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O setor lácteo tem condições de acompanhar o aumento do consumo?

POR MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PANORAMA DE MERCADO

EM 26/09/2011

5 MIN DE LEITURA

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O ano de 2011 está nos mostrando que há algo de estranho no setor lácteo brasileiro, a ponto de merecer uma análise mais abrangente. A despeito de uma conjuntura em geral muito favorável, há sinais de que o setor não tem conseguido gerar lucratividade suficiente do aumento do mercado conseguido nos últimos anos.

O ponto de partida é que raras vezes no mundo se viu um crescimento no consumo per capita como o Brasil teve nos últimos 10 anos, em que a quantidade por pessoa subiu quase 40 kg (figura 1), o que representa uma enormidade de mercado criado, isso sem contar o crescimento da população nesse período, que agregou mais de 20 milhões de novos consumidores potenciais.

Além do crescimento em volume, tem havido alguma sofisticação do mercado, refletido na taxa de crescimento de dois dígitos no mercado de queijos e de quase isso no de iogurtes.

O setor de alimentos no Brasil foi dos que menos sentiu a crise de 2008 e há uma percepção geral de que é um setor promissor, visto que há aumento de renda nos países emergentes como o Brasil, a ser traduzido em maior consumo de alimentos, bem como de alimentos de valor agregado.

Figura 1. Consumo per capita de lácteos no Brasil, 2000-2009 (não temos os dados oficiais de produção em 2010, mas estimamos que o consumo tenha dado novo salto, para mais de 159 kg/pessoa/ano)



Mesmo com esse cenário positivo para alimentos e para os lácteos, o setor de laticínios tem passado por algumas dificuldades. A mídia trouxe, nos últimos anos, algumas notícias de grandes empresas que iniciaram processos de expansão e que terminaram ou falidas ou sendo adquiridas por outras empresas, não raro com capital governamental para dar a liga necessária para a continuidade das operações. Em empresas com portfólio mais diversificado, as notícias indicam que o segmento de lácteos se mostrou menos atrativo do que outros. Ainda, apesar do mercado favorável em relação a aumento de volume e das prospecções até então feitas, nenhum grande grupo internacional investiu no setor.

Em 2011, a situação não melhorou para a indústria, salvo produtos específicos, como queijos, que estão tendo um ano melhor (UHT também não está ruim agora). Os preços da matéria-prima têm subido mais do que os derivados no atacado, principalmente do leite em pó, às voltas com o problema da falta de exportação, do mercado interno estagnado e das importações (figura 2).

Figura 2. Variação dos preços ao produtor e à indústria, usando janeiro de 2007 como índice 100 (valor real)



Esse cenário para a indústria poderia significar um grande estímulo à produção, visto que, à primeira vista, é o produtor quem mais tem ganho. Porém, que números encontramos ao analisar os ganhos de produção nesse ano? Pelo Cepea, a captação de janeiro a julho, no país, foi 2,2% mais baixa do que no ano passado. Isso mesmo considerando preços 11% mais elevados - como já muito se comentou no MilkPoint - um dos preços mais altos do mundo, em dólar (veremos se isso mudará agora, com a desvalorização do real). Os custos, no entanto, estão 15% mais altos. A situação não é tão boa para o produtor, mas por outro lado não é tão ruim a ponto de gerar uma queda dessa magnitude na captação. Pelo menos, não deveria.

A figura 3 é uma simulação que fazemos a partir dos dados do ICPLeite, da Embrapa Gado de Leite, que dá a variação porcentual do custo a cada mês. No intuito de procurar transformar em Reais, nós adotamos arbitrariamente um valor de custo para julho de 2007, que consideramos de R$ 0,525/Litro. A partir daí, fomos aplicando a variação do ICPLeite e chegamos a R$ 0,786/litro em agosto de 2011. O objetivo aqui não é definir um custo absoluto, mas sim analisar os valores relativos, de uma maneira mais palpável para o produtor. Pela figura 3, os momentos em que a curva azul fica acima da laranja indicam resultado positivo, o oposto ocorrendo quando a linha azul fica abaixo da linha laranja. Percebe-se que, se não tivemos os grandes picos de 2009 e 2010, também não tivemos os vales que normalmente sucedem estes períodos mais rentáveis, que levam ao aumento da produção e redução da demanda e explicam os períodos de queda.

