Unilac discute políticas de longo prazo para o setor

Publicado por: MilkPoint

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Em busca de um crescimento sustentável, cerca de 200 lideranças de 17 estados se reuniram, em Belo Horizonte (MG), para o Congresso Nacional de Políticas de Longo Prazo para a Cadeia Láctea (Unilac Brasil). No encontro, realizado de quarta a sexta-feira passada, foi elaborado um documento com propostas para toda a cadeia produtiva leiteira, que deve ser entregue, no dia 14, à Câmara Setorial do Leite do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O evento consistiu de 5 workshops: Formação de Preços, Políticas Públicas I, Políticas Públicas II, Promoção de Lácteos e Modernização Comercial do Setor. A realização do evento foi da CNA, FAEMG, FIEMG, SILEMG, OCEMG E SEBRAE-MG, com apoio da Embrapa Gado de Leite.

Em formação de preços, as discussões giraram em torno do Conseleite, adotado pelo Paraná em 2003 e que vem funcionando como balizador de preços. O Conseleite é formado por um Conselho Paritário entre produtores e indústrias de laticínios, determinando preços de referência para a matéria-prima em função dos preços de venda dos lácteos, do mix de produtos das indústrias e da qualidade do leite. A inclusão de leite para negociação em mercados futuros também foi discutida, entre outros temas. A experiência paranaense está sendo implantada em outros estados, como RS, MS e AL.

A promoção de lácteos, incluindo no acesso aos mercados externos, também foi discutida. Para Rodrigo Alvim, presidente da Comissão de Pecuária de Leite da CNA, o Brasil deverá terminar o ano superavitário na balança comercial de lácteos, pela primeira vez em sua história.

Nos primeiros seis meses do ano, as vendas externas de lácteos do Brasil somaram US$ 30 milhões, 43% mais que no mesmo período de 2003, quando as exportações chegaram a US$ 13 milhões. Já as importações caíram 62% passando de US$ 60 milhões para US$ 37 milhões.

Nos primeiros cinco meses deste ano, as vendas externas mineiras cresceram 727% em receita e 459% em volume, em relação ao mesmo período do ano passado. Os maiores países importadores são Angola, Iraque, Estados Unidos, Trinidad e Tobago, Argélia, Venezuela e Chile.

Dumping

Os acordos comerciais com a Argentina e Uruguai para inibir a prática de dumping no comércio de laticínios foram um dos assuntos discutidos pelo setor. "O acordo deve ser preservado para garantir o mercado nacional", disse Alvim.

Ele explicou que o acordo com os dois países vigora desde 2001 e estabeleceu um preço mínimo de US$ 1,9 mil a tonelada do leite, quando a tonelada no mercado externo for comercializada abaixo de US$ 1,712 mil. "Assim o Brasil pagaria US$ 1,712 mil mais 11%, valor que chega a US$ 1,9 mil. A medida, na verdade criou uma reserva de mercado para a Argentina e para o Uruguai, pois o produto que vem da União Européia e da Nova Zelândia é tarifado a 27% mais cerca de 14%", esclareceu.

Para Alvim, em 2000 a Argentina exportava o produto para o Brasil a US$ 1,2 mil a tonelada, preço abaixo do cotado no mercado internacional. "Com um agravante: o leite vindo da Argentina não era tarifado, por força do acordo comercial entre os países, então o preço do leite era muito mais baixo que o produzido no Brasil", disse. "É bom esclarecer que o setor não está temeroso, pois somos produtivos e competitivos".

O acordo de preço com a Argentina e Uruguai, entretanto, poderá ser interrompido pelo governo brasileiro, que está reavaliando a conveniência de sua manutenção. Os produtores temem que o governo vincule esse tema com a dos eletrodomésticos, numa tentativa de fortalecer o Mercosul.

A imporância da organização do setor também foi enfatizada, tanto pelo ministro da agricultura, Roberto Rodrigues, como pelo presidente da FAEMG, Gilman Viana Rodrigues. "Nas democracias, quem não se organiza, cumpre ordens de quem se organiza", disse Gilman Viana. Ele ainda comentou as disputas dentro dos elos da cadeia: "precisamos ter maior maturidade no setor lácteo. Não há espaço para vaidades", finalizou.

As propostas serão encaminhadas, via Câmara Setorial do Leite, ao MAPA.

Fonte: MilkPoint, Diário do Comércio/MG e Gazeta Mercantil (por Ana Paula Machado), adaptado por Equipe MilkPoint
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