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Mercado de leite: é hora de cautela

POR MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PANORAMA DE MERCADO

EM 27/05/2008

5 MIN DE LEITURA

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O quadro que começou a se desenrolar no mês passado (leia aqui o último artigo de mercado) parece se concretizar em maio. Oferta em alta, economia em desaceleração e dificuldade de exportar com lucratividade fazem com que seja altamente improvável que a curva de elevação dos preços ocorrida de janeiro a abril se mantenha nos próximos meses, como ocorreu em 2007.

Nas várias regiões, a oferta de leite nesse início de ano é de fato bastante superior a verificada em 2007, como sugere o indicador de captação do CEPEA (Figura 1). Há que se lembrar, no entanto, que o início de 2007 foi um período de produção particularmente baixa, com abril produzindo até menos do que o mesmo mês do ano passado, segundo o CEPEA, fruto do desestímulo causado por preços reduzidos durante todo o ano de 2006. Com isso, certamente, no acumulado do ano, não manteremos os cerca de 20% de aumento nesse índice, uma vez que de junho em diante, a produção de 2007 respondeu rapidamente em função dos preços mais altos.

Figura 1. Variação da captação em relação ao mesmo mês do ano anterior, de fevereiro de 2007 a março de 2008 (Fonte: Cepea, Elaboração: MilkPoint)


De qualquer modo, o fato é que 2008, até agora, apresentou produção significativamente mais alta do que 2007. Abril foi chuvoso no centro-oeste e sudeste, postergando a entressafra, que começou a vir somente em meados de maio. Em breve, começa a safra do sul, animada pelos investimentos em laticínios e com as pastagens de inverno em pleno desenvolvimento.

Para permitir preços mais elevados, esse panorama de oferta necessitava de manutenção do consumo e/ou fortes exportações. O consumo, embora ainda consistente, já dá sinais de desaquecimento. Como citado em matéria do jornal Estado de S. Paulo, não se trata de uma virada, mas sim de perda de fôlego. Vários setores detectaram uma redução na velocidade dos negócios, o mesmo ocorrendo com lácteos. Entre as razões para essa desaceleração estão o aumento dos juros e o aumento da inflação, que minam o poder de compra da população, e o maior endividamento em função da expansão do crédito dos últimos anos. Para enfrentar essa situação, algumas empresas de alimentos e bebidas estão lançando mão de promoções. Segundo dados da LCA Consultores, nos últimos 12 meses, até abril, o salário mínimo perdeu 6,6% do poder de compra em relação à cesta básica, fruto do aumento dos preços dos alimentos. Por isso, está sobrando menos dinheiro no bolso do consumidor, que também tem maior parcela de sua renda comprometida com as prestações, por conta do crédito mais fácil. Por tudo isso, o Departamento de Economia da ABIA (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação) já admitiu que o crescimento de 8,1% no volume de vendas de alimentos no primeiro trimestre de 2008 não se repetirá agora. É preciso considerar que o crescimento em faturamento em 2007 foi muito elevado - alguns produtos tiveram vendas acima 30% maiores quando comparadas a 2006. Manter esse ritmo não é tarefa fácil.

A demanda externa é também motivo importante para essa desaceleração na produção. Câmbio desfavorável e menor crescimento mundial dificultam a exploração desse canal, apesar de, nos lácteos, o saldo de abril ter sido favorável em US$ 36 milhões. Resta aguardar os próximos meses, mas a lógica é de menos exportações.

Essa conjuntura logicamente afeta os lácteos. Apesar das boas expectativas e das correções verificadas em março e abril, o leite longa vida, um dos produtos mais importantes para determinar o comportamento de mercado, parece ter estacionado nos R$ 1,35-R$1,45/litro no atacado, valor que está abaixo do verificado em maio de 2007 (o CEPEA indicava R$ 1,49/litro), o que é crítico para o segmento que precisa trabalhar hoje com matéria-prima na casa dos R$ 0,75-R$0,80/litro. Em função disso, algumas indústrias vem procurando direcionar a produção para outros produtos, como o leite em pó, deteriorando também a situação dessa alternativa que vinha se mostrando melhor do que as demais. Os estoques estão mais elevados e os preços do produto industrial se situam entre R$ 8 e 9/kg (algo acima da paridade de exportação, que está na casa dos R$ 7,5-8,0/kg), contra R$ 10 a R$ 12/kg do produto fracionado. Por outro lado, há indícios que o setor de queijos tenha melhorado, com mussarela e prato subindo cerca de 20% do ponto mais baixo para agora, atingindo R$ 8,50-9,00/kg; mas há estoques.

