Como o preço de venda do leite é distribuído entre produção, indústria e varejo? Uma análise dos últimos 4 anos |
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.
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SANDRO MAGNO DE M. POTENCIANOBELA VISTA DE GOIÁS - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 30/06/2012
Analisando o belo artigo do Marcelo e depois os comentários, venho dizer o que acho!
De um lado nós produtores precisamos melhorar a qualidade do nosso leite! De outro a industria precisa melhorar e inovar os seus produtos! E aí vem o varejo que prefere lucrar mais com menos produtos, porque eles iriam abaixar suas margens, para terem mais fluxos de produtos dentro de seus supermercados e aumentando suas despesas e seu espaço tão disputado. E os maiores prejudicados somos nós dois, produtores e consumidores, onde na lógica teríamos de ser os mais beneficiados, principalmente os consumidores, que estão perdendo oportunidades de apreciar mais o nosso leite. Isso nos faz ver que temos de mudar este cenário, e somente com união de forças e dedicação de todos nos vamos vencer este problema. Parabéns a todos que estão participando deste artigo! |
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MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHOCAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 09/06/2012
A analise do MilkPoint mostra que quando de considera a distribuição do preço considerando o conjunto dos lácteos, de 2008 para 2012 a indústria perdeu 6,2% na participação enquanto ao varejo ganhou 5,2% e o produtor 1%.
Essa analise global mostra que a participação do produtor praticamente não se alterou, e a mudança significativa de participação foi entre a indústria e o varejo. A analise parcial foi feita para 3 produtos, leite UHT, leite em pó e queijos, não sendo analisados outros produtos como leite pasteurizado, iogurtes, bebidas lácteas, manteiga, creme de leite, leite condensado, doce de leite. No caso do leite em pó a analise mostra que de 2008 para 2012 a indústria perdeu 20% na participação enquanto ao varejo ganhou 14% e o produtor 6%. No caso do UHT a analise mostra que de 2008 para 2012 a indústria perdeu 15% na participação enquanto ao varejo ganhou 15% e o produtor não ganhou nem perdeu. No caso do queijo a analise mostra que de 2008 para 2012 a indústria ganhou 7% na participação enquanto o produtor ganhou 3% e o varejo perdeu 10%. A analise desses produtos mostra que a indústria teve perda pesada na produção de leite em pó e UHT, e que ganhou participação na produção de queijos. A primeira coisa que se evidencia, vendo o quadro global, é que o problema da indústria é com o varejo e não com o produtor, que não alterou sua participação, não fazendo sentido querer rebaixar os preços aos produtores para recuperar sua participação no preço de venda, e que se torna absurdo face a realidade de que os produtores ao longo desse período tem tido margem muito pequena ou até mesmo prejuízo face ao aumento dos custos de produção. Se a concorrência de importados está afetando as margens da indústria, ao invés de tentar derrubar o preço aos produtores, a indústria deve discutir com o Governo e ter os produtores como aliados. Se a indústria está perdendo participação no preço de venda do UHT não seria o caso de aumentar a produção de leite pasteurizado? Se a indústria está perdendo participação com leite em pó não é o caso de procurar produzir mais queijos ou outros produtos onde sua participação no preço de venda seja maior? Se a indústria não enfrentar suas reais dificuldades e tentar solucionar seus problemas com a facilidade de pressionar o elo mais fraco da cadeia produtiva, jogando os preços ao produtor para baixo, a consequência é aumentar as importações de leite e lácteos e vai custar muito caro recuperar o espaço perdido no abastecimento do mercado interno e perder a possibilidade de se tornar exportadora a médio prazo. Marcello de Moura Campos Filho |
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FERNANDO HEEMANNPORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - CONSULTORIA/EXTENSÃO RURAL EM 06/06/2012
Concordo Marcelo...mas tb acho que a indústria está muito acomodada em termos de inovação, ou seja, novos produtos derivados do leite. Quando se viaja, EUA e Europa, é impressionante a variedade de produtos que se encontra.É claro que tudo tem que vir acompanhado de um forte marketing....não é por acaso que o brasileiro toma mais cerveja e refrigerante, mesmo sendo mais caro, do que leite! Sinceramente, acho que não deveríamos perder tempo em tentar achar o "vilão" da cadeia dos lácteos...e sim unir forças para uma bem estruturada campanha institucional do leite e oferecer produtos de ótima qualidade ao consumidor...certamente, todos ganhariam!
Abraço |
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LUCIANO DANTASABAETÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 05/06/2012
Porque não colocamos esse artigo em todos os meios de comunicacao para que os consumidores vejam a injustica que o Varejo fazem com a classe de produtores? Isso e caso do Supremo Tribunal Federal ou do CADE intervir! Aposto que se o consumidor soubesse dessa distribuicao não concordaria com ela.
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JORGE NEVESAMPARO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAPRINOS DE LEITE EM 05/06/2012
Marcelo, parabens pelo excelente artigo! Hoje vejo o quanto de informacao de qualidade sobre o mercado de leite que temos, e alguns anos atras não tinhamos! Vejo o quanto de conteudo tecnico e de curso que os nossos produtores e associacoes poderiam ter acesso!
