Serlac Trading pretende exportar produtos lácteos à China

Com o objetivo de desenvolver comercialmente o setor de lácteos brasileiro no exterior e coordenar os parceiros no sentido de adequar a produção às demandas internacionais, o grupo Serlac Trading negociou no mês passado, maio, com alguns laticínios da China interessados na aquisição de produtos lácteos comercializados no Brasil.

De acordo com o superintendente da empresa, Alfredo de Goeye Júnior, desde o ano passado, o grupo tenta manter relações com esse país. Durante a viagem, Goeye Júnior visitou vários laticínios localizados em Xangai e Beijing, além de ter conhecido supermercados e distribuidores da região chinesa. "Percebemos que o consumo de leite na China está aumentando aceleradamente e a produção local não está atendendo a demanda interna", revelou.

Nos últimos anos, a demanda por produtos lácteos na China tem aumentado em decorrência da maior renda da população. Segundo o superintendente, várias plantas visitadas no país não possuem a estrutura que muitas empresas brasileiras mantêm. "Percebe-se que eles não estão preparados para a atividade. Por outro lado, o leite brasileiro é pouco conhecido por eles", comenta Goeye Júnior.

Questionado sobre a possibilidade de o Brasil fazer parte do mercado chinês, além da Nova Zelândia e Austrália, ele aposta no país, mas aponta que um dos principais fatores que prejudicam as exportações brasileiras é à distância dos países importadores. "O nosso problema é o frete, que atinge altos valores. Porém, temos perspectiva de competir com os outros paises, mesmo que eles estejam mais próximos da China e a tarifa do frete seja mais baixa", diz.

Goeye Júnior salienta que, além de os chineses estarem de olho nas exportações de lácteos, eles também estão se preparando para aumentar a produção nacional. "Há interesse na importação, mas eles não deixam de se preparar", completa.

Sobre a negociação, o superintendente da Serlac conta que os chineses se interessaram na proposta brasileira, mas, para que isso se concretize, os laticínios da China querem conhecer alguns produtos e embalagens do Brasil.

Ele revela que, ainda neste mês, amostras de alguns produtos lácteos e embalagens produzidas no Brasil serão enviadas à China: "Mandaremos leite em pó, leite condensado, queijos e manteiga". Ele informa que técnicos chineses pretendem visitar o Brasil para conhecer as instalações de alguns laticínios, mas acrescenta que não firmaram a data da inspeção.

A Serlac Trading atua no Brasil como coordenadora das exportações de produtos lácteos das empresas Itambé, CCL, Embaré, Ilpisa e Confepar para diversas regiões do mundo. As empresas de laticínios associadas à Serlac processam, diariamente, 3,8 milhões de litros, o que representa 1,4 bilhão de litros por ano. "As vendas de produtos lácteos estão crescendo, pois o mercado está favorável. Estamos cumprindo as nossas metas com folga", acrescenta.

Fonte: Juliano Fantazia, da Equipe MilkPoint