Em função disso, ensaia-se uma acomodação de preços, a começar pelo leite spot, que está apresentando em algumas praças redução de cerca de R$0,05/litro na segunda quinzena de maio, com pressão para novos ajustes futuros. Os preços médios ao produtor, pagos em junho, devem variar pouco em relação a maio, talvez com oscilações regionais. Já para a produção de junho, paga em abril, o mercado está especulado, não sendo impossível que tenhamos algum ajuste para baixo. Por outro lado, as indústrias não querem perder captação. O passado recente traz alguns casos dolorosos de tentativas de redução de preços quando não havia espaço para tal, tendo como resultado expressiva perda de captação e necessidade de aquisição de leite a preços mais altos. Isso também é motivo de cautela para a indústria - ou deveria ser.

Nessa toada, 2008 parece se descolar do comportamento de 2007. Porém, qualquer projeção futura nesse momento é arriscada. Primeiro, devemos ter alguma desaceleração na produção, que ajudará a manter o mercado ao enxugar a oferta. Se isso ocorrer, movimentos de redução de preços não têm vida longa, como a experiência já nos mostrou. Segundo, com os preços de insumos muito elevados, os custos subiram sensivelmente e um cenário de preços em queda com custos em elevação será muito negativo, desestimulando a produção. Nesse cenário, com o produtor tendo que comprar adubo, mineral e ração a preços impensáveis, com preços da arroba em alta e com a produção de grãos atrativa, há o risco de termos, em 2009, uma repetição de 2007, com pouco leite no primeiro semestre, elevando novamente os preços e os custos de captação das indústrias, que deveriam ter esse quadro em mente para formular suas políticas de captação.

De qualquer modo, a avaliação feita anteriormente continua: 2008 tende a ser um ano com menor flutuação de preços do que 2007 e provavelmente com preços médios superiores. O problema, claro, são os custos. Isso posto, o produtor deve ficar atento aos indicadores de mercado e, principalmente, aos custos de produção.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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MARCELO ORMELAS VALADARES

UNAÍ - MINAS GERAIS

EM 20/06/2008

Excelente pesquisa, uma comparação de resultados de um período para outro é muito importante para que os gestores tomem suas decisões.
FRANCISCO CARNEIRO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 19/06/2008

Excelente pesquisa, um overview completo do cenário. Parabéns!!
LUCAS ANTONIO DO AMARAL SPADANO

GOUVÊA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/06/2008

Muito bom Marcelo, o artigo gerou comentários excelentes. É pena que alguns que comentaram a matéria sobre preço do leite em MG, não tenham lido esta e outras.Já externei a minha opinião sobre o assunto e concordo, 2008 está estranho, parece estarmos voltando ao passado.
A união dos "leiteiros" um dia irá se concretizar, se vou estar vivo para ver só Deus sabe, mas que lea é vital para o setor é!
No meu comentário sobre a matéria referida disse e repito. precisamos de representantes que racicinem em "nós" e não em ""eu", algum dia quem sabe...

Caro Wilkerson muito interessante o seu comentário, sem desfazer-me dos demais, mas a citação de Chaplin chamou-me a atenção. Resumindo, TODO DIA É UM NOVO RECOMEÇO!

Quanto aos custos de produção venho fazendo ginástica, mas concordo contigo, silagem é muito cara, provoca elevação de custos da produção naturalmente. Usei há três anos e não uso mais, em uma das minhas propiredades tenho 5 canaviais e 11 capineiras, alimentos secos sim, com a devida suplementação produzem um efeito muito bom. O custo inicial de implantação foi muito alto, mas haverá de se diluir ao longo dos anos, afinal cana e capim elefante bem tratados duram uma vida. Outra coisa, o investimento em máquinas é alto também, mas o retorno é excepcional.
Marcelo, meus parabéns a você e ao MilkPoint, repito, ainda bem que vocês existem.
EVALDO DO REGO BARROS ROSA

PESQUEIRA - PERNAMBUCO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/06/2008

Gostaria de parabenizar o Sr. Marcelo Pereira pelo brilhante trabalho apresentado quanto à cautela que deveremos manter com relação a conjuntura econômica da cadeia do leite.

