Setor leiteiro caminha para superávit inédito
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 2 minutos de leitura
O segmento se recupera depois de ter sido sacudido pelo "furacão" Parmalat no início do ano, quando o processo de concordata da multinacional italiana derrubou os preços do leite, que vinham de 24 meses seguidos de alta, segundo o secretário-executivo da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Sávio Rafael Pereira.
"O Brasil aumentou a capacidade técnica e produtiva, ficou mais competitivo. Por isso tem exportado tanto", afirmou ele, que é coordenador-geral da Secretaria de Política Agrícola do ministério. A situação é ainda mais impressionante sob a perspectiva de que o Brasil já foi o segundo maior importador de leite do mundo.
Pereira prevê superávit comercial já neste ano, assim como o assessor técnico da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Marcelo Barroso. "Se durante a entressafra as exportações foram fortes assim, a expectativa do pessoal é realmente fechar este ano com superávit".
Já o presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e da câmara setorial do Mapa, Rodrigo Alvim, é mais prudente: avalia que o país caminha para o superávit, mas não fixa um prazo. "A curva é positiva. Pode ser até que o superávit venha neste ano, mas, se não vier, é por muito pouco", disse.
Futuro
Uma barreira para o aumento de exportações do Brasil neste momento, segundo Alvim, é que a produção do setor está no limite. "Ninguém tem estoque, tudo o que se produz é consumido aqui ou exportado", afirmou.
E este é um momento de conquista e manutenção de novos mercados. O Brasil exporta hoje para quase 30 países. E negocia com o México, que é o país que mais compra produtos do setor de leite e derivados, uma média de US$ 1 bilhão por ano. "Se conseguirmos 10% desse mercado, já é quase tudo o que devemos exportar somente neste ano", disse Alvim.
Hoje, a CNA recebe, em Brasília, Mike Moore, ex-premiê da Nova Zelândia e ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que atualmente atua como conselheiro da maior cooperativa neozelandesa da área de leite, a Fonterra. Moore participa de reunião com o tema "Liberalização do Comércio e os Impactos na Cadeia de Lácteos".
E isso não é só, o setor comemora outra conseqüência benéfica do aumento de exportações: a sustentação dos preços do leite pagos ao produtor. "Se não houvesse a exportação, os preços já teriam caído mais", afirmou o pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/Esalq/USP), Leandro Augusto Ponchio.
Fonte: Folha de S.Paulo/Agrofolha (por Fabíola Salani), adaptado por Equipe MilkPoint
Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.
Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!
Publicado por:
MilkPoint
O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.