Em resumo, o que quero dizer é que a situação não deveria ser tão ruim a ponto de gerar uma queda na produção, como aparentemente ocorre, sugerindo algum problema mais crônico também na produção (a frustração da safra do Sul certamente tem sua contribuição, mas não só ela, como temos discutido a respeito de Goiás, São Paulo e Minas Gerais).

Figura 3. Simulação de rentabilidade do leite em Minas Gerais, utilizando como base os dados do ICPLeite da Embrapa Gado de Leite



Eis, então o mistério: o mercado é vigoroso, mas as empresas não navegam em um mar de rosas, mesmo com o governo aportando recursos significativos para viabilizar algumas delas (aliás, há quem diga que esse investimento virou "preço de leite", com as empresas buscando matéria-prima para garantir escala, não resolvendo a situação básica de rentabilidade); a produção, mesmo em um ambiente de escassez de leite, não mostra a força que tinha antes.

São as importações de leite, dirão alguns. Sem dúvida, este é o tema mais discutido no setor, junto com a questão tributária entre os estados. É evidente que as importações têm uma parcela da culpa, ao trazer para dentro do país entre 3 e 4% do nosso consumo, o que chega a representar 50% do crescimento do mercado em um determinado ano.

Mas daí a considerarmos que todos os problemas do setor decorrem do leite importado, ou que esse cenário de queda na oferta e má rentabilidade das indústrias e produtores é fruto exclusivo desse processo, é simplificar por demais a situação. E, além disso, as importações podem ser vistas em parte como conseqüência de uma situação, e não apenas a sua causa.

Que tal irmos um pouco adiante? É hora de nos desbruçarmos sobre a realidade do setor, analisarmos a sua competitividade de maneira mais ampla e traçarmos uma agenda de mais longo prazo, ao invés de apenas combater esse ou aquele vilão do momento, como tem sido nossa característica. Como tornar a cadeia do leite estruturalmente mais rentável? Essa é a pergunta que deveria nortear as lideranças setoriais.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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MARIUS CORNÉLIS BRONKHORST

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/10/2011

Bom Dia  Raul


Posso dizer e compartilhar que a vida não é facil,mas se fosse facil o facil seria o desafio e difil como o facil de hoje.


Vendo as transformações mundo afora Sr Raul , e nas atividades como agriculturas, suinocultura, não falando da informatica e industrial, a unica coisa que nos resta é ser muito e muito profissional tambem.


E cobrar das autoridades competentes o que é obrigação da parte deles.


Mas resalto Aqui, que eles estarão sempre atras de nos.


Isto é e será sempre o desafio e a diferença entre os dois, e é em todo mundo assim.


A iniciativa privada é agil, decisiva e competitiva.


O poder publico é lento, burocratico ,e corre atras dos fatos .


Mas com tudo isto vale apena ser do setor privado,pois traz consigo muito satisfação.


e liberdade, apesar das imposições do poder publico.


Abraço


Marius


RAUL LARA RESENDE DE CARNEIRO

SERTÃOZINHO - SÃO PAULO

EM 10/10/2011

Compartilho de sua opinião, Marius.


A vida definitivamente não é fácil e são muitos os desafios que o produtor de leite no Brasil enfrenta. Contudo, olhando para a década de 90 e para hoje, o mercado mudou, e muito.


Aspectos relacionados à qualidade de leite e seus diferenciais de remuneração que tanto se discutia, hoje são realidade. Me arrisco a dizer que a tendência para a próxima década é a melhoria da produção e qualidade do leite brasileiro. Contudo, demandando muito mais profissionalismo, eficiência e competitividade por parte do produtor, que aliás tanto se profissionalizou na ultima década e continua fazendo-o.


Lutar por maior seriedade quanto à forma com que nossas autoridades lidam com o assunto leite é tarefa árdua e obrigação de todos nós, bem como de difundir a importância do produto leite e seus derivados junto ao mercado consumidor.


