Mais de 60% dos 1,8 milhão de produtores de leite do Brasil correm o risco de serem excluídos da atividade caso não haja um programa mais flexível de adequação do setor às normas impostas pela instrução normativa (IN) 51, em vigor desde julho. Quem alerta é o coordenador estadual da Fetraf-Sul, Ari Pertuzatti. A federação reúne-se hoje, às 9h30, em audiência pública com a Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa, com participação dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário e do Sistema Coorlac.
"Os equipamentos são muito caros, cerca de R$ 10 mil. Com tanta sobra de produto no mercado, nosso medo é que repita-se o que houve em outras áreas, como a de suínos, na qual os que produzem menos ficaram fora do processo".
O dirigente indaga sobre a participação de governos estaduais e federal, cooperativas e indústrias nas exigências, como a análise obrigatória do produto duas vezes por mês ou testes para detectar tuberculose e brucelose no rebanho. "Quem vai pagar? Essas indenizações por parte do Fundo de Sanidade Animal podem ajudar ou ficará por conta do produtor?", questiona.
A Fetraf-Sul reivindica um período mínimo de adaptação do produtor de três anos antes de o programa ser implementado. "Queremos dar seqüência ao debate que tivemos no final de maio. Se não houver acordo até outubro, a plenária da última sexta-feira, em Chapecó (SC), decidiu que antes do final do ano promoveremos manifestações sobre esse tema".
Essa opinião não é compartilhada com o presidente da Gadolando, José Ernesto Ferreira. Ele defende que, apesar da função social da produção leiteira, o setor tem que se adequar à tecnologia para acessar novos mercados.
O diretor comercial da Cosulati, Jones Raguzoni, diz que houve tempo suficiente para adequação à IN e que ela transformará o Brasil em maior exportador mundial de lácteos. "A única coisa que os players do mercado internacional poderiam bater era na sanidade do nosso leite. Agora podemos mostrar às missões estrangeiras que temos IN que impõe qualidade".
Fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe MilkPoint
RS: Fetraf quer 3 anos para implementar IN 51
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RICARDO REZENDE
OUTRO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS
EM 20/08/2005
É INQUESTIONÁVEL A NECESSIDADE DE MELHORIA DA QUALIDADE DO LEITE, porém, o trabalho deveria ter iniciado do curral para o ar condicionado, assim, lideranças teriam maior sensibilidade, e 1,8 Mi de produtores, multiplicados por no mínimo 3X, (dependentes,vaqueiros etc...5,4 Mi) não correriam o risco de ficarem alijados do processo. Muitos deles não se adequaram, por condições alheias: -ESTRADAS PRECÁRIAS, - FALTA DE ENERGIA ELÉTRICA; - LOGÍSTICA(AUSÊNCIA DE LATICÍNIOS, VOLUMES INSUFICIENTES Á IMPLANTAÇÃO DE ROTAS); - POLÍTICA DE PREÇOS IMCOMPATÍVEIS COM O INVESTIMENTO.
A SOLUÇÃO SERIA CREDENCIAR AS EMPRESAS QUE ADEQUAREM À IN 51, E OS PEQUENOS LATICÍNIOS, VOLTADOS AO MERCADO INTERNO, ABSORVERIAM A PRODUÇÃO DOS PEQUENOS PRODUTORES.
A SOLUÇÃO SERIA CREDENCIAR AS EMPRESAS QUE ADEQUAREM À IN 51, E OS PEQUENOS LATICÍNIOS, VOLTADOS AO MERCADO INTERNO, ABSORVERIAM A PRODUÇÃO DOS PEQUENOS PRODUTORES.