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Preços do leite x custos de produção: uma análise dos últimos quatro anos

POR ALINE BARROZO FERRO

PANORAMA DE MERCADO

EM 14/01/2008

5 MIN DE LEITURA

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Os custos de produção merecem ser analisados com mais proximidade no que se refere à rentabilidade da atividade. Isso porque os preços dos grãos utilizados como ração animal estão em patamares muito elevados, o que tende a reduzir a rentabilidade dos produtores. Ainda que carecemos de análises mais abrangentes sobre a variação dos custos de produção de leite no Brasil (espera-se que os esforços da CNA - Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária - e Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP - nos dêem boas informações nesse sentido), a avaliação dos custos de suplementação nos serve como indicador, já que este é um dos principais itens que pesa na cesta de custos de produção.

De acordo com dados do Instituto FNP, o concentrado respondeu, na elaboração dos custos de produção de 2006, por 31,3% do total dos custos. Os gastos com a mão-de-obra contratada para manejo do rebanho foram responsáveis por 17,4% do total do custo e com a silagem, por 15,7%.

Tabela 1. Participação de alguns itens no custo total de produção, em porcentagem.


O milho em 2007 ficou cerca de 33,4% mais caro em relação a 2004. Nesse período, o preço da saca de 60 quilos passou da média de R$ 17,94 para R$ 20,13, segundo dados da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab). Em dezembro de 2007, a média cotada pelo produto foi de R$ 28,69/sc.

Em termos reais, considerando as médias anuais de preço do milho, houve uma queda de 1,7% entre 2004 e 2007. Porém, analisando o início e o final do período, isto é, janeiro de 2004 e dezembro de 2007, houve um aumento real de 31%.

No caso do farelo de soja, a tonelada em 2007 ficou, em média, a R$ 528,54. Deflacionando os valores dos últimos anos, a média de 2006 foi de R$ 408,55/t, a de 2005 foi de R$ 562,80/t e a de 2004 foi de R$ 786,34/t, de acordo com dados da Seab/PR. Houve, portanto, uma redução real de 32,8% entre 2004 e 2007. Porém, em dezembro do ano passado, a média cotada pelo produto foi de R$ 682,33/t.

O salário mínimo também aumentou nos últimos quatro anos. Descontando a inflação (IGP-DI), em 2004, a média de um salário foi de R$ 286,06, segundo dados do Ministério do Trabalho. Em 2005, esse valor passou para R$ 305,63, em 2006 para R$ 353,08 e em 2007 para R$ 375,00.

Outro item, o diesel, também aumentou nos últimos anos. Deflacionando os valores divulgados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), a média do valor cobrado pelo litro do diesel ao consumidor foi de R$ 1,66 em 2004, R$ 1,85 em 2005, R$ 1,95 em 2006 e R$ 1,89 em 2007.

Na Tabela 2, observa-se a quantidade de litros de leite necessária para adquirir alguns insumos, como milho, farelo de soja e óleo diesel, e para pagar um salário mínimo, no caso da contratação de mão-de-obra.

Tabela 2. Quantidade de litros de leite necessária para adquirir uma saca de milho, 100 quilos de farelo de soja, um litro de óleo diesel e para pagar um salário mínimo.


Nos quatro casos citados na tabela, a relação da quantidade de leite necessária para adquirir os insumos ou o salário mínimo foi mais favorável em 2007 frente ao ano anterior. Considerando que, com exceção do óleo diesel, os outros itens estiveram mais caros em 2007, a alta do preço do leite foi o principal fator para a melhora da relação de troca nesse período.

Ressalta-se também que os aumentos de preços dos grãos ocorreram com maior intensidade nos últimos meses de 2007, e, assim, a relação de troca piorou para o produtor de leite. Em dezembro, foram necessários 42,2 litros de leite para comprar uma saca de milho, e 100,3 litros de leite para comprar 100 quilos de farelo de soja.