Entretanto, de nada valerão essas ações se não atentarmos para a melhoria e profissionalização contínuos de nossos negócios. Intempéries sempre virão. Olhar porteira para dentro é também fundamental para sermos mais competitivos e eficientes.
MARIUS CORNÉLIS BRONKHORST

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/10/2011

Ronaldo, bom dia


Obrigado de pensar na mesma linha , é este modo de pensar e agir que moverá o Brasil e o mundo.


Muito ainda posso colocar aqui mas o principal foi dito.


E é esta forma de pensar que engrandece este site, pois seus colaboradores e leitores tem o espaço livre para debater .





Muito obrigado
CEZAR PIMENTA GUIMARÃES

PONTA GROSSA - PARANÁ

EM 01/10/2011

Caro Marcelo. oportuna a encruzilhada, principalmente da mídia especializada e num momento de acordos bilaterais de importação, politica cambial que distorce avaliações, mas o interessante é a participação governamental no setor , em especial nas industrias. Em minha região, novamene os produtores estão voltando  por os pés no chão de fabricas, mesmos que as mesmas não tenham pretensões globais mas com dinheiro facil, todos fazem ou ampliam suas fabricas e as mesmas tornam-se instrumentos de politica de preços?? curioso o tubo em que estamos entrando!!
MARIUS CORNÉLIS BRONKHORST

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/09/2011

Ola Antonio Perozin   


Não posso e não quero SR Antonio, ser arrogante,mas nossa região 50 anos atras era pura barba de bode e não tinha nada e ninquem para nos ensinar como era a região ,tudo que temos e construimos foi por nossos Pais e nos na continuidade.


Volto a frizar, Nos estamos sobre o mesmo governo e leis de importação e tributaria e trabalhista ,pior nos pagamos para entrar com nosso produto em São Paulo,e mesmo assim nosso preço é competitivo com o seus.


Não é a tarefa mais facil manter uma equipe de trabalho bom uniforme e de confiança mais nos temos que nos esforçar para fazer e manter uma equipe na propriedade.


E vai por min Antonio,aonde tem pessoas trabalhando haver fraudes ,mas cabe a nos combater e denunciar aos orgõas competentes.


É dar porrada em ponta de faca muitas vezes mas presiza nos pressizamos nos devender e dar continuidade no nosso trabalho e devender nosso patimonio.


O produtor seja onde for é e sempre será o primeiro a começar e ultimo a largar,emquanto o funcionario esta de ferias ELE enfrenta o dia a dia.


Muito otimismo , mas é este OTIMISMO que nos move a continuar a enfrentar o dia a dia.


De uma ciosa eu tenho certeza enquanto eu estiver olhando para os vizinhos proximos ou longe eu esqueço de olhar para a minha propriedadee é ela que me sustenta..


Um bom final de semana Antonio,e esperamos que chova para dar inicio ao plantio de milho..(ainda não plantamos nada devido a seca,mas os custos estão 20% mais altos do que em2010)  


Marius C. Bronkhorst
RONALDO CARVALHO SANTOS

CURITIBA - PARANÁ - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 29/09/2011

Marius  Cornélis,


Felizmente você vive em paz com a realidade. É do Brasil que acredita no livre mercado, que tem em mente a realidade de que talento e competência, sou sempre aplicáveis.


Quem não tem competência ,se estabelece  produzindo com custos elevados.


Aplaude projetos de restrição à entrada de produtos importados , mais baratos.


Tenta justificar a má qualidade de seu produto por entender que está sendo mal remunerado


Culpa os governantes, aqueles mesmos que ajudou a eleger.


Culpa cada vêz mais o Govêrno, sem procurar resolver o dever de casa.


Viverá eternamente na dependência dos Políticos.


Realmente, é uma lástima viver de seguro desemprêgo,pior ainda a dependência e espera ,


que o Setor Govêrno resolva suas dificuldades básicas .


Não defendo o Govêrno nem a corrupção que assola o País. mas convenhamos que precisamos ser mais competentes como empreendedores, depois vamos cobrar autoridades.


Produzir com qualidade e custos compativeis para ganhar mercados é urgente.


              Ronaldo Carvalho Santos - Assessoria Independente


                                         Médico Veterinário





ANTONIO PEROZIN

VALINHOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/09/2011

Ola Marius Cornelis Bronkhorst

A mim, parece que  voce esta numa região em que a realidade é totalmente diferente da nossa.

