RS terá que produzir mais leite para atender demanda

Publicado por: MilkPoint

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A anunciada instalação de uma fábrica da Nestlé no Rio Grande do Sul e o retorno da Cooperativa Centra de Leite (CCGL) ao mercado de leite industrializado devem impor à cadeia produtiva de leite gaúcha a necessidade de aumento de produção. A projeção é do coordenador do Programa Estadual para Desenvolvimento do Setor Lácteo do Rio Grande do Sul (Prodelact), mantido pela parceria entre a Secretaria de Agricultura de Estado e a Embrapa Clima Temperado, Darcy Bitencourt.

De acordo com ele, a produção gaúcha atual de leite inspecionado, que vai para as indústrias, é de cinco milhões de litros/dia. Há ainda um volume estimado em 2,5 milhões de litros de leite/dia que não passa por fiscalização sanitária, sendo destinado à comercialização nas comunidades produtoras e à produção artesanal de derivados. "Ainda temos 33% de nossa bacia leiteira fora da cadeia industrial", afirma.

A nova planta industrial da Nestlé, cuja localização deve ser anunciada até outubro, deverá absorver três milhões de litros/dia da bacia leiteira gaúcha, segundo o presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita. Já a fábrica que a CCGL vai construir em Cruz Alta terá capacidade para processar um milhão de litros/dia. Juntos, os dois empreendimentos, que devem começar a operar até o final de 2006, representam um aumento de quatro milhões de litros/dia na capacidade da indústria láctea gaúcha.

Na avaliação de Bitencourt, as novas indústrias deverão promover um aumento na proporção de leite inspecionado e industrializado. Ele espera que este processo seja incentivado pelo programa educativo "Proteja sua saúde - beba leite com qualidade", do governo do Estado, que pretende conscientizar a população sobre a importância de consumo de leite pasteurizado. "Se o consumidor exigir leite inspecionado, o produtor será obrigado a integrar a cadeia industrial", prevê.

Mesmo que todos os cerca de 7,5 milhões de litros/dia estimados pelo Prodelact sejam submetidos à inspeção, ainda será necessário um incremento na bacia leiteira gaúcha para cumprir a demanda imposta pelas novas fábricas. "Atualmente, a capacidade da indústria gaúcha está entre 5,5 milhões e seis milhões de litros/dia", diz o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilac), Clóvis Marcelo Roesler. Somando-se os projetos da Nestlé e da CCGL, o Estado poderá chegar a um potencial de processamento diário dez milhões de litros.

Na avaliação do coordenador do Prodelact, se as empresas pagarem um preço que proporcione ao produtor um bom retorno pelo seu trabalho, a produção total de leite poderá crescer pelo menos mais 30% em até dois anos.

Ele cita como exemplo o primeiro semestre deste ano, em que a baixa rentabilidade da safra de soja e o preço de R$ 0,65 do litro de leite, no início do ano, estimularam o produtor a investir no setor. "Muitos compraram ração de boa qualidade e prepararam o gado. Com isso a produção cresceu 25% de janeiro a junho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado", revela Bitencourt.

Na primeira metade de 2004, a produtividade gaúcha de leite inspecionado era de quatro milhões litros/dia, superados pelos cinco milhões/dia deste ano. "Se o preço pago for bom, não haverá problemas", garante.

Fonte: Jornal do Comércio/RS, adaptado por Equipe MilkPoint
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