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Preço do leite realmente em baixa

POR MAURÍCIO PALMA NOGUEIRA

PANORAMA DE MERCADO

EM 05/07/2005

4 MIN DE LEITURA

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No início de junho, neste mesmo espaço, a Scot Consultoria chamava a atenção para a possibilidade dos preços recuarem, antecipadamente no ano de 2005. Em julho, a confirmação: a produção do mês de junho deverá valer menos quando comparada ao preço pago pela produção de maio.

Desde que a Scot Consultoria começou a acompanhar o mercado, em 1998, esta será a primeira vez que os preços recuam na produção de junho, pagamento de julho. Observe, na tabela 1, os meses em que foram registradas as primeiras quedas nos preços nos últimos 7 anos.

Tabela 1. Meses em que foram registradas as primeiras quedas nos preços do leite pagos aos produtores ano a ano
 


Em 2005, no entanto, os preços recuarão na produção de junho, pagamento de julho, a mais precoce chegada da "safra" dos últimos anos. Essa tendência é sustentada por 61% dos entrevistados pela Scot Consultoria, como bem lembrou a médica veterinária Cristiane de Paula Turco, no informativo "A Nata do Leite".

Em junho de 2004, não houve quem apontasse na tendência de queda nos preços do leite para o pagamento de julho daquele ano. As opiniões se dividiam em 84% apostando em novos aumentos e 16% acreditando em estabilidade. Na época, os preços subiram 5%, confirmando o que esperava a maioria.

Pois bem, em 2005 a maioria traça um cenário bem desfavorável. A queda nos preços, com base nos poucos que se arriscam a antecipar valores, poderá ficar entre 3,0% e 5,5% na média geral. Evidentemente que há de se considerar as peculiaridades regionais.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, acredita-se em quedas mais severas nos preços. Hoje os gaúchos recebem os preços mais altos pagos pelo leite nacional, o que não implica em condições mais favoráveis. Vale lembrar que passaram por uma drástica seca, que culminou na histórica quebra de safra daquele estado. E pior ainda do que a queda nos preços gaúchos estará à associação do fato com a implantação da Instrução Normativa 51.

Evidentemente, a linha de políticos que pedem pelo adiamento da implantação da instrução normativa se apoiará no mercado para pressionar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Uma pena para o setor! Clique aqui para ler a última notícia sobre esse tema.

Voltando ao mercado, os preços pagos em junho pela produção de maio mantiveram-se estáveis em relação ao mês anterior, o que era esperado por 68% dos entrevistados, no levantamento de maio. Observe, na tabela 2, os preços médios do leite por Estado e as variações porcentuais e monetárias dos preços pagos aos produtores brasileiros.

Tabela 2. Preços pagos em junho e variações porcentuais e monetárias do mercado de leite nos principais Estados produtores do país

 


Fonte: Scot Consultoria

O explica a queda nos preços?

Bom, a oferta de leite não aumentou; o período não é de safra.

Por outro lado, as vendas estão fracas. No varejo, os preços do longa vida não recuaram; permaneceram estáveis. Mas no atacado houve recuo de 5,5% em junho, quando comparados ao mercado de final de maio. Em dois meses, o preço do longa vida, à indústria, recuou cerca de R$0,10/litro em média. Ao consumidor, os preços aumentaram R$0,01/litro.

Com isso, a diferença de preços entre o varejo e o atacado atinge 21% para o leite longa vida. Juntamente com agosto de 2004, essa é maior margem do varejo, quando comparado com o atacado, em 3 anos.

No mercado "spot" já se observa o comportamento baixista. Em junho, os preços recuaram 7,3%, indicando que a baixa será repassada aos produtores. Vale lembrar que os preços aos produtores, apesar de estarem em queda, não devem cair proporcionalmente ao mercado "spot". Assim se espera.

O mercado de exportações também confirma a tendência baixista. Observe, a seguir, notícia elaborada pela equipe da Scot Consultoria, e publicada na página da empresa no dia 30 de junho.

"O principal produto lácteo nas exportações brasileiras é o leite em pó. Em 2005, o total acumulado de janeiro a maio das exportações de leite em pó, em volume, foi 56,7% maior comparado ao mesmo período de 2004. Analisando mês a mês, apenas em maio as exportações de leite em pó foram inferiores, em volume, ao igual período do ano anterior. O Brasil exportou 10,2% a menos.