Nós sentimos os efeitos desastrosos de uma politica governamental errada, que libera importações para atender interesses dos vizinhos do Mercosul,  nós sentimos os efeitos da fraude no leite, e cotestando que quem produz é o produtor, temos laticinios que compram 2 mil litros/dia e vendem 10 mil.

A mão de obra na sua região tenho conhecimento da diferenças entre as demais regiões do país, pois, não vale pagamento entre os maiores da região, treinamento, a pessoa prefere receber seguro desemprego.

Abraços

Antonio Perozin

FABIANO SANTOS JUNQUEIRA

PARÁ DE MINAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 28/09/2011

Caro Marcelo,


antes de mais nada gostaria de dizer que estou apenas "meditando", sem me apoiar em dados numéricos.-, mas vamos lá.


Acho que esta queda de volume produzido pode ter alguma relação com a valorização da @, o que fez com que muitas vacas virassem hamburger. Com os preços atuais da @, vi vários produtores de leite sendo mais radicais em seus critérios de descarte. Será que tenho alguma razão? vocês dispoem de algum dado concreto que confirme ou derrube esta minha suspeita?





um abraço,





Fabiano Junqueira

<b>Olá Fabiano,
Não temos os dados concretos, mas esse é um fator certamente relevante, visto que a relação arroba/leite tem favorecido em muito a primeira.
Abraço,
Marcelo</b>

MARIUS CORNÉLIS BRONKHORST

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/09/2011

Prezado Marcelo e Leitores


Me chamou atenção quando Marcelo citou o preço em dolar,alias o maior preço recebido em dolar na historia,(muito bom) mas ao mesmo tempo o mais caro para produzir (muito ruim).Um ditado!!!!!


ERRAR É HUMANO, MAS CULPAR OS OUTROS É MAIS HUMANO AINDA....


A maior parte dos leitores que responderam a sua carta Marcelo, culparam alquem da porteira para fora ,pelo insucesso da atividade. por isto o ditado.


Não estaria na hora de nos olharmos para nos e dizer, O QUE ESTOU FAZENDO DE ERRADO..


Nos estamos hoje com preços de custo acima ou em igual patamar do que os Estados Unidos e Europa para não falar de Oceania.


Podemos nos nestas alturas do campeonato ficar culpando os outros pelo nosso incapacidade de produzir?


Produzir leite é hoje da porteira para dentro.


Mão de obra quem faz é o produtor, como, dando condições de trabalho e salario justo.


Obrigaçaõo do funcionario ,produzir no minimo 1000 litros de liete dia, que das estas condições o produtor.


Alimentação e condições de trabalho quem da é o produtor, sem participação do poder publico.


Se o custo e recebimento e de produção é igual aos lá de fora,vamos trabalhar e produzir que nem eles .


Se não estamos fora já,


Prezados leitores e produtores OLHEM da porteira para dentro para poder continuar na atividade, pois é voçe que produs e não a industria ou o governo, e cobramos do GOVERNO qual sua responsabilidade e cobrar pelo mal e não feito.


Abraço





Marius


FERNANDO MELGAÇO

GOIÂNIA - GOIÁS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 27/09/2011

Senhor Marcelo,

Parabéns pelo seu artigo tão bem escrito e com tabelas e curvas bem elaboradas.

Baseado no que diz o título de seu artigo: "O setor lácteo tem condições de acompanhar o aumento do consumo?"

Li vários comentários,alguns dizendo que sim outros que não etc.

De uma coisa eu tenho certeza: se nossa produção não der conta de acompanhar o consumo, as produções da Argentina e Uruguai com certeza darão conta.

Acredito que este é o principal entrave para manter os nossos preços pagos ao produtor tão baixos que desestimula qualquer um a produzir leite neste País.

Atenciosamente,

Fernando Melgaço
RICARDO AUGUSTO BOSCARO DE CASTRO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 27/09/2011

Olá Marcelo, parabéns, ótimo artigo.


