USDA: Situação do mercado internacional de lácteos

Oceania

A situação climática da Nova Zelândia tem melhorado, tornando-se mais adequada à produção de leite, com os traders esperando um período de boas receitas com o produto. A produção de leite tem sido menor do que na estação passada para grande parte da atual estação produtiva. Os traders estão relutando em fazer previsões de produção para a atual estação após um começo fraco.

Na Austrália, algumas áreas do país têm recebido boas chuvas e os níveis de estoques de água têm aumentado, mas ainda permanecem abaixo do normal. Nos locais onde está havendo chuva, as pastagens estão em condições muito boas. Victória, que é a maior área de produção de leite da Austrália, tem recebido chuvas. Outras áreas continuam com condições de seca.

Os preços dos grãos têm declinado para níveis mais típicos após a seca ter induzido um aumento dos preços devido à produção limitada e ao maior uso para alimentação de bovinos. Entretanto, o número de bovinos continua baixo após os abates relacionados à seca. Ainda levará um tempo para a reconstrução dos rebanhos.

O pico de produção de leite na Austrália provavelmente já passou, mas, com muitos sistemas baseados em pastagens, as condições climáticas podem ter amplo impacto nas receitas.

As moedas da Austrália e da Nova Zelândia continuam fortes com relação ao dólar dos EUA. Alguns traders estão preocupados que o fortalecimento da moeda e os altos preços do petróleo possam levar alguns consumidores da Ásia a reduzir o uso de produtos lácteos nos próximos meses. Outros traders acham que alguns compradores da Ásia podem estar criando estoques para uso em 2005.

O fornecimento geral de produtos lácteos no mercado spot está menor do que o esperado, com alguma preocupação por parte dos exportadores em suprir a demanda de clientes regulares.

Os mercados de manteiga permanecem estáveis. Os estoques atuais para o mercado spot estão limitados. Os comerciantes estão relutando em ser agressivos nas vendas neste momento, devido às possíveis preocupações com a oferta no final da estação.

Os mercados de leite em pó desnatado permanecem estáveis. Com a atual oferta da Oceania limitada, os compradores internacionais estão se voltando para outras fontes, incluindo os Estados Unidos, para a demanda de leite em pó.

Os mercados de leite em pó integral estão estáveis, com a maioria dos preços sem mudanças. A previsão é de menor produção sazonalmente, refletindo as menores receitas com leite. Os comerciantes estão evitando fazer grandes compromissos devido à preocupação com relação à oferta de leite no final da estação e à necessidade de construir um estoque para suprir a demanda do final da estação.

Europa Ocidental

A produção de leite está próxima de atingir seu ponto mais baixo do ano na Europa. A produção atual de leite está centralizada na produção de itens para consumo interno ao invés de itens para exportação. Muitos dos 15 países membros da União Européia (UE) - que já eram membros antes da expansão do bloco - estão obtendo os mesmos níveis de receitas com leite que obtiveram no ano anterior.

O fortalecimento do Euro com relação ao dólar norte-americano e a muitas outras moedas está mantendo os preços europeus maiores do que os de outras fontes, incluindo EUA em alguns itens. Mais acordos estão sendo feitos com moedas locais do que com Euro. Na verdade, alguns países estão tentando evitar negociar em dólar norte-americano. Os exportadores acham que, devido ao fortalecimento do Euro, a Comissão Européia precisa aumentar os subsídios de exportação para lidar com algumas diferenças nas moedas. Entretanto, existe muito pouco incentivo para aumentar os subsídios, após um ano com exportações fortes e volumes subsidiados quase nos limites determinados pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

A preocupação da indústria de exportação da Europa é o que vai acontecer depois que os pedidos dos feriados forem preenchidos e o que fazer com o leite extra disponível durante o período de feriados do final do ano e início de 2005. A Comissão Européia continua vendendo algum volume de leite em pó dos estoques para uso na alimentação animal.

Os mercados de manteiga estão mais voltados ao mercado doméstico uma vez que os preços europeus estão de forma geral maiores do que os produtos vendidos em outros locais do mundo. Os preços podem também enfraquecer no final do ano após a forte demanda por creme de leite ter sido preenchida. A oferta atual de manteiga está adequada às demandas internas. A demanda sazonal da Rússia por manteiga, pelo menos da UE, está baixa devido ao fortalecimento do Euro.

Os mercados de leite em pó desnatado estão estáveis, apesar de os preços estarem maiores, devido às taxas de câmbio do Euro com o dólar dos EUA. Os produtos europeus estão sendo substituídos pelos importadores por produtos mais baratos de outros países, incluindo EUA.

A produção atual está sazonalmente baixa, à medida que o leite é direcionado à produção de itens de consumo interno para os feriados. A Comissão continua vendendo leite em pó desnatado dos estoques para uso em alimentos animais.

Os mercados de leite em pó integral estão estáveis, apesar de o alcance estar um pouco maior devido às taxas de conversão monetária contra o Euro. A produção está limitada até o período de feriados do final do ano e a oferta de leite está no ponto mais baixo do ano. O leite está atualmente sendo usado na produção de itens de consumo interno para os feriados e menos na produção de leite em pó integral. Apesar da diferença de preço, alguns consumidores ainda preferem o produto europeu aos oferecidos por outros países.

Leste Europeu

A produção no Leste Europeu está com tendência de queda. Para os países afetados, a produção geral de leite na região tem sido maior desde a entrada na UE, com preços geralmente mais altos. Alguns países do Leste Europeu que produzem grandes volumes de leite estão vendendo para países da Europa Ocidental para posterior processamento e a preços melhores, como o creme vendido na Alemanha.

Fonte: Serviço de Comercialização Agrícola (Agricultural Marketing Service - AMS) do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), adaptado por Equipe MilkPoint