Por outro lado, as importações de leite em pó, também no mesmo período, aumentaram 80%. Só em maio, quando se compara com maio de 2004, o volume de leite em pó importado foi 138% superior. "Evidente que haverá reflexos no mercado interno."

Tais reflexos estão ocorrendo, especialmente no mercado "spot". Para o próximo pagamento, em meados de julho, os preços deverão ser mais baixos. As quedas nos valores, que estão sendo esperadas, podem se estender por dois meses, parte no pagamento de julho e parte em agosto. Mais para frente, será preciso esperar pelas tendências do mercado.

Atualmente, vários são os fatores da conjuntura política e econômica que influenciam o mercado interno.

O Brasil passa por uma crise política que há muito tempo não se via. Em um cenário em que importantes políticos, especialmente aliados do governo, sugerem que o presidente da República não "ouse" tentar a reeleição, o que esperar da economia?

É preocupante; o momento exige atenção redobrada por parte de todos, principalmente dos que tiram proveito dessas situações através de especulações.

Enfim, julho chega com a notícia da precoce queda nos preços, para desânimo dos produtores. O leite vai deixando as cotações de US$ 0,24/litro e indo para US$ 0,22 a US$0,23/litro, valor que já desfavorece o produtor.

Que estranho!!!
 

MAURÍCIO PALMA NOGUEIRA

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EDUARDO FONSECA PORTUGAL

MARECHAL CÂNDIDO RONDON - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/08/2005

Bom, lógico que a oferta aumentou! Na região oeste do Paraná, o aumento girou em torno de 9% em relação a igual periodo em 2004. A retração das exportações em função do câmbio desfavorável, resulta em sobra de leite fluído. O cruzamento da linha da oferta e consumo de leite no Brasil, está afetando a estabilidade de preços ao produtor. Com tendência atual a sobrar leite, a informalidade tende aumentar como mecanismo de sobrevivência de pequenas empresas. Outro aspecto importante é a gangorra da efetivação oficial da IN 51, instrumento este que visa achar a identidade do leite no Brasil. Os que fizeram o dever de casa continua pagando os efeitos negativos da concorrência desleal e há quem já fale que vai acabar em pizza. De qualquer forma, só a sobra de leite no país vai trazer uma pressão maior sobre o leite sem qualidade. Sem esta, o oportunista está fora! Em tempo, o aumento percapita de 130 lts/ano para 140/lts, mudaria o panorama atual.
ALVARO CARDOSO FERNANDES DE PÁDUA

PRESIDENTE PRUDENTE - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 27/07/2005

Muito interessante o artigo, a explicação técnica, contudo fico com o comentário do senhor Gustavo de Carvalho na sua carta, onde ele resume em quatro linhas o que ocorre, isto é, sendo que as empresas que comercializam leite frente de acordo com a IN 51 abaixa agora o preço do leite, para depois subir com pretexto da qualidade. Esse é o Brasil!



Álvaro





<b>Resposta do autor:</b>Prezado Álvaro,



Ótima a sua observação sobre os patamares de preços. Porém, analisando-se diversos períodos e considerando a inflação, os preços do leite estavam nos melhores níveis de alguns anos, mas não muito acima. Por isso, os valores não eram elevados. Essa queda, observada neste mês, é fruto de adversidades de mercado e a própria, e tradicional, pressão do setor varejista. Sendo assim, os valores estão recuando mesmo, e não voltando a patamares normais. A situação do produtor de leite só não é pior porque o mercado de concentrados favoreceu até o momento.



Hoje, no mercado do longa vida, o setor varejista trabalha com a terceira maior margem dos últimos 3 anos.



Quanto aos preços relacionados a custos de produção, infelizmente acredito que não haja mais espaços para isso nos dias de hoje. Os únicos modelos que ainda aceitam essa relação são as integrações de indústrias e produtores na produção de aves e suínos. Mesmo assim, no longo prazo, o produtor perde sua liberdade mercadológica.



Você tem razão quanto aos custos de produção, sua relação com nível tecnológico, a regionalização dos mesmos e a negligência dos produtores em calculá-los. Mas o que manda nos preços será sempre o mercado.



