Um embarque de 1,1 mil novilhas da raça Holandesa partirá do Uruguai rumo à Turquia no próximo dia 25 de julho, inaugurando o comércio de gado em pé da América Latina à Europa. A Turquia é um país euro-asiático, constituído por uma pequena parte européia, a Trácia, e uma grande parte asiática, a Anatólia.
As exportações serão de novilhas de dois anos, com parição para primavera, com controles leiteiros e de geração, que serão enviados pela firma exportadora Britos Y Rozada. A empresa começou a selecionar os animais em 12 de junho e, uma vez que eles sejam aprovados, irão diretamente a um estabelecimento destinado a cumprir uma quarentena estabelecida no protocolo sanitário. A partir daí, estarão nas mãos da equipe da Divisão de Sanidade Animal do Ministério de Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) e, após as análises sanitárias, serão enviados em uma viagem com duração de 25 dias.
O representante da Britos Y Rozada, Fernando Fernández, disse que a realização do negócio demandou um trabalho de cinco anos para conseguir esta exportação a um mercado como a Turquia, que não tem experiência com o gado Holandês uruguaio. Durante as negociações, uma delegação de empresários turcos visitou estabelecimentos de produtores durante o inverno e o verão, observou as condições de criação dos animais e comprovou que a genética utilizada nas fazendas leiteiras do Uruguai é de ponta.
O Uruguai é um país exportador líquido de animais em pé, mas, ao longo dos anos, cada vez mais, os importadores foram acentuando a necessidade de adquirir animais com controles leiteiros e de geração. Nos últimos anos foram inscritas mais de 22 mil gerações na base de dados da Sociedade de Criadores de Holandês do Uruguai.
Em 1995, o Uruguai exportou 15,316 mil novilhas ao Brasil e 177 à Bolívia, mas a demanda foi crescendo à medida que surgiram novos mercados. Em 2000, foram exportadas 1,523 mil cabeças ao Brasil, 2,818 mil cabeças ao México, um mercado que logo foi perdido devido à febre aftosa, e 75 ao Peru. No ano passado, foram exportadas 470 cabeças ao Brasil, 1,38 mil à Jordânia, 768 ao Peru e 965 à Tunísia.
Neste ano, além do acordo com a Turquia, a mesma empresa já concretizou negócios com Peru e Venezuela. A cada um destes destinos será enviado um lote de 1,1 mil cabeças de gado com as mesmas características dos animais enviados à Turquia. No caso do Peru, o comprador é uma cooperativa de leite. "O Peru está precisando muito de gado leiteiro uruguaio e já provou a genética, porque estamos exportando há muitos anos e os animais alcançaram uma grande adaptabilidade". Já a Venezuela é um mercado aonde a Britos Y Rozada vem trabalhando há três anos.
Fernández não descartou a possibilidade de seguir exportando novilhas Holandesas ao Brasil. "Com o aumento dos preços do leite naquele país, os produtores estão estimulados a renovar seus rebanhos e recentemente apareceram produtores pedindo preços".
O registro de geração é feito através da inscrição das fêmeas (bezerras, novilhas e vacas). Em todos os casos é necessário que os animais tenham pais com pedigree inscrito e mãe conhecida. A lista, administrada pela Sociedade de Criadores de Holandeses do Uruguai, que faz parte da Associação Rural do Uruguai, agrupa produtos que cumprem fenotipicamente os padrões da raça. O produtor precisa provar que os touros utilizados em seu rebanho têm pedigree inscrito ou devem apresentar comprovante de compra de sêmen nacional ou importado. A base de dados da entidade conta atualmente com 250 mil animais.
Fonte: El País, adaptado por Equipe MilkPoint
Uruguai exporta lote de novilhas para Turquia
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