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Com produção reduzida, preços iniciam trajetória de alta

POR MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

E MARLIZI M. MORUZZI

PANORAMA DE MERCADO

EM 22/02/2010

4 MIN DE LEITURA

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Com a antecipação das safras no Centro-Oeste e Sudeste, em função das chuvas constantes no 3º trimestre de 2009, os picos de produção ocorreram antes do previsto, em novembro e início de dezembro - quase 30 dias antes em relação a anos anteriores. Agora, já é possível ver a curva de produção decrescendo, iniciando a disputa por leite em algumas regiões.

Em dezembro, a produção já mostrou desaceleração, segundo dados do Cepea-Esalq/USP, o que permitiu que os preços ficassem estáveis em janeiro. O intenso calor, acompanhado de chuvas intensas, também vem prejudicando a produção no Sul do país neste início de ano, considerando a predominância da raça holandesa na produção de leite da região.

O mercado spot (negociações entre indústrias) vem sendo reajustado desde janeiro, sendo que atualmente os volumes são reduzidos, com preços mais altos. Em Minas Gerais, o leite spot está sendo negociado a R$ 0,70-0,75/litro, e em São Paulo chegou a R$ 0,78/litro na 1ª quinzena de fevereiro.

Com produção reduzida e demanda intensificada com a volta às aulas, os preços começaram a ser reajustados no mercado atacadista. O leite longa vida, segundo agentes do setor consultados pelo MilkPoint, já mostra reação de até 20% nos preços, o que deve se intensificar agora, após o carnaval. O produto está sendo negociado no atacado, em média, a R$ 1,40-1,50/litro no Sul, Minas Gerais e Goiás. Em São Paulo os preços já mostram maior reação, entre R$ 1,50 a R$ 1,60/litro. Segundo os agentes consultados, as indústrias deverão fazer novos reajustes nas duas últimas semanas de fevereiro (em SP, já há negociações entre R$ 1,60-1,70/litro).

No setor atacadista, os queijos tiveram reajustes mais leves, com preços entre R$ 7,50-8,20/kg em Minas Gerais e São Paulo. O leite em pó mantém preços estáveis, em média a R$ 8,20-8,50/kg (embalagem fracionada).

Os preços ao produtor iniciaram agora os reajustes. Para o pagamento de fevereiro, as indústrias devem reajustar de 3 a 5 centavos o valor da matéria-prima, chegando a R$ 0,62-0,65/litro no Centro-Oeste, R$ 0,65-0,70 no Sudeste e R$ 0,60-0,65 no Sul. Para o pagamento de março, a maioria dos agentes consultados acredita em nova alta de preços, em torno de 5 centavos por litro.

No varejo ainda não houve um reajuste significativo de preços, o que deve acontecer mais evidentemente até o final de fevereiro (após carnaval e início das aulas).

Enquanto o mercado interno começa a se aquecer, o mercado internacional mostra o inverso. Os preços na União Europeia e na Oceania caíram em janeiro e fevereiro, devido à instabilidade do mercado, à queda nas exportações de commodities lácteas na UE e nos EUA, e também a uma demanda mais fraca na Europa, segundo fontes internacionais. Na 1ª quinzena de fevereiro, o leite em pó desnatado na Oceania apresentou uma forte queda (10%) no preço médio em relação a janeiro, sendo cotado a US$ 2.750/ton. Já o leite em pó integral ficou em US$ 3.400/t no mesmo período na Europa, queda de 4% em relação ao valor médio de janeiro.

Segundo informações do Dairy Industry Newsletter (DIN), os preços do leite em pó desnatado na União Europeia poderão atingir os níveis de intervenção em alguns meses, conforme a proximidade da primavera. Segundo o boletim, o sentimento do mercado é negativo, não só para o leite em pó desnatado como também para outros produtos. A baixa demanda de exportação está exercendo uma pressão baixista nos preços da EU.

A valorização do dólar neste início de ano ainda não animou os exportadores brasileiros a fecharem novos negócios, em função dessa queda nas cotações internacionais e também pelo fato dos preços no mercado interno estarem mais atrativos. A balança comercial de lácteos iniciou 2010 deficitária. Em janeiro, o saldo ficou negativo em US$ 7,83 milhões. Em fevereiro, assim como para março, não há negócios significativos, segundo informaram agentes do setor que atuam nessa área.