Com relação a IN 51, de fato exigia-se alguns investimentos. Porém na verdade, a maior parte dos produtores, mesmo pequenos, tem condições de atendê-las de imediato. Mesmo que haja alguma necessidade de investimentos, garantir a qualidade tende a reduzir os custos e não aumentá-los. No entanto, sua questão me deu uma idéia de pauta para análise. Vou tentar, junto com a equipe da Scot Consultoria, avaliar este impacto nos custos de produção e escrever sobre ele nas próximas semanas.



Tenho lançado, em minhas palestras, a seguinte questão: " A IN 51 inclui ou exclui o produtor rural?" Vamos escrever sobre isso.



Um forte abraço,



Atenciosamente,



Maurício Palma Nogueira

engenheiro agrônomo

LUCIANO FERES JACOB

SÃO SIMÃO - GOIÁS - EMPRESÁRIO

EM 20/07/2005

Caro amigo Maurício,



Acho muito ruim esta queda, pois as despesas continuam altas e bem no meio da entresafra, época em mais precisamos de dinheiro. Deste jeito não sei aonde vamos parar. Cada dia vemos que o buraco é mais fundo do que imaginamos.

SAVIO SANTIAGO

OUTRO - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/07/2005

Concordo com você Maurício quando diz que as pesquisas saem atrasadas porque dependem da conclusão dos pagamentos aos produtores.



Por isso confio nos dados apresentados pela Scot Consultoria. O que discuto é a forma tardia com que o produtor tem acesso às informações.



Na realidade a Indústria é sempre tida como o "lobo mau" do negócio porque informa seus fornecedores da realidade de mercado nesses momentos crises antes de qualquer meio de comunicação.



No início de junho os únicos sites do setor que tinham divulgado a atual tendência, mesmo que em uma tímida matéria, eram o Milkpoint e a Scot Consultoria. Nos outros o interessado acessava e achava que tudo as "mil maravilhas".



Longe de mim questionar o trabalho de uma empresa tão respeitada quanto a de vocês e um pesquisador de ponta no setor como você Maurício, só tive a intenção de informar sobre uma questão que acho ainda muito deficiente em nosso país: a informação ao produtor de leite.

Quanto a crise sem precedentes que explicitei em meu comentário anterior, continuo com esse receio meu caro Maurício. Geralmente quando os preços recuam antecipadamente ao aumento de volume de safra, as vendas aquecem e o produto começa a girar normalmente. Desta vez tenho observado os preços baixos (longa vida R$ 1,05 - RJ) e as vendas frias mantendo as indústrias com estoque.

Sem mais comentários gostaria de realmente abrir as portas da empresa aos senhores da Scot. Realmente não sabia que os senhores já haviam tentado contato conosco vamos nos aproximar e aumentar as informações aos nossos produtores.



Um abraço



Sávio Santiago

JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 12/07/2005

Não estranho a queda nos preços do leite, pois nunca foi tão bem pago.



Havia produtor vendendo o leite na plataforma do laticínio a R$0,70 o litro, o que beira a US$0,30. A indústria regional e local estava sendo esmagada.



Quem sabe agora não se volte a atenção para a média e pequena indústria, que talvez possa voltar a operar com oferta de leite menos caro



Acredito que o pequeno e médio produtor devia vender para pequena e média indústria, visando ao mercado local e regional, com incentivo de escala por meio de programas de governos e prefeituras, para o aleitamento de crianças carentes. Esse sistema é o que está sendo posto em prática no Paraná, por meio do Programa Leite das Crianças do governo estadual; o Maurício talvez possa nos informar sobre o resultado desse programa do PR, no que se refere à política de preços dos laticínios cadastrados no governo paranaense.



<b>Resposta do autor</b>



Prezado senhor Juliano,



Não concordo com a sua afirmação de que o preço esteja alto como nunca, em 2005. Os preços, quando atualizados pelo IGP-DI, estão nos melhores patamares da média dos últimos anos, e mesmo assim, ainda são inferiores aos preços observados em 2000. Também são valores bem próximos aos preços de 2003, quando atualiza-se o IGP-DI.



Comparando períodos mais longos, os preços do mês de pico de 2005 são inferiores a todos os preços médios do período que antecede o ano 2000. Observe, na tabela a seguir, os preços médios do leite nos últimos anos, em reais corrigidos pelo IGP-DI e dólar.



