SP: código de proteção aos animais inviabiliza produção

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Foi promulgada em 25/08/05 a Lei Estadual no 11.977 de São Paulo proposta pelo deputado Ricardo Trípoli (PSDB), que "Institui o Código de Proteção aos animais do Estado de São Paulo e dá outras providências".

Apesar de ter tido alguns artigos vetados pelo governador Geraldo Alckmin, o veto foi derrubado por deputados estaduais e a lei deve entrar em vigor a partir do dia 08 de outubro deste ano e será regulamentada depois.

Os principais artigos da lei relacionados à produção de animais para consumo são:

- Artigo 18, itens I, II e III, em que fica vedado:
"I - privar os animais da liberdade de movimentos, impedindo-lhes aqueles próprios da espécie;
II - submeter os animais a processos medicamentosos que levem à engorda ou crescimento artificiais;
III - impor aos animais condições reprodutivas artificiais que desrespeitem seus respectivos ciclos biológicos naturais."

Da forma como foi aprovada, a lei decreta o fim de práticas como o confinamento de bovinos, suínos e aves, inclusive em exposições agropecuárias, da inseminação artificial, produção de embriões e fertilização de embriões in vitro, cria e recria de aves de postura, frangos e suínos e a melhoria genética.

Além disso a lei também inviabilizaria os rodeios, com o artigo:

- Artigo 22: "são vedadas provas de rodeio e espetáculos similares que envolvam o uso de instrumentos que visem induzir o animal à realização de atividade ou comportamento que não se produziria naturalmente sem o emprego de artifícios".

E criaria dificuldades no transporte de animais:

- Artigo 16, item II: "conservar animais embarcados por mais de 6 (seis) horas sem água e alimento, devendo as empresas de transporte providenciar as necessárias modificações em seu material, veículos e equipamentos, adequando-as às espécies animais transportadas, dentro de 6 (seis) meses a partir da publicação desta lei".

"O assunto pode causar grandes prejuízos a diversos elos das cadeias de produção animal desde a formação de profissionais ligados a área (universidades), passando pela indústria de saúde animal, pecuaristas, produtores de leite, transportadores de animais até os frigoríficos localizados no estado de São Paulo", comenta um leitor do site BeefPoint.

Fonte: Equipe BeefPoint, com informações do Diário Oficial do Estado de São Paulo
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Antonio Luis B.de Lima Dias
ANTONIO LUIS B.DE LIMA DIAS

MOCOCA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 19/09/2005

Infelizmente mais uma lei imposta para prejudicar os produtores rurais.



Só gostaria de saber onde estavam nossos diretores e presidentes classistas (presidentes de sindicatos rurais, cooperativas, federação) que não se mobilizaram para tentar vetar este absurdo.
Jose Manuel C. Mendonça
JOSE MANUEL C. MENDONÇA

CASCAVEL - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 18/09/2005

A aprovação de uma lei como essa demonstra a ignorância da câmara que a aprovou, o abandono em que se encontra a nossa agropecuária, politicamente falando. Não surpreende que uma estadual tenha este nível quando vemos os absurdos da federal. A proibição do uso de TE, IA, e hormônios nos remete a dois séculos atrás.
michele
MICHELE

OUTRO - MINAS GERAIS - EMPRESÁRIO

EM 18/09/2005

Esse deputado mostra não saber nada sobre animais de produção! Ele come carne? Ovos? Bebe leite? Isso só para começar. E acabar com rodeios em SP? Ele vai arranjar emprego e compensar a renda que os rodeios geram??? Só uma palavra define a idéia: ignorância.
Francisco José Cavalcante Pereira
FRANCISCO JOSÉ CAVALCANTE PEREIRA

JEQUIÉ - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/09/2005

Esse sujeito deve ser maluco. Doido de pedra. Ou então é mais uma dessas bestas corruptas, desocupadas, desinformadas e sem compromisso, que se dizem representantes do povo. Deveria ser cassado.



Pereira.
Roberto Rudge de Paula Guimarães
ROBERTO RUDGE DE PAULA GUIMARÃES

LINS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/09/2005

Deveríamos estar vivendo a era da razão e do conhecimento, onde os mitos deveriam finalmente cair por terra... É inacreditável o nível de ignorância de nossos deputados envolvidos na promulgação da Lei Estadual n° 11.977, especialmente do Sr. Ricardo Trípoli (PSDB) e de seu assessores, quanto à realidade da produção animal nacional e internacional.