O gráfico abaixo mostra qual seria o preço máximo pago ao produtor, em reais, para viabilizar as exportações, considerando os preços do leite em pó integral na Oceania (incluindo as taxas). Observa-se que, praticamente durante todo o ano de 2009, os preços recebidos pelos produtores ficaram acima do preço máximo calculado considerando o mercado internacional, evidenciando dois pontos: 1) mercado internacional com preços muito baixos (chegando a US$ 1.900/ton), e 2) mercado interno segurando as cotações, em função principalmente das restrições às importações, de forma que a dinâmica do mercado interno impulsionou os preços.

A partir de novembro/09, com a elevação dos valores no mercado internacional, o preço recebido ficou abaixo do preço máximo calculado. Houve então uma expectativa de retomada das exportações, o que não foi concretizado, já que pouco tempo depois o mercado internacional mostrou novamente queda das cotações.



Com preços internos sendo reajustados, gera-se um estímulo para aumento da produção de leite, que também deve ser impulsionada pela estabilidade ou até redução do custo dos insumos - segundo estudo do Rabobank, os preços da soja devem ficar pressionados este ano, devido à safra mundial recorde; para o milho, as previsões são de estabilidade de preços no 1º trimestre, com possível alta posterior, caso se confirme a previsão de redução da produção.

Considerando que começamos o ano com cerca de 6% mais leite em relação a 2009 (segundo o Índice de Captação de Leite do Cepea), a produção de abril em diante (quando provavelmente a produção responderá ao aumento de preços, e também com o início da safra do Sul) será determinante para as cotações. Caso as exportações não sejam retomadas, poderá haver um aumento da disponibilidade interna de leite, pressionando os preços. Nesse cenário, o controle das importações terá forte peso.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

MARLIZI M. MORUZZI

Médica Veterinária pela FCAV/UNESP-Jaboticabal.

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JOSE CARLOS FERREIRA MENK

SALVADOR - BAHIA - PESQUISA/ENSINO

EM 14/02/2013

Boa noite

Na grande maioria dos criadores e produtores de leite de baixa produtividade no nosso pais, ainda que a contribuição é alta, mas a tecnologia usada deixa muito a desejar com baixos indices de melhoramento genéticos e seus rebanhos. A alimentação de baixa qualidade energética e proteica assim os resultados são negativos , como tambem a gestão rural de péssima qualidade. Precisa de um efetivo e incentivo governamental para esses produtores.
SAVIO

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 11/03/2010

Parabéns ao Paulo Fernando da APLISI e aos associados pelos resultados;

Já tive a oportunidade, quando fazia parte de outra empresa, de negociar com a APLISI. Apesar de não termos concluido o negócio, fico feliz com o exemplo de profissionalização e visão de mercado da APLISI como um todo.
Acredito que para evoluirmos como cadeia produtiva teremos que profissinalizar as relações comercias do setor produtivo como é notório nesse exemplo.
A APLISI como diz o Paulo Fernando tem voto por volume, estrutura enxuta e padrões de qualidade e quantidade de leite que atraem grandes indústrias à realizar negociações por períodos determinados.
Gostaria só que o Poleca me esclarecesse uma dúvida. O balizamento de acordo com o que o CEPEA publica atrelado ao conseleite do Paraná não causa algumas distorções em determinados períodos com o mercado da nossa região?

Um abraço ao amigo Poleca e a todos os membros da APLISI.

Sávio Santiago
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/03/2010

Concordo que, parte da solução passa pela proposta do meu conterrâneo Paulo Maurício Dantas.

No mesmo município, e , pasmem, sem que nos conheçamos, existe a APLISI que desde 2002 negocia leite com contrato anual baseado nos índices do CEPEA (licitação anual e preço base comum) e planilha que considera, individualmente para cada produtor, preço baseado em volume, gordura, proteina,ccs e cbt. ( baseada nas tabelas do Conseleite Paraná)

A APLISI vende hoje mais de 7 milhões de liros de leite por ano,( atualmente para a Brazil Foods), defendendo os seus 33 associados no RJ e em MG. Preço? Sempre pelo menos R$ 0,10 acima da média de mercado.

Vantagem para o comprador: volume compensador, estabilidade no fornecimento, qualidade sempre melhor porque é remunerada.

Mais um detalhe: nas assembleias gerais, o voto se basea no volume produzido no ano anterior: 1 litro de leite 1 voto, ao contrario das cooperativas aonde 1 produtor representa 1 voto. Este princípio se basea na Coopertaiva da Nova Zelandia.

