Setor leiteiro caminha para superávit inédito

Publicado por: MilkPoint

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O setor lácteo brasileiro caminha para obter superávit comercial pela primeira vez, o que pode ocorrer ainda neste ano. A previsão vem tanto do governo como dos empresários e reflete o bom momento pelo qual passa o setor.

O segmento se recupera depois de ter sido sacudido pelo "furacão" Parmalat no início do ano, quando o processo de concordata da multinacional italiana derrubou os preços do leite, que vinham de 24 meses seguidos de alta, segundo o secretário-executivo da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Sávio Rafael Pereira.

"O Brasil aumentou a capacidade técnica e produtiva, ficou mais competitivo. Por isso tem exportado tanto", afirmou ele, que é coordenador-geral da Secretaria de Política Agrícola do ministério. A situação é ainda mais impressionante sob a perspectiva de que o Brasil já foi o segundo maior importador de leite do mundo.

Pereira prevê superávit comercial já neste ano, assim como o assessor técnico da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Marcelo Barroso. "Se durante a entressafra as exportações foram fortes assim, a expectativa do pessoal é realmente fechar este ano com superávit".

Já o presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e da câmara setorial do Mapa, Rodrigo Alvim, é mais prudente: avalia que o país caminha para o superávit, mas não fixa um prazo. "A curva é positiva. Pode ser até que o superávit venha neste ano, mas, se não vier, é por muito pouco", disse.

Futuro

Uma barreira para o aumento de exportações do Brasil neste momento, segundo Alvim, é que a produção do setor está no limite. "Ninguém tem estoque, tudo o que se produz é consumido aqui ou exportado", afirmou.

E este é um momento de conquista e manutenção de novos mercados. O Brasil exporta hoje para quase 30 países. E negocia com o México, que é o país que mais compra produtos do setor de leite e derivados, uma média de US$ 1 bilhão por ano. "Se conseguirmos 10% desse mercado, já é quase tudo o que devemos exportar somente neste ano", disse Alvim.

Hoje, a CNA recebe, em Brasília, Mike Moore, ex-premiê da Nova Zelândia e ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que atualmente atua como conselheiro da maior cooperativa neozelandesa da área de leite, a Fonterra. Moore participa de reunião com o tema "Liberalização do Comércio e os Impactos na Cadeia de Lácteos".

E isso não é só, o setor comemora outra conseqüência benéfica do aumento de exportações: a sustentação dos preços do leite pagos ao produtor. "Se não houvesse a exportação, os preços já teriam caído mais", afirmou o pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/Esalq/USP), Leandro Augusto Ponchio.

Fonte: Folha de S.Paulo/Agrofolha (por Fabíola Salani), adaptado por Equipe MilkPoint
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