em aumento no custo de produção, aparentemente este investimento resulta em retorno com aumento na produção de leite destes animais já na primeira lactação.

O sistema de aleitamento convencional se baseia no fornecimento de volumes restritos de dieta líquida (normalmente 4L/d), de forma a estimular o consumo de concentrado em idades mais jovens, permitindo o desaleitamento precoce.

Este sistema é o que apresenta o menor custo, e embora resulte em animais mais leves ao desaleitamento, é bastante adequado para diversos sistemas de produção. Além disso, por estimular o consumo, resulta em desenvolvimento ruminal também mais precoce, reduzindo problemas com perda de peso por ocasião do desaleitamento.

Já os sistemas intensivos se baseiam no fornecimento de maiores volumes de dieta líquida, de forma a acelerar o crescimento do animal e aumentar o seu potencial de produção de leite futuro (Tabela 1).

Nestes sistemas são fornecidos volumes de dieta líquida correspondentes a 15 até 20% do peso ao nascer dos animais (6 a 8 L/d), mas em algumas situações volumes ainda superiores (10 a 12L/d). O sistema intensivo pode ser subdividido em intensivo propriamente dito, a vontade, ou ainda programado.

No sistema programado, também chamado de step-up/step-down, os volumes fornecidos variam de acordo com a idade do animal e tem como objetivo estimular o consumo de concentrado no período que antecede o desaleitamento.

Uma vez que o consumo de dieta sólida é inversamente correlacionado ao consumo de dieta líquida, quando os animais são aleitados com grandes volumes o consumo de concentrado é prejudicado. Por este fato os animais têm o desenvolvimento do rúmen atrasado e, quando são desaleitados sem considerar o consumo de concentrado como critério, perdem peso.

Assim, o sistema de aleitamento programado auxilia no desaleitamento dos animais, com uma fase de transição que não prejudica o desempenho e coloca em risco o investimento realizado em dieta líquida.

Tabela 1. Diferentes sistemas de aleitamento de bezerras leiteiras.


Conforme mostra a tabela 1, cada sistema tem objetivos diferentes e resulta em potencial de ganhos de peso também diferentes. O entendimento destes fatores é crucial para a tomada de decisão e adoção de um ou outro sistema. As metas traçadas para cada um dos sistemas também devem ser claras para o produtor de forma que não se tenha prejuízos técnicos ou econômicos.

Um dos problemas que se observa atualmente no campo é a tentativa de produtores que adotam sistema de aleitamento convencional de dobrar o peso dos bezerros ao desaleitamento. Embora esta seja uma recomendação possível com os sistemas de aleitamento intensivo, muitos produtores acabam acreditando que isso também se aplica para aleitamento convencional.

Assim, se considerarmos a figura 1, vemos que quando o produtor fornece 4L/d para uma bezerra com peso ao nascer de 40kg, aos 60 dias a mesma apresenta em torno de 70kg e não 80kg. Isso acaba fazendo com que o produtor continue com a bezerra em aleitamento até que alcance os 80 kg.

Considerando a taxa de ganho de 500g/d, o período de aleitamento desta bezerra vai ser estendido por mais uns 20, às vezes 30 dias. Assim, o volume total de dieta líquida fornecido passa de 240 L (4L x 60 dias) para 360 L (4L/90 dias), aumentando o custo de produção deste produtor.

Por outro lado, caso aumentar o volume total fornecido não seja um problema ao produtor, o mesmo está perdendo oportunidade de fornecer maiores volumes em menor período de aleitamento, o que aumenta o potencial de produção dos animais.

Se o volume total de 360L/d for fornecido em 60 dias, teríamos o fornecimento de 6L/d, o que já pode ser considerado como aleitamento intensivo. Outro benefício é a liberação de espaço no bezerreiro e portanto a maior capacidade de alojamento com a diminuição do tempo de aleitamento de 90 para 60 dias.

Figura 1. Taxas de ganho de peso necessárias para que se tenha 2 ou 2,5x o peso ao nascer de bezerras ao desaleitamento e o volume de dieta líquida necessário para estas taxas de crescimento.



O sistema de aleitamento é a forma mais efetiva em se alterar o desempenho dos animais. No entanto, está diretamente ligado ao custo de produção dos animais pois a dieta líquida representa no mínimo 70% dos custos variáveis de uma bezerra. É importante que o sistema de aleitamento esteja em conexão com os objetivos de cada sistema de produção, principalmente no que se refere a alimentação de animais após o desaleitamento.

De nada adianta adotar o sistema de aleitamento intensivo se na fase seguinte os animais serão criados em pastagens de baixa qualidade e com suplementação insuficiente. Do mesmo modo, é importante que as metas sejam definidas considerando o potencial de cada um dos sistemas de aleitamento. Não se pode esperar o máximo desempenho com o mínimo de nutrientes.

Garanta o adequado desempenho das bezerras leiteiras, participando do curso online "Aleitamento de bezerras com sucedâneos lácteos". Este curso está disponível no EducaPoint e conta com a ministração da Drª Carla Bittar.

CARLA MARIS MACHADO BITTAR

Prof. Do Depto. de Zootecnia, ESALQ/USP

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