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Setor leiteiro uruguaio pede ajuda ao governo para poder sobreviver

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 26/07/2002

4 MIN DE LEITURA

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Toda a cadeia agroindustrial de lácteos do Uruguai, incluindo produção e indústria, continua se mobilizando na tentativa de conseguir uma ajuda que lhes permita seguir em uma atividade que sofre, de forma direta, os efeitos econômicos da região em geral e do país em particular.

Neste contexto, no início desta semana, duas frentes mantiveram contatos a nível oficial, tentando encontrar uma saída para todos. Por um lado, os presidentes das duas maiores indústrias de lácteos do Uruguai, Jorge Panizza, da Cooperativa Nacional dos Produtores de Leite (Conaprole) , e Jorge Guttman, da Parmalat, juntamente com os presidentes das associações de produtores, Raúl Bratschi, da Associação Nacional dos Produtores de Leite (ANPL), e Martín Lindholm, da Intergremial de Productores de Leche (IPL), reuniram-se no Edifício Liberdade com representantes do Poder Executivo. Na reunião estavam o próprio presidente da República do Uruguai, Jorge Batlle, além do secretário da Presidência, Raúl Lago, do ministro e do vice-secretário da Pecuária, Agricultura e Pesca, Gonzalo González e Martín Aguirrezabala, e do Diretor de Projetos do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MPAG), Edgardo Cardozo.

Neste encontro, os representantes dos produtores de leite informaram ao governo como está a situação atual do setor leiteiro no Uruguai, tanto a nível produtivo, como industrial. Segundo Panizza, no setor leiteiro uruguaio, "junta-se uma série de fatores negativos que dificultam a situação da indústria e, sobretudo, dos produtores, para tentarem seguir produzindo no cenário atual". O presidente da Conaprole disse que muitas coisas que vêm mudando estão influenciando de forma negativa o setor, como por exemplo, o aumento dos custos. Outro fator citado é a redução dos preços internacionais que, segundo ele, "caíram pela metade" no último ano.

Diante disso, os representantes do setor leiteiro uruguaio disseram às máximas autoridades nacionais que a solução passa impreterivelmente por um apoio imediato, que inclua a entrada de dinheiro no setor, considerando a situação de exceção atual. "Não somos nós que temos que dizer como podem nos ajudar. Isso tem que ser determinado pelo Poder Executivo, ao qual sabemos que sobram recursos".

O que se pode supor é que este apoio poderia ocorrer a partir de três fatores fundamentais: uma devolução de impostos, um crédito genérico para o setor e outro com algum tipo de garantias concretas. Por exemplo, caso seja aprovada uma resolução de US$ 0,03 por litro de leite exportado e considerando que o Uruguai exporta 600 milhões de litros por ano, neste caso poderiam ser gerados US$ 18 milhões por ano. Deste valor, dois terços seriam para os produtores e o resto, para a indústria, em um prazo de 3 anos.

Por outro lado, estima-se a possibilidade de se gerar cerca de US$ 15 milhões através de órgãos internacionais para o setor, com garantias de exportações e prazos de 5 anos, e finalmente, US$ 10 milhões poderiam ser gerados a partir de uma proposta nova apresentada pelas associações de produtores ao MGAP, que inclui a garantia dos ventres jovens, bezerras e novilhas.

O presidente da Conaprole citou os baixos valores obtidos no último ano, onde foi registrada uma queda no rendimento pelas exportações da ordem de US$ 25 milhões e de cerca de US$ 30 a US$ 35 milhões no mercado interno.

Panizza insistiu durante a reunião que, "com este nível de preços, os produtores não podem seguir e que, de alguma forma, tem que haver ajuda temporária ao setor, baseada na queda dos preços internacionais, no quarto aumento aos subsídios que ocorreu na Europa e no aumento dos custos que os produtores estão tendo devido à alteração no tipo de câmbio".

Com relação à reação oficial às reivindicações do setor leiteiro, Panizza disse que o presidente uruguaio compreendeu a situação, dizendo que os membros do setor leiteiro tinham razão em seus pedidos. "Ele nos informou as grandes dificuldades que existem para solucionar esses problemas, mas prometeu que vai fazer um esforço ao analisá-los e tentar buscar a solução possível".

Técnicos

Paralelamente a essa reunião, os técnicos das associações de produtores de leite do Uruguai se reuniram com os técnicos do Ministério da Agricultura. Os engenheiros agrônomos Alejandro Echeverría, da Intergremial de Productores de Leche (IPL) e Daniel Zorrilla, da ANPL, foram recebidos pelos engenheiros agrônomos Juan Peyrou e María Elena Vidal, da Oficina de Programação e Política Agropecuária (Opypa) e Edgardo Cardozo (da Unidade de Projetos do MGAP).

Nesta reunião, os conteúdos da proposta feita pelas associações de produtores ao Ministério na semana passada foram delineados e aprofundados, a fim de instrumentar os mecanismos de ajuda solicitada aos produtores. A idéia era, mais uma vez, chegar a uma solução que seja acessível aos produtores e fundamentalmente não gere aumento no endividamento que já está complicado para muitos produtores uruguaios.

"Estamos em uma situação de exceção, que não é definitiva. Além disso, o setor de lácteos é diferente dos demais setores econômicos do país", disse Lindholm. Segundo ele, os mercados internacionais de lácteos apresentaram uma queda muito grande, de 50%, o que repercutiu no preço pago pelo litro de leite no país.

Segundo ele, o setor de lácteos no país tem força para pedir apoios, já que "movimenta US$ 360 milhões por ano, gera 21 mil postos de trabalho diretos somente no setor primário, além do que se gera com indústria e serviços, tanto no setor agropecuário como industrial. Além disso, geramos divisas, exportamos 60% da produção, que são 40% da receita e, a nível primário, há uma alta rotação de ativos, gastamos 80% de nossa receita e, em épocas normais de crescimento, os 20% restantes reinvestimos no próprio setor no país e fora dele".

O presidente da IPL disse também que o setor tem potencial para contribuir muito no futuro, fato que é compartilhado pelo presidente da República, "que se mostrou sensível à problemática e mostrou vontade de encontrar uma solução, que neste momento, passa por uma injeção de recursos financeiros. Nós estamos recebendo por litro de leite, em média por ano, US$ 0,09 e os melhores custos de produção estão acima dos US$ 0,10 por litro".

Fonte: El País, Uruguai, publicado em Sistema Panamericano de Informação Leiteira (Infoleche/Fepale), adaptado por Equipe MilkPoint

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