Para se ter uma idéia mais clara da situação da rentabilidade do produtor, foi elaborada uma relação entre os preços do leite e o custo com ração, obtendo a Receita Menos Custo de Alimentação (RMCA), deflacionada, dos últimos quatro anos. Definiu-se uma vaca produzindo 20 litros por dia, alimentada com 7 quilos de ração baseada em milho e farelo de soja (Gráfico 1). O resultado seria equivalente ao que sobra para o produtor para pagar os demais custos e obter lucro.

Gráfico 1. Variação da Receita Menos o Custo de Alimentação, em reais por vaca/dia, deflacionada pelo IGP-DI.


Em 2004, a média da RCMA foi de R$ 8,67 por vaca/dia, em 2005 de R$ 9,11, em 2006 de R$ 8,34 e em 2007 de R$ 10,58 por vaca/dia.

A média de preços de leite em 2007 foi 26,5% superior à de 2006, segundo dados do Cepea, descontado a inflação do período (IGP-DI). No caso do milho, a variação foi de 27,5% e do farelo de soja, de 10%, de acordo com dados da Seab/PR.

No final do ano passado, no entanto, houve um aumento da oferta de leite, com a chegada das chuvas e a entrada do período de safra, e a redução do consumo de leite UHT em função das denúncias de fraude. Desse modo, os produtores começaram a se preocupar com a queda dos valores da matéria-prima e o contínuo aumento dos preços da ração, baseados na alta de milho e farelo de soja. Em dezembro do ano passado, a RMCA foi de R$ 9,97 por vaca/dia.

Com as expectativas de que os preços de milho e soja não caiam no curto prazo, segundo especialistas, os grãos tendem a "apertar" a margem do pecuarista. Mas a boa notícia é que os preços do leite tendem a permanecer relativamente altos em 2008.

O aumento da demanda interna (devido ao aumento de renda dos consumidores) e externa (com a oferta internacional restrita e aumento da renda em países em crescimento) tendem a manter os preços do leite neste ano em patamares favoráveis. O aumento dos custos também são um indicativo de que o patamar de preços do leite tende a mudar, visto que, se a rentabilidade for insuficiente para produzir, pode haver uma redução da oferta nacional.

Os maiores investimentos das indústrias lácteas no país, com a construção de novas unidades e ampliação de algumas já existentes também indicam a intenção de aumentar a captação de leite no Brasil nesse e nos próximos anos. E a produção brasileira, para isso, deve aumentar na mesma proporção.

De qualquer forma, a queda drástica na RMCA nos últimos meses, ainda que permanecendo em patamares maiores do que 2006, preocupa, pois a conjuntura externa já não é a mesma de 6 meses atrás e os custos internos estão bem mais altos.

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JOSÉ WALTER DE BARROS CRUZ

RECIFE - PERNAMBUCO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 18/03/2008

Boa tarde,

Dou os parabéns a todos vocês pelo brilhante trabalho que vem realizando ao longo do tempo.
RENATO CORRADI

LORENA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/02/2008

Lucio,

Obrigado pelas informações. Acredito que seja pela troca de experiências que todos, inclusive os mais experientes, conseguem evoluir com mais eficiência.

Aproveito para perguntar sobre sua produção a partir do gado Holandês e tipo de manejo utilizado. Outra dúvida e análise que gostaria de saber se vale considerar é o confinamento do gado e a utilização do espaço para a produção de alimento para o gado confinado, ao invés de utilizar o espaço para pasto. Como você faz?

Quanto ao gado Holandês, você está satisfeito? Ouço muito falar que é muito sensível a calor, doenças e que só pasta em lugares planos, razão pela qual é mantido confinado. Isso tudo é verdade ou folclore?

Um grande abraço.
LUCIO SIMOES AQUINO

SÃO BORJA - RIO GRANDE DO SUL - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 14/02/2008

Aline, muito bom artigo e muito elucidativo os questionamentos desenvolvidos a partir deste artigo. O pessoal está conectado em todo o país e buscando achar o caminho para auferir o LUCRO na atividade.

Renato Corradi, tenho alguns parâmetros que uso (não sei se os mais experientes vão concordar) de que um equivalente homem para cada 33 vacas em produção. Mas isso tudo depende do sistema de produção e da produtividade do rebanho (média).