Mas uma coisa que me chamou a atencao nessa materia foi a informacao de que executivos de importantes industrias perderam seus cargos! Marcelo Carvalho, eles ficaram sem os cargos porque perderam a margem da industria para o varejo ou porque aumentaram a NOSSA margem? |
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MARCELO PEREIRA DE CARVALHOPIRACICABA - SÃO PAULO EM 05/06/2012
Obrigado pelos novos comentários. Rosicleiton, a proposta do artigo não foi analisar lucro de cada elo, mas sim a distribuição bruta do preço. No caso da produção, há outros indicadores que mostram valores relativos de custos, cuja variação pode ser comparada com a variação dos preços ao longo do tempo. No caso da indústria, o que há são dados de balanços de empresas de capital aberto, que são publicados. Os dados mostram uma deterioração da capacidade de geração de caixa nos últimos 18 meses. Quanto ao varejo, não tenho os dados, mas é de se supor que a operação de lácteos seja bem interessante não só pelo volume, mas agora pela margem.
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ALBERTO LUIZPOMPÉU - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 04/06/2012
Como mencionado no artigo, muitos executivos de industrias foram trocados, mas pelo menos essas industrias não atrasaram o pagamento, ao contrario de industrias ou cooperativas que não sei por qual motivo se endividaram ao ponto de atrasar nossos pagamentos!
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LUCAS BATISTAORIZONA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 04/06/2012
Onde estao as nossas Cooperativas e Liderancas que não nos ajudam a valorizar nosso produto? Nossas cooperativas tem que se unir e lutar contra essa distorçao injusta provocada pelo varejo! Os consumidores poderiam ter acesso a produtos mais baratos e assim aumentarmos o consumo dos lacteos, mas a ganancia do Varejista não deixa!
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REYNALDO FARAH JUNIORPOUSO ALTO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 04/06/2012
Parabens pelo excelente artigo !
Recentemente usei este mesmo espaço para comentar sobre o desequilibrio entre as margens praticadas pelo varejo e pelas industrias. Foi numa materia onde questionava-se o custo do leite no produtor, e na ocasião o meu comentario foi de que o problema não estava no produtor e sim nas margens elevadas praticadas pelo varejo, tão elevadas a ponto de afetar negativamente a demanda por lacteos do consumidor final. |
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SAVIOBARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 04/06/2012
Belo artigo Marcello
Mudanças importantes evidenciam que o leite passa pelo efeito da concentração no varejo. Se analisarmos os últimos 10 anos veremos que a participação de grandes hipermercados e a ascenção das redes de médios e pequenos mercados tirou muito potencial de barganha das mãos das indústrias. O fato evidenciado acima, traz naturalmente um grande poder de barganha para o varejo fazendo assim aumentar as suas participações e margens, uma vez que é o setor com menor custo de processo apesar de ter uma fatia maior no custo tributário. Acredito que todo esse movimento de readequação de margens segue a tendência mundial de ganho de eficiência e competitividade. Não podemos ter a idéia que esse ou aquele elo vai aceitar passivamente uma condição de menor representatividade nas fatias comerciais uma vez que os custos são determinantes em toda a cadeia e somente o lucro em todos os participantes é capaz de consolidar o setor lácteo como eficiente e com potencial de crescimento. A pressão de preços internacionais nos força nesse momento a sair da zona de conforto e discutir as mazelas e vícios de mercado que assolam uma atividade tão heterogênia como é o setor leiteiro nacional. Abraço |
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ANDRÉ GONÇALVES ANDRADEROLIM DE MOURA - RONDÔNIA - PRODUÇÃO DE LEITE EM 04/06/2012
Muito bom o artigo!
O dinamismo do setor leiteiro é realmente fascinante! Pena navegar a deriva, sem o devido direcionamento e ajuste para que todos possam ter resultados satisfatórios o tempo todo. Mas acredito que estamos lentamente caminhando pra isso. Parabéns! |
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JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOSAREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 04/06/2012
Marcelo, perfeito.
Esta é a grande questão:qual a fatia de quem, e dai procurarmos os porques. No presente momento a briga pelos 60% está sendo vencida pelo varejo; porque? Ora, a demanda por alimentos é crescente e a capilaridade do varejo é extraordinára. Qto a industria, os investimentos foram e ainda estão sendo feitos mas, com exceção de poucas indústrias o poder de barganha delas ainda é muito pequeno em relação ao bem estruturado varejo, oligopolizado e com estrutura de capital mais saudável. Qto a nós, continuamos patinando entre os 35 a 38%. O que sempre lutei, qdo negociávamos em bloco é que o ideal para um relacionamento de longo prazo, entre nós e a indústria, seria que deveriamos receber c/ remuneração um percentual X do preço final, do mix de produtos daquela determinada empresa. Agora começamos a ter c/transparência a fatia de cada um. Acho um grande progresso e considero uma gde contribuição dessa incrível equipe. Parabéns. |
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GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCOJUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 01/06/2012
Prezado Marcelo: Parabéns pela lucidez da análise (aliás, corriqueira em seus ensinamentos). Esta inversão de posições entre o varejo e a indústria é reflexo do aumento no consumo interno e da possibilidade de baixa do preço ao consumidor final com a injeção de leite estrangeiro no mercado que, a médio prazo, deve conduzir a uma inviabilidade na produção primária pátria (fazendas), em prejuízo de toda a cadeia, eis que o produto vai faltar em todos os níveis.
Estou começando a imaginar de que este último estado de coisas, talvez, seja a solução para os desníveis do mercado (veja só), pois, com a saída da maioria das fazendas do setor e a ausência do leite de baixa qualidade (que recebe tratamento financeiro muito menor, por parte da indústria), o produtor sobrevivente terá que ser, pelo menos, respeitado, como engrenagem essencial nesta corrente e, não, na situação de hoje, como mera peça de reposição. Um abraço, GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG =HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE= |
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