Assim, temos tentado nos defender e ser respeitados. E tem funcionado demais.

Paulo Fernando. APLISI.
PAULO MAURÍCIO FURTADO DE OLIVEIRA DANTAS

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 06/03/2010

A União é a nossa primeira saída. Fundem associações e pressionem os compradores de leite com os volumes arrecadados. Aqui em Rio das Flores/RJ, já obtivemos um primeiro resultado em nossa luta, conseguimos fundar uma Associação e colocamos as cartas na mesa, agora somos sabedores o quanto receberemos em abril (produção de março). Acabou a surpresa do dia 20 de cada mês, o produto é produzido por "nossas vacas" é o"nosso trabalho" e agora fazemos o "nosso preço". Avante classe produtora, não desistiremos nunca.
CLAUDIO WINKLER

CARAMBEÍ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/03/2010

Deusimar, infelizmente formação de cota está muito além do que poderíamos chamar de utopia.

Quanto ao provável aumento de produção motivado pela alta nos preços, hipótese mencionada pelo Laércio e com a qual acho que todos temos que concordar, some-se a ela ainda o fato de que os preços relativamente baixos de soja e principalmente milho facilitam ainda mais o ´investimento´ dos tiradores de leite oportunistas em alguns quilos a mais de concentrado, o que infelizmente pode acelerar ainda mais um eventual processo de supersafra láctea em 2010.
DEUSIMAR F. DE OLIVEIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/03/2010

Engracado mal o leite começa reagir no preço pago ao produtor ja começam a falar na caida do mesmo. Porque não unimos pra formação de cota, controle de produção, redução de plantel, e outras tantas coisas mais. Esta claro e evidente que enquanto nos nao unirmos em pro de nos mesmo este cenario não mudara. Felicidades a todos por esta luta por uma pequena fatia neste bolo.
RICHARD JAMES WALTER ROBERTSON

RIO VERDE DE MATO GROSSO - MATO GROSSO DO SUL

EM 01/03/2010

Reforçando as opiniões do Sr. Roberto Jank Jr. e da Sra Maria Luzineuza, digo, como produtor que:
1. Se houvesse uma "obrigatoriedade" para o pagamento por qualidade por todo o país, resolveríamos o problema de sazonalidade de produção, com pagamentos injustos nas águas e, muitas vezes, insuficientes na seca. Os produtores tenderiam a se profissionalizar e os "safristas" e "tiradores de leite" tenderiam a sair do mercado ou "subirem de nível produtivo".
2. Faz-se urgente uma política pública voltada para a produção rural, desde a infraestrutura até a educação no campo. Nossas crianças já não querem estar "na roça" sujando suas mãos e as que querem, muitas vezes, não tem acesso à educação nas regiões rurais onde vivem. Isso sem falar nas condições das estradas que são uma vergonha e uma ameaça.
3. Quanto ao marketing, vejo muita gente competente dizendo coisas muito sensatas mas, na prática, não vejo meu produto na mídia. Ainda sonho em ver os "brothers" tomando leite na TV. Os jovens, infelizmente, associam o leite a um produto "infantil" e, ao atingirem certa idade, já o substituem por outros produtos mais "socialmente corretos", como refrigerantes e cerveja.
4. Nós usuários do milkpoint fazemos parte de uma ínfima minoria de produtores e técnicos bem informados. Enquanto não mudarmos a realidade deste país, onde a maioria dos brasileiros tem analfabetismo funcional (sabem ler mas não conseguem interpretar textos), o consumidor não perceberá a importância de uma alimentação saudável, com o uso dos lácteos. Um aumento do consumo interno (Penso ser tão importante quanto as exportações), com esclarecimento da população sobre seus beneficios, naturalmente, absorveria estes excedentes de produção e forçaria a uma melhoria na qualidade do produto.

Tenho certeza que - quem se diz produtor - anda, na medida do possível, fazendo a sua parte. Falta ainda muita assistência técnica GERENCIAL, para fazer muitos produtores tratarem suas propriedades como empresas e suas vacas como unidades produtivas (SOMOS TODOS FUNCIONÁRIOS - E NÃO DONOS - DELAS).

Tudo indica que seremos o celeiro do mundo. Sabemos que não devemos ficar de braços cruzados culpando o governo mas...