Continuamos com muitas perguntas e nem todas as respostas. Em relação a cada elo da cadeia do fornecimento de insumos, passando pela produção primária, processamento, distribuição e consumo, seria interessante termos um estudo aprofundado dos fatores que efetivamente interferem na lucratividade e na competitividade de cada um. No caso do consumo, quais os fatores interferem na opção de compra de determinado produto. O que hoje realmente define a competitividade de cada agente na cadeia? Como esses fatores são trabalhados? Qual o grau de importância de cada fator? Um real entendimento desses pontos nos daria mais subsídios para entendermos e atacarmos as distorções existentes no mercado de lácteos. A modernização do setor passa por uma completa radiografia do mesmo. Excelentes trabalhados são feitos, inclusive pelo Milkpoint, o que, sem dúvida, auxilia muito no entendimento dos problemas existentes. Acredito que podemos mais ainda. Precisamos que as cabeças pensantes continuem o seu trabalho. Avante Milkpoint!!
OSMANI MENDES FERREIRA

IBIÁ - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 27/09/2011

Caro Marcelo,


Muito boa sua analise, vai perder quem deixar de incrementar seus sistemas de produção.Já faz um bom tempo que é hora do leite ou melhor sempre foi desde que de forma profissional.


Esse negocio de produzir 100L só se for em um Ha.
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOS

AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/09/2011

Olá Marcelo

É sempre bom ler seus escritos.

Falo um pouco sobre os produtores:

Acho sim, que podemos atender a demanda.

Agora, precisamos conviver um pouco mais com as mudanças que nos foram impostas:

Granelização, Refrigeração, Qualidade do leite.

Todos esses itens requerem investimentos muito grandes

E depois do investimento a convivência com a tecnologia (cultural)

Voce sabe a luta.

E alem do mais, a constatação que o consumo está aumentando é muito recente.

Precisamos de um tempo  de maturação.

Não existe receita de bolo pronta.

Acho que isso também se dá com a indústria.

Qto ao ganho de poder aquisitivo, o cenário é de estável para melhor (veja o ajuste do salário mínimo para 2.012.

Estamos preparados?

Vamos acreditar que o consumo veio para ficar? Acho que devemos.

As coisas levaram tanto tempo, e agora estão acontecendo tão rapidamente...

Ops! o dolar pulou de R$1,60 para R$1,85. Vamos continuar importanto lácteos?

De repente o nosso grande inimigo, o tesouro dos países desenvolvidos, deixou de se preocupar com a agricultura do turismo para sustentar os Bancos. Não são bancos regionais não
.
Os tempos estão mudando. Vamos aguardar.

Comungo da sua ansiedade, é evidente com menor grau.

O grau de um sexagenário...

Mas vamos conseguir.

Firme na lida Marcelo.
HELDER DE ARRUDA CÓRDOVA

CASTRO - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 27/09/2011

Parabéns Antonio Perozin pelos problemas levantados. Muito lúcidas suas considerações. Simples e direta. Sem filosofar. Os problemas (entraves) da pecuária leiteira todos conhecem. Faltam ações de toda cadeia para solucioná-los. Um setor fica esperando pelo outro. Se toda a cadeia não se unir em torno de soluções concretas continuaremos debatendo sempre os mesmos problemas sem resolve-los.
ANDRÉ WEILER

SÃO MARTINHO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/09/2011

Parabéns a todos os comentários, me identifico com todos eles e não apenas me identifico como também estou vivenciando todos eles. Depois de mais de 20 anos produzindo e investindo na atividade do leite me deparo com uma situação difícil e triste ao mesmo tempo, pois praticamente comprometemos a propriedade investindo no leite. Pergunto então, o que vamos fazer agora ? Especialistas vem e falam que o setor é ruim, que não temos lucros que a mão-de-obra esta cada vez mais difícil nesse setor, tudo isso já não é mais novidade. O leite vai ter que acabar para que as pessoas passem a dar valor a ele ?