Tal fato parece a princípio uma grande piada, mas na realidade é sério e muito triste pois certamente vai gerar danos a toda sociedade, obstruindo de forma significativa toda cadeia produtiva. Profundamente lamentável!



Roberto Rudge P. Guimarães, produtor rural e especialista em bovinocultura leiteira.
Cláudio Henrique Oliveira de Carvalho
CLÁUDIO HENRIQUE OLIVEIRA DE CARVALHO

CÁSSIA - MINAS GERAIS

EM 16/09/2005

Acredito, e espero, que esteja havendo confusão na interpretação de alguns itens da Lei estadual 11977 (SP), principalmente no item 3 do artigo 18. Sinceramente, não entendo que se esteja impedindo o uso de inseminação artificial, e sim o uso, por exemplo, de medicamentos que induzam o cio (hormônio), mesmo porque a inseminação artificial não desrespeita o ciclo biológico natural, de acordo com minha interpretação.



Gostaria de ler outras posições dos colegas que participam dos comentários. Mesmo porque, ao lermos as opiniões dos colegas podemos ter novas maneiras de analisarmos determinadas situações.



Abraço a todos,



Cláudio H. O. de Carvalho.

Zootecnista
João Paulo Garcia
JOÃO PAULO GARCIA

MANDAGUAÇU - PARANÁ - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 16/09/2005

Esse código é uma vergonha! Como é que vamos produzir mais carne e mais leite em menos espaço, principalmente não podendo utilizar as técnicas como inseminação artificial e transferência de embriões? É graças a essas técnicas que estamos com o maior e melhor rebanho comercial do mundo . Em relação aos rodeios é outra vergonha, pois os rodeios empregam milhares de pessoas por todo esse Brasil. OS animais são bem tratados, ao contrário de animais de circo que precisam passar fome para fazer o trabalho, vivem em condições precárias em seus alojamentos. Já por exemplo um touro de rodeio tem ração todo o dia, água à vontade, vive em condições perfeitas, além do rodeio prolongar a vida do animal.
Roberto Jank Jr.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/09/2005

Parece piada mas pode ser que seja verdade porque, infelizmente, neste País tudo pode acontecer. A lei de Ricardo Tripoli vai extinguir a suinocultura, avicultura e a bovinocultura de corte e leite especializadas, no estado de São Paulo. O uso racional da terra, para pecuária, será abolido. Voltamos ao século 19. Novilhos precoces viabilizando carnes nobres para exportação e vacas de leite especializadas, ambas atividades dependentes de dietas fornecidas em cocho e a exportação de carne de frango e porco, com todo seu investimento, vão por água abaixo. Nem o Bové, na França, conseguiu tanto. Realmente o legislativo de São Paulo está de parabéns: em menos de um mês nossa laranja ficou exposta ao "amarelinho", "greening" e outras doenças transmitidas por insetos porque nossa Assembléia Paulista aprovou a absurda lei que, ao contrário do resto do mundo, permite viveiros de mudas não telados. E agora várias atividades pecuárias de tecnologia de ponta e responsáveis por muitos empregos no campo, correm risco de extinção. O MST deve estar feliz. Meu caro Secretário de Agricultura Eng. Agrônomo Duarte Nogueira, como fica o governo com tudo isso?



Cláudio Henrique Oliveira de Carvalho
CLÁUDIO HENRIQUE OLIVEIRA DE CARVALHO

CÁSSIA - MINAS GERAIS

EM 16/09/2005

Acredito, e espero, que esteja havendo confusão na interpretação de alguns itens da Lei estadual 11977 (SP), principalmente no item 3 do artigo 18. Sinceramente, não entendo que se esteja impedindo o uso de inseminação artificial, e sim o uso, por exemplo, de medicamentos que induzam o cio (hormônio), mesmo porque a inseminação artificial não desrespeita o ciclo biológico natural, de acordo com minha interpretação.



Gostaria de ler outras posições dos colegas que participam dos comentários. Mesmo porque, ao lermos as opiniões dos colegas podemos ter novas maneiras de analisarmos determinadas situações.



Abraço a todos,



Cláudio H. O. de Carvalho.

Zootecnista



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