A pastagem mais adequada vai depender do bioclima regional, do solo em que será implantada e para que classificação animal que terá sua utilização (exigências nutricionais diferentes entre vacas secas, lactantes, terneiras desmamadas, novilhas).

Acredito muito nesta troca de informações entre produtores e técnicos de diferentes localidades neste Brasil grande. Algumas metodologias poderão ser testadas em outros ambientes para ver se fazem os mesmos resultados.

Um abraço a todos e um 2008 promissor e com bastante LUCRO para a nossa atividade.

Engenheiro Agronomo Lúcio Simões Aquino
Técnico Associação de criadores de gado Holandes do RS
Sócio Fundador da Associação de produtores de leite de Nhu-porã (NHUPOLEITE)
SÃO BORJA - RS
RENATO CORRADI

LORENA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/02/2008

Aline, seu artigo chega em boa hora e traz à discussão o aspecto mais relevante de qualquer empreendimento, que é o resultado financeiro da atividade, LUCRO.

No momento estou pesquisando a melhor forma de produzir leite em minha propriedade, acabei de receber uma proposta da Esalq Jr. para desenvolver esse projeto. Estou falando com produtores para aquisição de vacas, inclusive, com o Roberto da Girolando RBC, que faz um ótimo comentário baseado na sua experiência como produtor.

Olhando para o resultado de sua análise, não consigo entender essa conta: uma vaca produzindo 20 kg de leite a R$ 0,60/kg, resulta uma receita bruta de R$ 12,00 por vaca. Me parece, pelos comentários de todos acima, que a diferença de R$ 12,00 (resultado bruto) menos R$ 10,58 (RMCA) que é de R$ 1,42/vaca dia seria insuficiente para alimentar a mesma, isso sem considerar outros custos como mão de obra, por exemplo.

Na verdade, gostaria de entender melhor essa relação entre quantidade de gado por área, custo de alimentação do gado, pastagem mais adequada (só ouço falar em braquiara), mão de obra necessária em função da quantidade de animais e demais custos. O outro lado que é o preço de venda do leite todos conhecem.

Se alguém puder me ajudar agradeço.
MOACIR RODRIGUES FILHO

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 12/02/2008

Aline , parabés pelo artigo que traz importante análise e pode contribuir aos diferentes elos da cadeia do leite. Apenas gostaria de ver análise similar para sistemas de produção de leite a pasto. Obrigado.
CELSO JOSE DE ARAUJO CAMPOS

BARBACENA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/02/2008

Aline, parabéns pelo trabalho, esperamos que em 2008 esta comparação esteja favorável para nós, produtores de leite, e que possamos recuperar financeiramente nosso empreendimento.
AGROPECUARIA TIO BILI LTDA

SANTO ÂNGELO - RIO GRANDE DO SUL - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 09/02/2008

Gostaria de colocar que os nossos produtores de leite (principalmente os pequenos e médios) estão despreparados tecnicamente para usar ração na alimentação para o aumento de produção de leite, pois é um item de valor expressivo no custo total.

Hoje a maioria deles não tem lotes de identificação, usam desproporcionalmente a ração, dando para todas as vacas o mesmo volume, não medem o leite, não diferenciam uma ração da outra, eles só têm um pensamento: quanto custa o quilo de ração e quantos de proteina tem, o restante eles desconhecem, como NDT, FDT, energia e outros dados. Não levam em conta a qualidade e o tipo de pastagem que eles estão usando, não há piqueteamento, produção de pastagem em escala, falta de profiossionalismo.

Só tem uma saida para os proximos anos, ou ele se profissionaliza ou ele vai ter que mudar de atividade, o fim do ciclo de ser um gigolo de vaca esta chegando, pois cada vez as margens de lucro estão menores e você vai ter que saber quanto custa para produzir um litro de leite, e quanto você vai ter que investir para aumentar meio litro de leite.
ALEXANDRE CESAR HAYES

NITERÓI - RIO DE JANEIRO

EM 07/02/2008

Muito construtivo o debate!! Toda ciência deve estar amparada no bom senso, para produção nacional, soluções nacionais.

Feliz em saber que o debate toma conta da cadeia produtiva nacional de leite.