... um pouco de ajuda é sempre bom.
MARIA LUZINEUZA ALVES GOMES DA MAIA

MARABÁ - PARÁ - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 01/03/2010

Caros Leitores deste site maravilhoso, quando será que os produtores deste país especialmente da região Norte, serão remunerados de forma justa? existe vários fatores que contribuem para que o preço do leite seja melhorado, um deles é a inserção dos produtos oriundos da agricultura familiar na merenda escolar, diante deste fator podemos observar que a tendência é a produção reduzir e a demanda aumentar, disse bem o nosso colega Marcelo, os preços começaram a ser reajustados no mercado atacadista. O leite longa vida está com preço bem elevado nos supermercados. Porém o produtor que fica "dentro da porteira" trabalhando de sol a sol nao se beneficia com esse ajuste.

Parabéns ao Marcelo e Marlizi pela análise!!
JOSÉ MARQUES

RIO MARIA - PARÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 26/02/2010

Mas uma vez,o desenho está pronto.
Reajustes...quedas...incentivos... desestímulos.
Com o atual cenário todos estamos acustumados e raramente as previsões estarão erradas.
O que está faltando mesmo é ação, para tentar mudar e organizar o setor, quem dará o primeiro passo?

Parabéns a todos pelo artigo e pelos comentários enriquecedores.
LUIZ PRATA GIRAO

FORTALEZA - CEARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/02/2010

Este ano teremos problemas no nordeste, o fenomeno seca estara presente em varias bacias, ja ocorrendo problemas no norte de minas e sul da bahia. No ceara, capital agora do leite nordestino, a irrigacao atenuara a queda de producao.Pernambuco, alagoas e sergipe, teremos serios problemas se realmente nao chover . Lembrem-se nossa safra comeca em marco e termina em setembro.
JOSÉ RICARDO VILKAS

ANGATUBA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/02/2010

parabenizo todos os colegas anteriores a esta carta. concordo que o escritor da novela continua o mesmo, o enredo não muda! e sabemos o fim, só que 1 ou 2 meses de diferença.
me parece que para o fim não ter o efeito que já conhecemos, há que se conter os "bondeiros de leite" e outras formas mais criativas que houver necessidade. Eu particularmente creio que uma das ferramentas é a formação de cota.
conheço bondeiros que quando o preço aumenta invadem as areas marginais de estradas a procura de capim para suas companheiras vacas ,e que ao preço cair mandam estas suas comanheiras se virarem como Deus quer!!!!! Por isso estou há 2 meses influenciando o laticinio que compra meu leite a formar cota, e se aceitarem será pelo bem deles também.
vamos todos tentar com o otimismo do Sr. Jank não ver o fim "que já vimos"! é fácil ficar aqui escrevendo reclamando , porém cada um que faça sua parte dentro de sua área de atuação e não ficar sonhando que outros realizem ações por nós.Pois se nós nada fazemos quem dirá outros?

abraços a todos!
OSMAR COELHO BARBOZA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - TRADER

EM 25/02/2010

Como sabemos, mercado vive de expectativas, e ela agora é de alta na ponta da produção, por fatores já mencionados.

Na outra ponta que é a do consumidor por muitas das vezes esquecemos de dimensionar que os preços que já estão sendo praticados no varejo não cabem na MASSA SALARIAL de vários setores, daí o consenso de alta somente no curtíssimo prazo, ou seja não há sustentabilidade até o início da entressafra.

Sustento a opinião - e sei das enormes dificuldades de sua implantação - de que as indústrias vislumbrassem um outro cenário de ajuste de preços consistentes com a realidade, por exemplo, poderiam ser traçados aumentos de até R$0,10 ao mês por um prazo mais extenso.
Vale lembrar que a alta se deu em um período em que a renda do consumidor está comprometidade com as obrigações de pagamentos que ocorrem no primeiro trimestre de cada ano.

Finalizo lembrando da importância de se trabalhar no Confaz por uma nova realidade tributária, pois a que esta aí não colabora em nada para que Mercado de Leite opere de forma organizada do produtor ao consumidor

Cordias saudações e parabéns a todos que aqui manifestaram.
Osmar Coelho
SAVIO

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 23/02/2010

Não há o que complementar nos comentários do Sr Laércio e o Sr Roberto Jank, geniais;

Um abraço a todos

Sávio Santiago
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/02/2010

Parabens ao Marcelo e Marlizi pela análise.