<center><img src=https://www.milkpoint.com.br/mn/mercadoleite/fotos/ml_130705.gif></center>

Fonte: Scot Consultoria

Na comparação do senhor, os valores de R$0,70/litro bruto, provavelmente equivalem a produtores que recebem as maiores bonificações. Geralmente estão atrelados a produtores com maior volume e maior qualidade; são preços que praticamente acompanham o mercado "spot". A Scot Consultoria, nas pesquisas a campo, chegou a encontrar preços máximos de R$0,72/litro pago a produtores. No entanto, na mesa região destes preços mais elevados, o valor médio foi de R$0,588/litro; na verdade é este último preço que representa o mercado.



A comparação em dólar, embora muito utilizada, tende a não refletir a realidade. Além do mercado, outros fatores estão relacionados com as cotações em dólar. As oscilação do câmbio, por exemplo, é um fator deturpante de comparações baseadas em moeda americana. O artigo "Valor do Leite no Últimos Anos", publicado neste mesmo espaço, <a href=https://www.milkpoint.com.br/mn/mercadoleite/artigo.asp?nv=1&id_artigo=23771&area=6&perM=7&perA=2005>clique aqui para ler</a>, artigo anterior a este que o senhor comenta, comparava a eficácia dos indicadores, de inflação ou dólar, para analisar a evolução do preço do leite. Vale a pena lê-lo.



Finalmente, acho muito interessante a sugestão que o senhor faz para se vender leite às pequenas e médias indústrias regionais. Na verdade, isso seria o ideal. Porém o problema é quando estas decisões, dentro de uma propriedade, envolvem a diferença de alguns centavos a mais, ou a menos nos preços. Aí, o empresário segue a sua necessidade.



As menores indústrias realmente estão com uma dificuldade muito grande em competir. Possuem menos capital e o acesso ao consumidor, via supermercados, exige elevadas escalas. Por aí vai. Realmente ficou difícil; cada vez mais essas empresas vão perdendo espaços no mercado.



Quando o senhor relaciona as pequenas indústrias, com a eficácia de programas governamentais dirigidas ao propósito assistencialista e desenvolvimentista ao mesmo tempo, o senhor acerta na mosca, em minha opinião. E foi muito feliz ao citar o programa "Leite da Criança", do Paraná.



O programa "Leite da Criança", do Governo Paranaense, objetiva distribuir 1 litro de leite para cada criança que precisa.



A prioridade é o atendimento de crianças de 6 a 36 meses de idade, pertencentes a famílias com renda média "per capita" mensal inferior a meio salário mínimo. A segunda prioridade é o atendimento às mães que estejam participando das campanhas de aleitamento materno e gestantes com acompanhamento pré-natal. A terceira prioridade é o atendimento as crianças de 3 a 6 anos completos e que não estejam freqüentando creche ou educação pré-escolar com suprimento de merenda escolar.



Acredita-se que cerca de 158 mil crianças paranaenses estejam dentro das três prioridades de atendimento e apresentam algum risco de desnutrição.



Simultaneamente ao repasse do benefício, o programa também tem por objetivo estimular a organização e a qualificação das bacias leiteiras locais e regionais. Essa é a grande novidade em termos de eficácia nas medidas adotada pelos planejadores. Eles visam, de fato, garantir que se fomente a produção regional.



A principal dessas medidas, que há anos especialistas afirmam ser de importância, é a obrigatoriedade de uso de leite pasteurizado no programa.



Não é por ideologia e nem por perseguição às empresas multinacionais que produzem embalagem, mas sim pelo fato de que o leite pasteurizado não pode andar muito, precisa ser consumido regionalmente. Por isso essa medida é eficaz, pois impossibilita que o programa traga leite de outras bacias. Assim, atende-se a população carente e contribui para o desenvolvimento da produção regional. De custo, o programa passa a ser investimento.



Até abril de 2005, os resultados apresentados no site do Governo Paranaense apontavam que 399 municípios já haviam iniciado a distribuição; 161 mil crianças eram atendidas; a demanda mensal de leite atingia 4,42 milhões de litros de leite; o preço do mês era R$0,01/litro inferior ao preço do leite "C" pasteurizado no atacado paulista e R$0,05/litro inferior ao preço do leite "B"; haviam 13 mil produtores cadastrados e 70 laticínios, dos 88 cadastrados, já forneciam leite.



Os preços, até abril, seguiam os preços do Conseleite.



Obrigado pela participação.