Alexandre Cesar Hayes.
JORGE STEIN DE CARVALHO DIAS

JATAÍ - GOIÁS

EM 31/01/2008

Aline, parabens pelo seu artigo.

Complementando o comentário do Danilo, gostaria de dizer que enquanto nossos produtores de leite não se conscientizarem que pasto é uma cultura como as outras quaisquer, vamos ouvir produtores reclamando que leite não dá lucro.

Precisamos ter pastos com capins produtivos, rotacionados, adubados e até em certas situações irrigados. Todo produtor atual tem que pensar em produtividade por hectare, seja em qualquer atividade. Só assim podemos ser competitivos.

Abraços

Jorge de Carvalho Dias
MOYSES CALIXTO JUNIOR

PRESIDENTE PRUDENTE - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/01/2008

Aline, seu artigo foi muito bom com uma análise perfeita.

Porém, vou fazer algumas considerações:

O produtor é muito sacrificado, pois seu produto na maioria das vezes tem baixo valor enquanto que os laticínios e a cadeia mercadológica garantem seu lucro sem ao menos se preocupar com a situação do produtor.

Por exemplo: o leite tipo C foi pago ao produtor R$ 0,45 no ano de 2003 e atualmente, em 2008 o produtor recebeu R$ 0,43 pelo seu produto (Presidente Prudente-SP). Aí eu questiono, o produtor produz leite por esporte porque não paga o custo com esses preços, ou seja, o produtor de leite não tem uma garantia, segurança de preço do seu produto (Leite).

Enquanto isso, presenciamos fraudes e enriquecimento de laticínios... Quem está pagando por isso???

Outro exemplo: 20 Kg de leite x R$ 0,43/Kg = R$8,6
7 Kg ração x R$ 0,75/Kg = R$5,25
8 Kg silagem x R$0,12/kg/ MS = R$0,96

Somente alimentação = R$6,21

Reultado: A atividade se torna inviável, pois com alimentação os custos serão de 72%.

Enquanto não tivermos uma política de preços pagos aos produtores que garanta ao produtor uma rentabilidade satisfatótia, a atividade será inviável.

As empresas e o até o governo precisam de maior decência, responsabilidade e respeito ao produtor, pois não adianta produzir um produto que não tenha valor.

Presenciamos em uma mesma região onde o laticínio paga um pouco melhor para um determinado produtor na condição de que este fique em silêncio. Que cadeia mais envergonhosa! Pois querem qualidade, porém não pagam o que vale.

Obrigado!

Moyses Calixto Junior (Aluno de Doutorado na área de produção animal).
ROBERTO ANTONIO PINTO DE MELO CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/01/2008

Aline: boas e oportunas análises, como as que você faz, levam-nos a meditar com mais cuidado sobre a nossa atividade. O número de comentários, neste "vazio"de início de ano, mostra o interesse despertado. Apresento os meus, mais como pensamentos a organizar do que como convicções:

1- Toda atividade no mercado está sujeita a oscilações do quarteto oferta-demanda-preço de venda-preço de insumos. Na produção de leite não poderia ser diferente. Devemos estar sempre atentos a isso. Vale lembrar o antigo ditado, sabedoria popular: "Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe".

2- A obtenção de lucro nos períodos favoráveis, evitar prejuízo no tempo das vacas magras, e mesmo a sobrevivência nas crises mais severas, dependerão da FLEXIBILIDADE que cada um possa imprimir no seu manejo, na sua gestão.

3- Essa flexibilidade poderá ter várias faces, sendo as mais visíveis as ligadas à variação da dieta em função do preço do leite e conforme disponibilidade e preço dos insumos. Há momentos em que aumentar a produção pode significar prejuízo e vice-versa. Em cada caso, dependendo do porte e da estrutura, o produtor deve procurar suas opções de flexibilidade.

4- No meu caso, médio produtor (2.200 a 3.000 litros/dia, dependendo da conjuntura), busquei a flexibilidade optando por rebanho Girolando (5/8 e 3/4) com boa genética leiteira e rusticidade média: preço de leite bom, trato bom (silagem de milho e ração 1:3), boa resposta em produção, aumento do lucro. Preço de leite ruim, trato mínimo (pasto, ração 1:4,5), produção menor para não produzir leite caro e vender a preço baixo.