O Laercio Barbosa diz que o preço do leite ao produtor poderá chegar a R$ 0,90 em maio, e incentivados pelo preço os produtores aumentarão a produção, aí que dentro de 3 meses o preço ao produtor cairá drasticamente, e que se ficará questionando quem é o culpado.

Só tenho dúvida se essa queda ocorrerá a partir de 3, 4 ou 5 meses. mas que o enredo da história que ele descreve é esse mesmo.

Mas quais produtores poderão, estimulados pelo aumento de preços, aumentar tanto a produção a ponto de levar os preços desabarem? Com certeza serão os mesmos que reduzirão drasticamente suas produções quando isso acontecer, provocando mais adiante uma drática redução da oferta e novo surto de substanciais aumento de preços aos produtores.

Certamente esses produtores não serão os mais profissionalizados e mais comprometidos com a atividade leiteira, pois trabalham com seus animais bem alimentados, buscando o limite da sua genética e de seu sistema de manejo. Um aumento de 1 a 2 litros na média de produção nesses rebanhos num prazo de 2 a 3 meses é muito dificil, se não impossível. Mas vamos supor até que consigam. Se a média diária do rebanho for de 18 litros/vaca, passar essa média para 19 ou 20 litros representa um aumento de 5,5% a 11%. Se a média diária for de 30 litros/vaca, pasar essa média de 3,2% a 6,7%. para 31 ou 32 litros. Quanto maior a média do rebanho, menos condições os produtores tem de reagir em poucos meses ao aumento de preços. Via de regra esses produtores produzem volumes de leite mais significativo, de mais de 500 ou mesmo 1.000 litros por dia.

Mas produtores que trabalham com seus animais mal alimentados, longe do limite genético (mesmo que esse esse potencial seja relativamente baixo), e com manejo precário, podem facilmente aumentar a produção média de seus rebanhos de 1 a 2 litros em 2 a 3 meses, dando um "farelinho" para suas vacas. Se a média diária do rebanho for 6 litros/vaca, facilmente chegarão a 7 ou 8 litros, o que representa aumento de 16,7 até 33,3%. Via de regra esses são produtores com média de produção entre 50 a 150 litros por dia.

Me parece claro que nesse enrredo, da parte dos produtores, quais são a vítimas e quais são os vilões.

Vejamos da parte da indústria, quem ela priveligia, quem ela estimula. São os produtores que produzem mal, sem grandes compromissos com a atividade, que podem variar percentuais elevados na suas produções, geralmente com produções entre 50 a 150 litros dias, ou são os produtores eficazes, comprometidos com a atividade, que tem dificuldade para grandes variações de produção em 2 a 3 meses, geralmente com produções maiores de 500 ou mesmo 1.000 litros?

Me parece ao ver as médias dos fornecedores de nossos lacticínios que hoje os lacticínios favorecem os vilões.

Penso que o enrredo que o Laércio descreveu só vai mudar quando os lacticínios mudarem sua postura com relação a seus fornecedores.
FABRÍCIO ALVES REZENDE

ESMERALDAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 23/02/2010

Artigo muito bem escrito como de costume pelo Marcelo e a Marlizi.

È muito importante o produtor ficar atento á estas questões de mercado para saber a melhor hora de alavancar sua produção. O que nós esperamos é que o mercado externo se fortaleça e o preço do leite em pó sofra reajustre a ponto de estimular as exportações o que favoreceria o mercado interno. Acho pouco provável devido esta crise que não acaba na Europa com consequente desvalorização do euro.