Gostaríamos de saber sua opinião com relação às perspectivas do mercado produtor de leite aqui em Pesqueira-PE (apesar de ser semi-árido nordestino, possuimos uma temperatura média anual de 23º C, altitude em torno de 650m e com precipitação pluviométrica em torno de 650 mm anuais).

Estamos localizados em uma boa bacia leiteira (municipio com 100.000 litros/dia e num raio de 100km, 800.000 litros/dia), temos uma boa técnica de produção, bom clima e boa genética. No entanto, temos altos custos operacionais de alimentação, principalmente volumoso e concentrado e estamos distante do grande centro consumidor.

Essa indagação se prende ao fato de termos uma grande distorção de preço de leite a nível de produtor, quando comparado com outros centros produtores.
CEZAR PIMENTA GUIMARÃES

PONTA GROSSA - PARANÁ

EM 15/06/2008

Marcelo, muito bem feita sua avaliação da atualidade e seus prognósticos. Gostaria de acrescentar ou melhor ampliar sua perspectiva de uma entresafra pequena, em 2008, não só por menos dias de ocorrência, bem como pela sua fraca severidade prevista, visto as demonstrações climaticas do "el nina". Alternativas? Acredito que há muito é uma só - união para controle da produção e exportação.

Excelentes adendos de Wilkerson Franco e de Jose Enock Vilela; é isso, o Brasil para os brasileiros. Mais renda no setor somente com mais produtividade e exportação firme, volumosa e diversificada.
CEZAR PIMENTA GUIMARÃES

PONTA GROSSA - PARANÁ

EM 15/06/2008

Marcelo, a intenção é não transformar num foro, mas queima no peito a vontade de teclar. Um artigo sobre um item tão importante provoca opiniões e desabafos inúmeros tanto quanto importante e sabias as colocações do artigo. Portanto gostaria de acrescentar meus votos de melhoria com algumas conclusões minhas.

Caro Joe Enock, quem sabe onde e quanto dóe o calo somos nós leiteiros; portanto, será cansativo aguardar que burocratas saibam que remédio usar. Portanto as soluções terão que sair de produtores mesmos, através de suas entidades, laticínios, cooperativas, sindicatos e até igrejas - politicos defendem somente seus currais eleitorais, e consumidores são a maioria, não?

Quanto a acusarmos os fornecedores de insumos, os laticínios de cartel e o governo de inoperante, gostaria de dizer que todos são integrantes do "negócio leite" e que todos têm interesse de que seu negocio vá bem; nenhum negócio perdura se alguém envolvido estiver perdendo. Portanto, custo de produto é um item muito complexo; temos que analisar esse custo em sua integridade total no negócio, para que possamos atingir o mercado interno e externo, aceitando que entre os segmentos do negócio existirá constante negociação, e só permanecerão no negócio os eficientes.

Precisamos ser eficazes em manter e ampliar o consumo e utilização do leite, frente aos concorrentes existentes e aos que surgirão . Obrigado pela oportunidade.
BERNARDINO PEREIRA COSTA

PASSA QUATRO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/06/2008

Parabens Sr Marcelo, pela pesquisa e informações transferida aos leitores. É hora de saber comprar a matéria prima que usamos para produção do nosso leite, aproveitar todos os estudos, técnicas novas no mercado e como você mesmo disse, ter o máximo de cautela.
FABIO GOMES DE SOUZA

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 12/06/2008

Marcelol, bom dia.