5- A conjuntura acompanha a natureza: nas águas, não tem preço mas tem pasto. Na seca, acaba o pasto mas o preço vem.

Lembrando outro ditado popular, temos que "dançar conforme a música" e ficar atentos para mudar o ritmo a tempo de evitar descompassos!

Abraço.
Roberto
DANILO

SÃO LUÍS DE MONTES BELOS - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/01/2008

Gostei do artigo. E este material traz informações interessantes, só que num âmbito mais amplo, o que não está de forma alguma errado. Só quero dizer que mesmo que a pecuária leiteira cresça, haverá produtores que não vão ganhar dinheiro, o mesmo vale para se caso o leite estiver em queda, podendo apresentar produtores com renda líquida positiva.

Com isso, os ganhos em termos reais está diretamente ligado à gestão eficiente da propriedade.

E gostaria de cumprimentar o Sr. Rodrigo e dizer que ele poderia recorrer a uma assistência técnica de um zootecnista ou outro profissional da área de agrárias para uma visita e um levantamento de sua atividade.

Não existe manual para produzir leite de forma economicamente viável, então é um sistema dinâmico, fato que às vezes leva muitos produtores a abandonarem a atividade por não fazer a manutenção periódica deste sistema.

Sou filho de produtor de leite e estou muito satisfeito com nossa atividade, temos produtividade média de 14.000 l/ha/ano, em uma propriedade de 2,6 ha. Somos de Firminópolis - Go. Gostaria de dizer também que a mesma importância que damos ao anotar o parto de uma vaca, damos ao anotar todas as compras de insumos para as análises dos custos de produção.

Muito Obrigado!!!
RODRIGO DIAS TIBURCIO

GUAIÇARA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/01/2008

Parabéns pela matéria.

Vejo que todos os comentários estão na mesma linha de raciocínio, infelizmente a única coisa que podemos fazer no momento é lamentar. Gostaria de estar escrevendo aqui sobre o sucesso do leite, sobre como aumentar a produção, como conseguir mais qualidade, só que em vez disso apenas lamentamos, porque o produtor não tem força para produzir um leite de qualidade, ele não consegue crescer, evoluir no processo de produção.

Quando mandamos qualquer comentário, as pessoas nos criticam por achar que só ficamos chorando, lamentando, por achar que nós não fazemos nada para melhorar a situação do leite. É muito facil escrever, criticar e fazer um monte de artigos, sem realmente estar dentro do negócio do leite, sem ter conhecimento de campo, sem entender como é a relação com os laticínios, com processos trabalhistas e as faturas no final do mês.

Se alguém que ler o meu comentário souber como fazer o leite dar lucro por favor me mande um email me orientando para eu poder aprender.
JOSÉ JOAQUIM FERREIRA

SETE LAGOAS - MINAS GERAIS - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 17/01/2008

Parabéns, Aline! Cumprimento-a pelo seu artigo, pela objetiva apresentação das informações e boa análise das reações do mercado. Os"altos e baixos" do preço do leite e dos insumos relacionados são muito penosos para o produtor, o elo mais fraco na cadeia de produção do leite.

Muito pertinente a sugestão de oportunidade, pelo Fernando Candia do Paraguai. Devemos desenvolver a nossa pecuária leiteira Tupiniquim como os neozelandeses desenvolveram a deles. Devemos desvincular da produtividade por vaca trocando-a por rentabilidade por área da propriedade.

Vamos buscar maior produtividade das pastagens ao longo do ano e dos volumosos mais adaptados ao clima tropical. Com estes componentes e tipos raciais adaptados a este clima, certamente teremos o leite de menor custo que pode ser produzido no Brasil.
HÉLIO FERREIRA DE MELLO AFFONSO

VASSOURAS - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/01/2008

Sugiro que os mesmo estudo seja feito com relação ao ao salário mínimo, pelo período dos últimos 14 anos.
JOABE JOBSON DE OLIVEIRA PIMENTEL

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 16/01/2008

Aline, parabenizo pela iniciativa, acho que seu artigo foi muito bem feito e anima o produtor de leite

Prezada Keki, parabéns pela visão, que é privilégio de poucos. Infelizmente a mídia, patrocinada pela cadeia do agronegócio fora da porteira, tem incentivado a adoção de sistemas de produção com elevado uso de insumos que na verdade inviabilizam os sistemas de produção.

