Ensino, pesquisa e extensão: essa sempre foi a tríade trabalhada nas universidades. O fomento ao empreendedorismo surge dando mais poder para o braço de extensão, transformando o aluno em um agente transformador na sociedade. Durante sua apresentação, o diretor da ESALQ/USP, comenta o tema e mostra como as instituições podem e devem contribuir nesse processo. Uma visão muito interessante para quem está envolvido ou pretende se envolver no ecossistema de empreendedorismo, uma vez que a universidade e formadora de talentos e esse é um dos principais elementos do ecossistema.
As universidades estão sendo colocadas em xeque no seu papel de formadora de profissionais qualificados. Precisam proporcionar condições do aluno aflorar seu lado empreendedor, ser exposto às oportunidades e promoverem iniciativas de inovação. “Isso deve ser feito da forma mais precoce possível, por meio de disciplinas e projetos, para que ele saia da universidade com esse espírito”, reforça Nussio. Ainda, o aluno levará consigo, em sua vida profissional, muito mais do que o conhecimento aprendido, levará valores e a identidade da instituição. Um dos desafios da universidade é decodificar e traduzir com clareza esses valores, formando líderes.
A inovação faz parte de um processo de evolução. O professor comenta que já há iniciativas que procuram reverter a ordem lógica de apresentação dos conteúdos, expondo primeiro os alunos às ideias, sendo provocados pelo modelo e paulatinamente vão migrando para outros estágios onde têm uma série de responsabilidades, inclusive de treinamento dos mais novos. Muitos especialistas acreditam que a melhor forma de proceder é expor os alunos às situações reais, enfatizam que não se deve preservar o aluno de situações de campo e o conteúdo não pode ser exclusivamente teórico. “O objetivo é provocar o aluno a buscar interconexões de conteúdos.”
Ainda falando de processos de inovação no agro, o professor aborda ainda o Fórum do Futuro que são organizações que buscam soluções integradas e estão preocupadas com o desenvolvimento da agricultura no mundo. O papel do Brasil nessa pegada é expressivo e fundamental devido ao potencial do país e, para tal, precisa de profissionais qualificados. “As instituições de ensino precisam gerar profissionais que saibam ligar e conectar os conhecimentos. Não dá mais para treinarmos alunos presos em caixinhas de conhecimento, eles precisam ser treinados para fazerem conexões e ter uma visão mais sistêmica. O aluno de ciências agrárias é um agente de ligação entre centros de excelências e a sociedade, devendo aplicar seu conhecimento em ambientes reais.”
Entenda melhor a visão do Prof. Dr. Luiz Gustavo Nussio sobre o ecossistema de empreendedorismo, a formação de talentos e o papel na universidade de forma mais ampla. Ele que lidera a ESALQ-USP, universidade listada entre as 5 melhores em ciências agrarias do mundo. O Nussio é um dos convidados do 1º Curso online de Empreendedorismo do Brasil focado em AgTech que terá início em 18 de setembro. Confira todo o conteúdo aqui!