Bom eu vou estar , depois de 25 anos na atividade, para o rol dos que penduraram a chuteira e colocaram tudo a venda, pois vejo meus vizinhos com produção de grãos adquirindo terras e máquinas, progredindo, enquanto eu só contabilizo prejuízos e insatisfação. Pena para os 25 anos que perdi nessa atividade. Agora o desafio vai ser vender os animais pois aqui na minha região tem muito produtor querendo vender o gado. Claro que sempre tem alguns entrando, financiando no banco a compra de animais e equipamentos, tomara que até o dia que comece a vencer os financiamentos deles o setor tenha mudado, pois caso contrário não vão conseguir honrar seus compromissos. Essa é a realidade que vejo no dia-a-dia e também nas reportagens como essa que acabamos de ler.


Um abraço a todos e parabéns por todos os comentários!!!   
RONALDO CARVALHO SANTOS

CURITIBA - PARANÁ - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 26/09/2011

O assunto é apaixonante,vou provocar uma discussão sob um prisma ainda não visto.


Um mix de produtos de baixa qualidade que as vezes parece de panificação ou pizzaria.


Amido adicionado a produtos que deveriam ser nobres,ricota vendida como queijo minas.


Amido no doce de leite ou aumento de açúcar na composição.


Sõro condensado e em pó. Vou ficar por aqui.


Depois reclamamos das importações. Aumentou o poder aquisitivo do Consumidor.


A oferta de bons produtos tem estimulado o consumo de importados de boa qualidade.


Nosso carro chefe em  vendas: Mussarela, Prato. iogurtes e Bebidas Lácteas.


Entretanto concorrem no mercado interno com queijos e  requeijões de baixa qualidade.


O leite deveria ser destinado as produtos nobres e de qualidade.


Novos consumidores, migrariam dos importados para os lácteos nacionais inclusive.
GEISSON SCHIRMANN VASCONCELOS

FORMIGUEIRO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/09/2011

Parabéns pelas análises!


Mas no meu entendimento todas essas questões levantadas têm uma parcela de culpa (falta de mão de obra, outra oportunidade de negócio mais rentável, baixa lucratividade por litro, baixo lucro pelo capital empregado).


Porém, a principal é a questão tributária, principalmente o ICMS.


Se os Governos (Federal, Estadual e Municipal) ganham em média 33% do preço final do leite, ou seja, por exemplo, se uma caixinha de leite UHT é vendida por R$ 1,80 no supermercado, os governos lucram R$ 0,60 e o produtor de leite vende para a indústria por R$ 0,80, mas lucra apenas R$ 0,15 por litro.


Assim, o produtor rural é quem investe o capital e sofre o risco do negócio e é quem fica com a menor parcela do lucro por litro.


O Governo não investe nada e fica com a maior parcela do lucro do negócio.


Situação que mais parece um COMUNISMO a la capitalista selvagem.


Esta situação é desestimulante.


E preciso mudar.


  
ABEL DE CARLI

VISTA ALEGRE DO PRATA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/09/2011

Acho que os produtores estão aprendendo a fazer contas.
FERNANDO FONSECA GOMES

INDIANÓPOLIS - MINAS GERAIS

EM 26/09/2011

Nois num manda ,so parpita  estamos desacreditados em nossa produçao,queremos ,mas só fica na vontade de querer,falta incentivo ,politica de preços ,credibilidade aos poucos que ainda restam. nimguem ta certo ou errado, todos queremos sobreviver nesta atividade, nao pq somos os tais, mais pq amamos ser produtores rurais de leite e somos teimosos em ficar nesta atividade, com nossa teima ate demos contar de fazer o BRASIL gerar renda ao ponto de dar conta de pagar a divida externa,o que nós queremos é ser reconhecido pelo que somos  e poder dar continuidade na atividade acho q nao é pedir muito...............
PAULO AFONSO VIEIRA

GOIATUBA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/09/2011

Caro Marcelo, em toda cadeia produtiva do agronegócio, a atividade leiteira esta numa desvantagem muito grande de rentabilidade comparado com outras atividades.


Na nossa região (Sul de Goiás) é comum para produtores liquidarem todo o seu plantel leiteiro e partir para outra atividade do agronegocio, principalmente no cultivo da Cana, Soja, Milho etc.


Algo precisa ser feito para que não continue essa migração.


Sou produtor e sinto na pele como é dificil produzir com baixissima rentabilidade.


Mas acredito em mudanças, para que possamos continuar produzindo e alimentando essa nossa nação.





PAULO AFONSO


Goiatuba-Go.

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