Seu artigo é excelente, explica com transparência a situação de mercado, puxada pela situação do consumidor que é o alvo da inflação. Trabalho no setor de capitação, o que me preocupa é o preço de insumos ao produtor, pois estamos em pleno inicio de seca aqui em MG, mas precisamos trabalhar com a realidade do mercado, que está desacelerado e sinalizando queda. Estamos trabalhando na contra mão; creio eu que isto que está acontecendo é fruto da especulação de preço do leite ao produtor que houve em 2007 entre os laticínios. Isto não foi bom para o produtor, pois agora que vamos perceber que especulação são preços ilusórios.
CARLOS MAGNO DE MELO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 11/06/2008

Dr. Marcelo, estou admirado pela clareza nos detalhes, foram enfatizados de forma a resolver dúvidas simples e fundamentais do empreendedor.
Abraços e continue assim, pois serás uma referência para nossas leituras no assunto.
Carlos.
RODRIGO REIS CARDOSO

PASSOS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/06/2008

Nossa grande sorte é termos esse site e nele pessoas de altíssimo gabarito como Dr. Marcelo para nos alertar como anda o mercado; assim sendo, podemos nos precaver de certas eventualidades. Muito obrigado.
FLÁVIO ABREU LAGE

VARGINHA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 05/06/2008

Parabéns a todos que comentaram o artigo. Isto é muito válido para o enriquecimento da discussão, mas vamos à realidade:

Ano de 2007: alta considerável nos preços pagos ao produtor, valores justos e que estavam remunerando o produtor. Este fato gerou expectativas e ações que aumentaram a produção de leite este ano, como o artigo divulga.

Ponderações para hoje: véspera de seca, divulgação de queda nos preços, falta de estímulo para aumentar a produção. Consequência: queda na capitação futura. Este é o baile do mercado livre, da oferta e procura; quem não se adaptar não continuará no mercado. Mas cada um deve fazer sua adaptação; para alguns o pasto seco é alternativa, para outros a silagem ou a cana é a melhor. O importante é saber o que está sendo feito e se isto é o certo.

Então pessoal, vamos procurar novidades, orientação técnica, treinar mão-de-obra, ou seja, investir em produtividade e lucratividade. Não adianta reclamar de governo e indústria porque estes não fizeram e nunca farão nada para acalentar nosso sofrimento. Uma coisa é certa, estamos trabalhando em um setor primordial para a economia mundial - Produção de Alimentos, e em algum momento seremos remunerados por isso.
ALCIR RIBEIRO DE QUEIROZ

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/06/2008

Caro colega Marcio Luiz de Paiva Brandão, endosso suas palavras, pois são verdadeiras.

Abraços do companheiro produtor e sofredor.
RONALD DIAS TROCCOLI

GUARANI - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/06/2008

Sabemos que por causa da globalização estamos sujeitos a essas variações de preços por pressão muitas vezes do mercado externo. Mas uma coisa eu pergunto e gostaria de uma resposta: como produzir leite com os preços atuais dos insumos, principalmente adubos para plantio e manutenção de forragens? Há 2 anos paguei pouco mais de R$600,00/t de fertilizante. Hoje já passa de R$2.100,00/t.

Ninguém faz nada. Às vezes acho muito engraçado quando aparecem manchetes nos jornais:"O leite, o tomate, o feijão, o arroz foram os vilões da inflação nesse mês." Mas eles não sabem quanto custa produzir e nem anunciam um aumento absurdo igual a esse dos fertilizantes. A sorte do mundo é que existem produtores persistentes e amantes da profissão!
MARCIO SCHONS

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 02/06/2008

Parabéns Marcelo, pelas informações.

Bem, a freqüente alta nos custos de produção, tanto na produção de leite como de cereais, leva o produtor a refazer seus planos de investimentos nestas áreas, pois muitas vezes o mesmo faz seu orçamento de gastos além dos ganhos e ficando em déficit no seu negócio; não tem estrutura financeira para continuar aprimorando qualidade e produtividade. Mas convenhamos, a tendência para o mercado consumidor está em alta para os próximos anos e tudo isso reflete diretamente nos preços, basta saber se as empresas estão querendo matéria prima a curto prazo ou se vão disponibizar oportunidades futuras.
JOSE ENOCK CASTROVIEJO VILELA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/06/2008

Parabenizo o Dr. Wilkerson Marquez Franco, pela sua eficiencia...! Mas, gostaria de saber aonde é a sua propriedade, qual a sua produção, média leite/dia/vaca, quantos funcionários trabalham em sua fazenda, quanto recebe por litro de leite e se posso visitar sua propriedade. Sou produtor a 20 anos, e pelo seu custo de produção, se adotado em minha fazenda, com certeza ficarei...!
JOSE ENOCK CASTROVIEJO VILELA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/06/2008

As entidades de classe e o Mapa deveriam implementar com urgência uma politica nacional de orientação e controle da produção agricola e pecuária no Brasil, o que controlaria melhor os investimentos e o crescimento da produção de todos os produtos agropecuários, e poder, talvez, evitar ou controlar implantações de grandes projetos no país, em detrimento aos produtores locais, como a implantação de um grande projeto de grupos neozelandeses para produção de leite em Anápolis, o que deve causar um grande impacto na produção leiteira de Goias e aos produtores de maneira geral.