Atenciosamente,



Maurício Palma Nogueira

engenheiro agrônomo
MARIUS CORNÉLIS BRONKHORST

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/07/2005

Nosso preço caiu em 30dias de R$. 0,63 para R$ 0,554 que é uma queda de 13.7%.



<b>Resposta do autor</b>



Prezado senhor Marius,



Realmente temos constatado quedas superiores para os produtores que recebem preços mais altos. Inclusive, o mesmo fato aconteceu na propriedade de minha família, em Casa Branca (SP).



Dependendo da sua região, o comportamento do preço dos produtores que recebem os maiores preços seguirá a tendência observada para o mercado "spot". Vale a pena ficar atento.



Atenciosamente,



Maurício Palma Nogueira,

engenheiro agrônomo

PAULO TADATOSHI HIROKI

LONDRINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/07/2005

Realmente esta baixa nos preços do leite é muito estranha. Me parece que as empresas "estocaram" longa vida e como o consumo está em baixa, querem repassar parte dos custos para os produtores.



Estamos cada vez mais convencidos da necessidade de mais transparência nas relações entre os produtores e os demais elos da cadeia produtiva. O papel do produtor não é o de simplesmente receber o "que sobra" dos valores recebidos. Há necessidade de avanços no sentido de, diferente do que ocorre no nosso amado Brasil, que todos sejam benficiados ou penalizados quando de altas ou baixas no produto leite.



A organização e a busca de maior valorização econômica e sobretudo política é de extrema importância para o negócio leite. Todos precisam ser mais eficientes e buscarem mais retorno no processo produtivo.



Paulo Tadatoshi Hiroki

Médico Veterinário - EMATER-Paraná

Londrina
GUSTAVO CARVALHO

LAGOA DA PRATA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/07/2005

Estranho mesmo. Será que pode ser explicado assim?



Bem, vem aí a IN51. Os produtores não estão botando fé.



Teoricamente o leite dentro das especificações deve ser valorizado já que muita gente não vai se adequar. O que a indústria faz? Tira a diferença agora. Hoje recebo a R$0,62 livre. Como o meu leite está dentro da IN51, com a valorização e os incetivos por qualidade eu poderia esperar uns R$0,67. Aí eles derrubam o preço para R$0,55 e depois dizem: viu seu Zé, a qualidade é que te salvou, toma aí seus 7 centavos a mais.



Mas tudo continua como está, numa visão otimista! O que era incentivo passa a ser penalização. É o que ganhamos por aumentar o rendimento industrial, as cotas de exportação? Cadê a CNA? Não vem com essa de mercado, porque a produção não aumentou.
SAVIO SANTIAGO

OUTRO - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/07/2005

Definitivamente não consigo entender a análise de mercado realizada por empresas que informam os produtores. Não sei se é desatualizada no momento da inserção nos sites ou se as fontes não são satisfatórias.



Estamos entrando em uma crise sem precedentes em que quase todos os laticínios já reduziram os preços aos produtores na produção de maio. O leite longa vida no mercado do Rio de Janeiro caiu em 90 dias de R$ 1,29 (abril) para R$ 1,08 (06/07/2005). Os produtores podem esperar por reduções de 10% a 20% em um curto período. Através do contato que temos com laticínios, quase 100% afirmam repassarem baixas de R$ 0,06 a R$ 0,10 já para a produção de junho.



Já existe oferta de longa vida do sul do país a R$ 1,03 no mercado do Rio de Janeiro. Sugiro aos meios de informação dos produtores que se aproximem mais da indústria para obter informações mais seguras. Para se ter uma idéia somos uns dos maiores compradores de leite do estado de Rio de Janeiro atuando também em Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo e nunca fomos consultados por nenhum instituto de pesquisa.



A realidade é dura, acredito que este será um dos piores anos para a pecuária de leite nacional.



Um abraço a todos;



Savio Santiago



<b>Resposta do autor</b>



Prezado senhor Sávio

Como anunciamos, em quase todas as análises que fazemos, os preços referem-se à produção do mês anterior por uma razão bem simples, conhecida tanto pela indústria como produtores: Os pagamentos são feitos no mês seguinte à produção e os preços pagos são informados apenas depois de fechado o mês. Por isso que os resultados da pesquisa e respectivas análises são feitas apenas depois do dia 20 de cada mês. Visamos maior exatidão nos números.



Já tentamos, mas não foi possível antecipar a divulgação, pelo fato de que se reduz muito o número de empresas que respondem à pesquisa. Com isso, perde-se estatisticamente.



