Sobem os preços das vacas leiteiras
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Segundo levantamento da Embral Leilões Rurais, de São Paulo, em média uma fêmea era comercializada a R$ 1,7 mil no ano passado e, neste ano, estima-se até R$ 4 mil. No leilão anual realizado pela Embrapa Gado de Leite, os preços da fêmea holandesa saltaram de R$ 2,8 mil para R$ 5,1 mil (alta de 75%).
Sebastião Beraldo, diretor da Embral, explica que até 2004 cerca de 80% dos leilões eram de liquidações de plantel, pois o setor vinha desestimulado por uma crise de baixos preços que chegou ao auge em dezembro de 2001. Naquele ano, os valores pagos foram de R$ 0,35 pelo litro do leite (deflacionados). No mês passado, o preço praticado pelo litro era de R$ 0,56. "Tem muita gente voltando ao setor leiteiro, pois a rentabilidade do grão não está boa", diz Beraldo. Foi justamente o abate de matrizes que provocou a redução da oferta de fêmeas e, com isso, a elevação dos preços em um momento em que a pecuária leiteira volta a investir.
Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), mostra que nos últimos dois anos, a média do preço do leite foi de R$ 0,52 o litro e, neste ano, R$ 0,56. "O primeiro semestre foi aquecido em função da conjuntura favorável para o setor, pois os preços estavam em alta e os custos a valores razoáveis", diz Marcelo Pereira de Carvalho, da AgriPoint Consultoria. Opinião semelhante tem Vicente Nogueira, diretor do Departamento Econômico da Confederação Brasileira das Cooperativas de Laticínios (CBCL). "Com os investimentos, a produção brasileira deve crescer 10% neste ano", diz Nogueira.
No entanto, segundo o Cepea/USP, houve redução de 4,1% nos valores pagos pelo litro do leite em julho. "O excesso de oferta provocou a redução nos preços", diz Leandro Ponchio, pesquisador do Cepea/USP. "Com isso, não há como prever se a procura pela vaca continuará grande", afirma Carvalho. Para Ponchio, é justamente em momentos de crise que se deve investir.
Para alguns analistas, o câmbio teria favorecido as importações e forçado a baixa nos preços do mês passado. Ao contrário de 2004, quando o setor encerrou com superávit de US$ 11 milhões, neste ano, o déficit da balança comercial está em US$ 16,7 milhões. As compras aumentaram 79% no período, somando US$ 78,1 milhões.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe MilkPoint
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VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 13/08/2005
Um enorme desastre se avizinha da pecuária de leite. Quem poderá pagar pelas vacas caríssimas vendidas nestes leilões? Quem poderá comprar insumos para a preparação de volumoso para o próximo ano?
O artigo, por inoportuno, pode passar a falsa impressão de que a produção de leite transcorre dentro da normalidade.
Paulo Fernando Andrade Corrêa da Silva.
Produtor e dirigente da APLSI.
<b>Resposta do MilkPoint</b>:
Caro Paulo,
Obrigado pelos comentários. O artigo apenas retrata que os preços das vacas aumentaram, fruto de uma conjuntura favorável no ano passado e no início desse ano. No próprio corpo da matéria, há menção de que não há garantia de que os investimentos feitos em matrizes terão o retorno esperado, visto que a conjuntura mudou. O que podemos tirar dessa lição é que o fluxo de informações do setor é insuficiente para o planejamento e para a tomada de decisões. Sei de grandes laticínios que importaram leite no início do ano, temendo que faltasse leite. A medida se mostrou um erro, visto que a produção aumentou 10%, mas não havia informação consistente que indicasse isso. A mesma coisa vale para as projeções de mercado. Será que não seria possível prever esse cenário, juntando mercado interno com crescimento mais baixo, câmbio desfavorável, aumento da produção nacional e disponibilidade de leite na Argentina? O fato é que o mercado de matrizes se valorizou em função de uma expectativa que acabou não se confirmando, fruto da falta de informações e da leitura incorreta ou incomplet das informações existentes.
Um abraco,
Marcelo

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 10/08/2005
Se a mídia, mantida pelo Estado e pelos grandes capitalistas, não for isenta, provoca uma transferência de riquezas injusta, entre os vários setores da economia. Na situação atual, no Brasil, não existe livre mercado sustentável. Os detentores do capital, da indústria e do comércio estão impondo um empobrecimento violento aos pequenos produtores rurais.

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 09/08/2005

GOIATUBA - GOIÁS - PESQUISA/ENSINO
EM 08/08/2005
Especuladores e aventureiros estão aí, inflacionando o valor dos animais e começando de trás para frente na atividade. Adquirindo animais caríssimos (que de acordo com os preços do leite pagos em julho e já em perspectivas num futuro próximo de piora nesses preços), impagáveis, sem conhecimento técnico de mercado e dos quesitos mínimos para que a propriedade possa ser chamada e/ou classificada como granja leiteira.
É triste essa realidade brasileira, que não muda. O do eterno imediatismo e oportunismo daqueles que só enxergam o hoje, prejudicando um mercado complexo, instável e extremamente delicado, como o mercado leiteiro.
Corrijam-me se estiver errado, mas é o que eu, como médico veterinário, que atuo nesse mercado, penso e observo hoje em dia.