O produtor amarga prejuízos enquanto a indústria e o comércio retiram a sua parcela de lucro com as vendas de rações e outros insumos.

Para a grande maioria dos produtores de leite brasileiros, utilizar vacas de 20 kg de média e sete kg de concentrados significa pagar para produzir. Um produtor que tenha outra fonte de renda poderá manter este hoby caro, que é produzir leite com uso de grande quantidade de concentrados para poder dizer na roda de amigos que tem média de 20 litros.

Conhecendo o campo de perto, sei que a realidade dos produtores brasileiros está muito longe de 20 kg de média, 7 kg de concentrado e uso de silagem de milho. Uma análise de sistemas de produção mais sintonizados com a realidade nacional poderia trazer maior benefício para os nossos produtores.

A velha relação de 1 kg de concentrado para 3 kg de leite representa um grande entrave para o avanço do uso da suplementação de vacas leiteiras no Brasil.
Esta relação resulta em uma dieta ineficiente do ponto de vista econômico, já que nesta formulação cada kg de concentrado utilizado retorna em média 400 a 600 gramas de leite. Façam as contas.

Mais uma vez fico feliz por saber que existem pessoas que conseguem enxergar um pouco além da mídia.

PARABÉNS, KELI RACHO MATTER.
ARMANDO TADEU BUCHINA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/01/2008

Caro Artur,

Você poderia dar mais detalhes sobre os subprodutos comentados por você? Quais seriam estes substitutos aos tradicionalmente utilizados para compor a ração animal?

Obrigado!
KELI RACHO MATTER

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL

EM 16/01/2008

Olá!

Gostaria de parabenizá-la pelo artigo e dizer que infelizmente, quem deveria dar o apoio e suporte para o produtor, por muitas vezes não o faz. Vejo vários técnicos em minha região incentivando o uso excessivo de concentrados, por terem parceria com empresas do setor, ou vendendo gado importado, fazendo com que o produtor tenha um alto custo de produção, que por enquanto, com o preço atual ainda é admissivel, mas todos sabemos que isto não é sustentável, comprovando a irresponsabilidade técnica a que o produtor está sujeito.

Falo como zootecnista e como produtora rural.
Um abraço, Keli
ARTUR QUEIROZ DE SOUSA

CAMBUQUIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 15/01/2008

Muito bom o seu artigo.

Aline, existem alguns fatores de produção que estão mudando o perfil dos custos de produção. O uso de subprodutos da agroindústria, em substituição a milho e farelo de soja. Também, os custos de energia elétrica tem elevado em muito os custos de produção, bem como a manutenção de máquinas e equipamentos, que nos últimos dois anos dispararam e precisam ser revistos os percentuais. Sem dúvida nenhuma o custo da mão-de-obra, bem como as obrigações sociais e ambientais, também elevam em muito os custos de produção.

Obrigado pelo seu artigo, e por tê-lo escrito.
Artur
IZAEL ROSA CAMPOS JÚNIOR

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/01/2008

Muito bom Aline,

Podemos dizer também que o ganho em 4 anos do produtor aumentou em 22%, em relação a RMCA.
no domingo, no jornal estadão tinha uma frase interessante: ¨ser pordutor é empobrecer alegremente¨.


Esperamos que em 2008 as empresas não repitam os erros de 2007, onde na hora da alta dos preços, fizeram altos estoques nas redes de supermercados, para que eles possam levar todo o lucro do setor.
E na hora da baixa eles, com altos estoques, pararam de comprar, fazendo com que as empresas, sem ter o que fazer, fossem obrigadas a desistimular a produção e os supermercados ainda mantinham os preços altos para não terem prejuízos.

Parabéns

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