Resta ficar na expectativa,
Abraço a todos!
AGENOR TEIXEIRA DE CARVALHO

ARAXÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/02/2010

Marcelo e Marlizi,
Como sempre uma ótima análise,mas, repare que é bem parecida com a do ano passado na mesma época e provavelmente será em Fevereiro de 2011.
Vemos um cenário que se repete todo ano.
Exportação continua sendo um pequeno fator.
Importações desonestas entrando pelo Mercosul.
Mercado mundial regulando as nossas IMPORTAÇÕES.
O Governo como sempre .......
Nosso maior regulador de preços é mesmo o mercado interno e a velha lei da oferta e da procura.
Agora em Março começa melhorar os preços e todo mundo vira TIRADOR DE LEITE.
Quando chegar Agosto e os preços cairem,o TIRADOR DE LEITE "pula da carroça"(deixam de produzir) e o PRODUTOR DE LEITE segura a barra, chegando à vender até abaixo do custo de produção e não pode parar devido aos altos investimentos.
Será que teríamos que voltar ao antigo sistema de cotas para salvar os verdadeiros "PRODUTORES DE LEITE"? Talvez assim tiraríamos os especuladores(tiradores de leite) e consequentemente conseguiríamos mais estabilidade nos preços.
Na Nova Zelândia e Austrália eles simplesmente param de produzir na época adversa.
Aqui, para as Indústrias tanto faz alta ou baixa, já que suas margens são asseguradas e os produtores sempre pagam pelas instabilidades.
Se tivéssemos um governo interessado em ajudar,com políticas sérias e competentes talvez nosso Panorama poderia mudar.
Abraço.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/02/2010

Estou de acordo com o que disse o Laércio.
Mas com um mínimo de organização poderíamos melhorar esse enredo.
Algmas idéias:
1- Reduzir o apetite do LV no curto prazo e manter um preço estável em platô por mais tempo, mas sem os picos exagerados. É uma plano que poderia ser apresentado aos supermercados pela ABLV na forma de compromisso, com o objetivo de evitar retaliações do comercio e do consumidor. Sei que é difícil, mas o setor tem que amadurecer (e os grandes players são poucos). A própria Tetra Pak deve ter interesse nisso e poderia contribuir.
O caso do LV é emblemático porque o feitiço vira rapidamente contra o feiticeiro e, pelo volume envolvido, todos sofrem, inclusive a exportação por tabela.
2- Estoques reguladores de pó á partir de julho para desafogar o segundo semestre e manter a exportação no primeiro semestre de 2011. Neste caso precisamos do governo. É um mínimo de provisão e previsão para buscar a estabilidade.
3- Sinalização ao setor primário. É preciso um esforço para premiar fidelidade, volume, qualidade e tudo o mais que faça sentido econômico na busca da estabilidade. Como disse o Paulo Machado, o esforço para melhorar a qualidade é a única forma de evolução da cadeia que podemos esperar e que devemos buscar. A distância entra a qualidade da nossa matéria prima e a do o mundo desenvolvido revela a carência de esforço neste sentido.
4- MKT: se até um vilão do passado como o etanol pode virar estrela com um programa consistente de marketing, por que nós não podemos? Espero que o recente esforço do setor neste sentido, com a contribuição importante do Marcelo e do Milkpoint, seja perenizado.

MARTINHO MELLO DE OLIVEIRA

PARANAÍBA - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/02/2010

Naturalmente a produção está se ajustando, havendo estímulo nos preços automaticamente a produção sobe e vice-versa, não é o ideal porque poderá haver desajustes imprevistos. O correto é uma política de incentivo para a produção o ano todo, em que o excedente é exportado ou estocado. Entretanto, parece mais utopia, pois o Brasil com sua imensidão, com a natureza favorável, com o produtor aguerrido e determinado, com tudo isso, infelizmente ainda nossa na balança comercial dos lacteos é deficitária, isso sim que é inconcebível.
OSMAR U. CARVALHO

TEÓFILO OTONI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/02/2010

Obrigado ao Marcelo e a Marlizi pela boa notícia.

Infelizmente de pouca duração. Isto mostra ao produtor o caminho da sua luta: Negociação com a empresa receptora, pelo menos de 06 em 06 meses o preço do produto negociado.

Osmaur
LAÉRCIO BARBOSA

PATROCÍNIO PAULISTA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 22/02/2010

Está traçado o enredo da história que assistiremos nos próximos 3 meses:

1. Os preços no mercado interno disparam, puxados pelo leite UHT, acompanhados em seguida pelos queijos.

2. Forte disputa por matéria prima eleva a concorrencia com alta nos preços ao produtor, que devem atingir R$ 0,90 até maio. No mercado, leite longa vida acima de R$ 2,00 e mussarela a R$ 11,00/kg.

3. Produção é estimulada e a partir de junho já começam a aparecer excedentes no mercado.

4. Preços baixos no mercado internacional e cambio defasado dificultam as exportações.

5. Preço ao produtor em queda acentuada a partir de julho/agosto, com acusações de parte a parte tentando encontrar os culpados.

Infelizmente o final não deve ser feliz! Cada um aproveite o melhor que puder enquanto durar.


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