Evidentemente, os produtores sabem quanto receberão individualmente. Porém, estatisticamente, essa informação é difícil antecipar. Ainda mais se consideramos os fatos comuns que geralmente ocorrem, como neste mês, pagamento de julho, que a indústria prometeu um preço a diversos produtores e não cumprirá. Esse fato, inclusive, ocorreu na propriedade de minha família, onde produzimos leite.

Quanto ao seu comentário, concordo em vários pontos. Porém, deixe-me defender das críticas contidas em sua carta.



1. Na análise escrita nesta semana, eu falo exatamente o que o senhor afirma em sua carta. O fato do senhor não entender a análise indica que o senhor provavelmente tenha observado apenas os preços, aí sim, a desatualização existe pelo fato explicado acima. Porém, toda a análise, inclusive o título, aponta para a queda nos preços.



2. Não concordo que a crise atual seja sem precedentes. Estamos entrando em crise, mas já tivemos piores, tanto produtores como indústrias. A não ser que, novamente, a indústria tenha informações que não nos passam. É comum isso acontecer, mas aí não podemos fazer nada. Vivemos de pesquisa de mercado. Concordo sim que há risco da crise se acentuar e, daí sim, poder ser bem pior que a de anos anteriores. Mas por enquanto isso não foi possível de ser determinado via pesquisa. Não podemos fazer e nem falar nada. Pesquisa de mercado se baseia em fatos, e não adivinhação.



3. Nos aproximamos sim da indústria para levantar informações. Sei que sempre pode-se melhorar e fazemos isso constantemente. Hoje nossa análise baseia-se num banco de mais de 350 compradores de leite e sempre estamos buscando aumentar.



4. Quanto à empresa que o senhor trabalha, que eu deduzo qual seja pelo seu e-mail, conhecemos a importância dela nas diversas regiões que atua. Nós já ligamos à sua empresa diversas vezes e, infelizmente, não aceitaram nos passar os preços. Muitas empresas não aceitam, ou por política, ou por simplesmente não querer responder a pesquisas de preços. Aí também não podemos fazer nada.



Porém, como o senhor deixou esta porta aberta, vamos recolocá-la ao banco de contatos ativos e voltar a inserí-la na pesquisa.



Bem Sávio, espero realmente que as condições mudem para melhor. Sabemos das dificuldades das indústrias e das dificuldades dos produtores. Essas condições desfavorecem todo o setor, uma pena.

Obrigado pela participação. Estamos à disposição para esclarecer eventuais dúvidas.



Um forte abraço

Atenciosamente

Maurício Palma Nogueira

engenheiro agrônomo
VALDIR GOERGEN

AUGUSTO PESTANA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/07/2005

Falam em baixar o preço do leite em função da cotação do dólar, mas será que os insumos (adubo, uréia, farelo de soja, ração, medicamentos, etc) também irão baixar conforme a baixa dos produtos?



Quando o dólar estava alto nos explicavam que os insumos estavam nestes preços em função do dólar mas agora com o dólar em baixa, quanto baixou os insumos?



<b>Resposta do autor</b>



Prezado senhor Valdir,



O senhor tem razão na sua colocação.



Alguns insumos tiveram seus preços reduzidos, como caso dos fertilizantes fosfatados, que caíram 19%. Os concentrados, por fatores de mercado iguais aos do boi e, provavelmente, o do leite, estavam 15% mais baixos em 2005. Já sinalizam alta.



O que acontece com a indústria? Se eles reduzem os preços, depois não conseguem aumentar, portanto mantém nos mesmos patamares sabendo que o câmbio atual não reflete a realidade.



Algumas empresas, cujos produtos são cotados em dólares, trabalham com câmbio próximo de R$2,60/US$, segundo pesquisas. Outras, como as que importam cloreto de potássio, matéria prima para os formulados, mantiveram as cotações em R$2,95/US$. Coincidentemente, em junho, a estimativa do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), em matéria veiculada na Folha de São Paulo, estimava câmbio médio de 2006 próximo dos R$2,86/US$.



Portanto, houve redução nos insumos, mas não relacionado diretamente ao câmbio, embora haja relação indireta, como no caso do farelo de soja, que trouxe todas as cotações de concentrados para baixo.



Atenciosamente,



Maurício Palma Nogueira

engenheiro agrônomo

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