RS: produtores de leite reivindicam melhores preços

O fim da redução sistemática no preço do leite pago ao produtor, que nos últimos três meses recebeu até R$ 0,10 a menos pelo litro em algumas regiões do Rio Grande do Sul, foi a principal reivindicação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) aos representantes da Associação Gaúcha dos Laticinistas (AGL) e do Sindicato dos Laticinistas (Sindilat) em encontro realizado ontem.

"A indústria alega que o preço médio do litro no RS é de R$ 0,50, mas o valor médio não significa remuneração para todos. Muitos receberam abaixo do custo de produção, que é mais do que R$ 0,45", reclama o diretor da Fetag, Elton Weber.

A retração do consumo e a superoferta são os fatores responsáveis pela queda nos preços, no entendimento do presidente da AGL e diretor de Política Leiteira da Elegê Alimentos, Ernesto Krug. "Em todo o país a produção cresceu 4% em relação a 2003, e no RS cresceu 8,4%. Para escoar o volume excedente muitas empresas passaram também a exportar".

Para um melhor ressarcimento no mercado externo, o dirigente recomenda maior investimento para melhoria da qualidade. Remunerar pela qualidade, em vez de quantidade, é a proposta da Fetag. "Hoje a quantidade de produção é o que determina o valor a ser pago ao produtor e não a qualidade. Queremos saber quais os parâmetros para isso para que os que produzem menos também possam receber mais", reforça Weber.

Menos de um ano após a implantação da portaria 51 do Mapa, o dirigente alega que a medida é necessária para, além de melhorar a renda, permitir ao produtor investir e se adequar. "A pior fase já passou e a tendência é o mercado ficar estável e retomar os preços da entressafra", apostou Krug. Outra reunião está marcada para novembro.

Fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe MilkPoint