RS: laticínios não querem instalação de fábrica da Nestlé

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Representantes das indústrias de laticínios gaúchas pediram ontem ao governo estadual para participar das negociações com a Nestlé, que estuda montar uma fábrica no Rio Grande do Sul. Três entidades ligadas ao setor entregaram à Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai) documento apontando possíveis prejuízos que a multinacional causaria ao mercado gaúcho.

O Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat) e as associações das Pequenas Indústrias de Laticínios (Apil) e Gaúcha de Laticinistas (AGL) alegam que a instalação de uma nova unidade de processamento de leite no estado causaria desemprego e barraria os investimentos de empresas locais.

Segundo o diretor-executivo do Sindilat, Marcelo Roesler, não haveria aumento da produção para atender a nova indústria e o resultado seria fechamento de pequenos laticínios, que não conseguiriam disputar com a Nestlé.

Os laticinistas alegam que a multinacional opera com grandes produtores, o que reduz os custos da operação, afetando a competitividade das atuais indústrias, que recolhem a matéria-prima de agricultores familiares.

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetag) concorda que a vinda da Nestlé pode ser prejudicial aos pequenos pecuaristas. Já o presidente da comissão de leite da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Jorge Rodrigues, vê com bons olhos a instalação de uma planta da Nestlé no Rio Grande do Sul. "As empresas que estão no mercado têm dificuldade de absorção da produção gaúcha e uma nova indústria pode vir a preencher esta lacuna", considera.

O secretário da Sedai, Luís Roberto Ponte, explica que o estado não pode impedir a instalação de uma empresa. As pequenas empresas que têm plano de investimento terão acesso aos incentivos fiscais tanto quanto a Nestlé, garante. Ele também argumenta que a possível vinda da multinacional gerará riquezas, à medida que hoje o Rio Grande do Sul consome produtos da marca feitos em outros estados, que ficam com os impostos.

A Nestlé não confirma oficialmente a instalação de uma unidade no estado e por meio de sua assessoria de imprensa informa que, por isso, não se manifestará sobre a posição das indústrias gaúchas.

Fonte: Zero Hora/RS, adaptado por Equipe MilkPoint
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Marcelo Rovani
MARCELO ROVANI

TAPEJARA - RIO GRANDE DO SUL - ESTUDANTE

EM 31/08/2005

É simplesmente um absurdo qualquer espécie de tentativa que objetiva a não instalação da Nestle no Rio Grande do Sul. Os motivos apresentados pelas cooperativas são infundados. A concorrência é bem vinda, pois propicia o melhoramento da qualidade da cadeia produtiva de leite, forçando o produtor a se adequar a legislação vigente.
valerio paim de avellar
VALERIO PAIM DE AVELLAR

TUPARENDI - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/08/2005

Vejam só, os laticínios importando leite subsidiado triangulado (dumping), agora estão preocupados com mais uma indústria no RS. Porém, o que mais preocupa, é que os produtores continuam desorganizados, e não podemos esquecer que qualquer indústria está preocupada com o seu lucro e não em salvar os produtores desta ou daquela região.



A Nestlé, se vier, tenho certeza será muito bem-vinda, mas não será a salvação da pátria, o que os produtores precisam é de uma política séria de pagamento de leite. A atividade não nos permite trabalhar com preços que flutuam R$ 0,10 a 0,15 durante o ano, e ainda não saber quanto irá receber pelo produto após entregar todo o mês.

Não precisamos de subsídio, mas concorrer com leite importado que recebe subsídio ou créditos de estocagem sem juros do nosso próprio governo, fica complicado.

Luiz Miguel Saavedra de Oliveira
LUIZ MIGUEL SAAVEDRA DE OLIVEIRA

SANTO ÂNGELO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/08/2005

Não dá para acreditar! Será que vai ficar mais difícil para as companhias baixar os preços a seus produtores, ou vai atrapalhar a cartelização?
Ângela de Faria Maraschin
ÂNGELA DE FARIA MARASCHIN

OUTRO - RIO GRANDE DO SUL - ESTUDANTE

EM 23/08/2005

É absurdo que em um momento de crise de preços no setor leiteiro, com excesso de produção e importações motivadas pela baixa cotação do dólar, representantes dos laticínios venham fazer pressão para que a Nestlé não se instale no RS com medo que falte leite! Assim é fácil de perceber que os laticínos não estão nem um pouco preocupados com os produtores de leite... Será que eles pensam que os produtores são tão estúpidos a ponto de pensarem que uma grande empresa vindo fazer concorrência às outras já instaladas (Avipal) será responsável por exclusão de produtores? Por favor, tragam argumentos um pouco mais convincentes.
ALBERT JAN KOK
ALBERT JAN KOK

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/08/2005

A NESTLE PELO QUE EU SEI É MULTINACIONAL E UMA MULTINACIONAL NUNCA PENSA EM AJUDAR OS PRODUTORES LOCAIS.
Qual a sua dúvida hoje?