Este é apenas um exemplo do que está acontecendo em todo pais; o investimento internacional é sempre bem vindo, porém devemos ter caulela e preocupação com os nossos produtores.
ARIOSVALDO GERALDO BARBOSA

CORDISBURGO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 01/06/2008

Marcelo, gostei muito de suas opiniões. Mas na minha região, quem nunca tinha tirado leite agora começou. Acho que aí começa o problema. No meu município, anos atrás, vieram japoneses e começaram a plantar abóbora; ganharam muito dinheiro. Todo mundo na região começou a fazer a mesma coisa; foi uma falência geral.
MARCIO LUIZ DE PAIVA BRANDAO

GOIÁS

EM 31/05/2008

Em primeiro lugar, quero cumprimentar o Dr. Marcelo pelo trabalho que vem realizando junto à AgriPoint. Em seguida, cumprimento todos os produtores de leite deste país.

Nós, pobres produtores, levantamos as 3 - 4 horas da manhã para tirar leite e, no final do mês, recebemos valores tão baixos. Se neste país existissem mais pessoas seriamente envolvidas com o setor, nossa pecuária não estaria cada dia mais endividada e nas mãos de empresas dominadoras que nos exploram agressivamente. Muitos políticos e empresários só dificultam nossa atividade. Gostaria que um proprietário de empresa láctea acordasse ao menos um dia às 3 horas da manhã e fosse para o curral para tirar o seu sustento, como nós fazemos a vida toda.

Desculpem-me os homens honestos deste país. Mas a realidade é que nós, produtores, somos diariamente prejudicados com decisões de dominadores. Como diz meu pai, o que abastece a mesa da classe baixa não dá dinheiro para os fazendeiros. Portanto, somos nós que sustentamos a grande massa desse país e não temos reconhecimento por parte de políticos e empresas, sendo prejudicados por esse cartel de leite, carne e tantos outros, que nos exploram inesgotavelmente.

Houve alguma manifestação, por parte de alguma entidade de classe que nos represente, contra o aumento de sal mineral ou outro insumo usado na produção leiteira? Algo foi feito em nossa defesa?

Um grande abraço a todos os colegas que levantam cedo todos os dias e dormem tarde, sustentando este país com tantos corruptos e exploradores.

Márcio Brandão. Inhumas, GO.
EMERSON DA COSTA (MISSAL)

MEDIANEIRA - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 30/05/2008

Parabéns! Concordo plenamente com a avaliação. Cedrense, Batavo e Cia já estão divulgando baixas médias de 0,05 para o próximo pagamento.

Infelizmente o leite subiu acima da realidade em nossa região, agora é hora de voltar aos moldes naturais.
WILKERSON MARQUES FRANCO

GOIÂNIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/05/2008

Hoje levantei cedo...

"Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim." Charlie Chaplin.

É esclarecedor o artigo. E agora só depende do produtor de leite brasileiro, ficar assistindo o movimento das águas ou tentar nadar contra ou a favor da correnteza. Sou veterinário, e creio que ainda sou jovem, 34 anos; tenho ainda muito a aprender e sou produtor de leite a quase 10 anos. Amo produzir leite, amo minhas vacas, sou "viciado" e apaixonado pela função de produtor rural.

Hoje meu custo por litro de leite/dia é 0,38 centavos e nunca reclamei por ser produtor leiteiro, antes sempre agradeço a Deus por ter me dado essa dádiva maravilhosa. A alimentação das vacas no período seco é feita por alimentos secos não utilizo silagem. Silagem tem um custo altíssimo de produção, perdas significativas no processo de ensilagem e qualidade questionável.

Os produtores rurais brasileiros, principalmente os produtores de leite, precisam é se unir para poderem superar os obstáculos com maiores possibilidades de êxito.

Wilkerson Marques.





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