Os sinais de desaceleração da economia já chegaram às gôndolas dos supermercados. A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) revisou para baixo suas estimativas de crescimento para 2005.
O presidente da associação, João Carlos de Oliveira, disse ontem que o setor deve fechar o ano com um incremento nas vendas de no máximo 2,5%. A projeção inicial era de crescimento de 3% a 3,5% em 2005.
Segundo ele, os resultados do setor supermercadista no segundo semestre deverão ser inferiores aos registrados nos primeiros seis meses do ano. Entre os motivos para o rebaixamento das perspectivas de crescimento está a queda do poder aquisitivo do consumidor.
Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, o emprego parou de crescer e a renda registra queda, segundo dados da Fundação Seade-Dieese para os meses de maio e junho.
Além disso, o resultado do segundo semestre será afetado pela base de comparação, já que os últimos seis meses de 2004 foram considerados muito bons para o setor supermercadista. Com isso, os próximos resultados mensais tendem a ser menores que os obtidos nos mesmos períodos de 2004.
Sinais
Os sinais de retração no setor supermercadista, que começaram a ser sentidos em abril, se consolidaram em junho. No mês passado, as vendas reais do setor caíram 3,62% em relação a maio. Na comparação com junho de 2004, houve um ligeiro aumento de 0,69%. No acumulado de janeiro a junho, entretanto, as vendas reais dos supermercados ainda registram um avanço de 3,68% frente a igual período de 2004.
Os sinais de desaceleração também foram sentidos pela maior rede varejista do setor.
A CBD (Companhia Brasileira de Distribuição), dona das redes Pão de Açúcar, Extra, CompreBem e Sendas, que esperava crescer até 2% neste ano, revisou suas estimativas e agora prevê que não haverá crescimento em 2005.
O relatório do banco suíço UBS, que analisa os resultados da CBD, afirma que os resultados do setor deverão ser afetados negativamente por questões macroeconômicas.
Segundo a Abras, o desempenho de junho só não foi pior porque os preços dos produtos alimentícios estão em queda, o que favorece o consumo. Além disso, várias redes supermercadistas realizaram uma série de promoções ao longo do mês para baixar os estoques.
Preços
O Abrasmercado, índice próprio do setor criado pela Abras, registrou em junho uma queda de 6,87% nos preços praticados nos supermercados em relação ao mesmo mês de 2004.
Com isso, a cesta básica dos supermercados passou a custar R$ 196,52, em comparação com maio, o recuo nos preços foi de 1,23%.
A cesta é formada por 35 produtos essenciais, entre eles alimentos, bebidas, higiene, beleza e limpeza.
Fonte: Folha de S.Paulo (por Fabiana Futema), adaptado por Equipe MilkPoint
Supermercados reduzem previsão de crescimento
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