RS é o estado que mais ampliou a produção leiteira

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Impulsionada pela rentabilidade do leite, que durante 17 meses manteve margens crescentes, a veterinária Angela Maraschin, da Santa Rosa (RS), resolveu retornar a uma atividade de tradição familiar: a pecuária. Assim como ela, outros produtores em todo o país fizeram o mesmo. Conseqüência: a produção de leite no Brasil aumentou 10% este ano, para uma média anterior de 3%.

Duas secas seguidas acentuaram esse crescimento no Rio Grande do Sul, estado que liderou o aumento na produção leiteira no país, com índice de 25% no ano, somando 2,6 bilhões de litros. Em épocas anteriores, a variação chegava a 5%. Lá, ao mesmo tempo em que alguns produtores de grãos migraram para o setor lácteo, a colheita perdida serviu de alimento para o gado, que aumentou sua produtividade.

A principal bacia leiteira do estado, o noroeste, caracteriza-se pela produção familiar: grande parte dos pecuaristas é também agricultora. "O leite foi a opção para o produtor sobreviver", acredita o secretário-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios (Sindilat), Clóvis Roesler. O estado, junto com Goiás, é o segundo maior produtor nacional de leite.

"Nos últimos dois anos os preços estavam em alta e os insumos em baixa, melhorando a remuneração", lembra o superintendente da Cooperativa Agropecuária Petrópolis Ltda (Cooperativa Piá), José Mário Hansen. Por isso, a instituição financiou R$ 2,5 milhões a seus produtores para a melhoria do plantel e investiu R$ 4 milhões no processamento de leite longa vida.

Para o presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Jorge Rodrigues, a indústria estimulou esse aumento de produção, ao pagar preços remuneradores. "A perspectiva de aumento das exportações alavancou os preços", diz.

No entanto, o câmbio e os altos preços pagos aos produtores não ajudaram o mercado a comercializar com o exterior. "Suspendemos as vendas no primeiro semestre", ressaltou o diretor-industrial da Elegê Alimentos, Hélio Vilas Boas.

Pior

Assim como registrou o maior aumento de produção, o Rio Grande do Sul também vive os piores preços de leite no momento. O produto está cotado a R$ 0,48 o litro, queda de 15% nos últimos três meses. O excedente de produção não é absorvido no estado e 65% da safra local são comercializadas fora do Rio Grande do Sul.

"O problema do estado não é capacidade de beneficiamento, mas de mercado", considera o coordenador do Programa de Desenvolvimento do Setor Lácteo do Rio Grande do Sul (Prodelact), ligado ao governo estadual, Darcy Bitencourt.

No último ano, as empresas do setor investiram mais de R$ 100 milhões para aumentar a capacidade de produção em 40%, investindo no processamento de leite em pó. Além de depender do mercado fora do estado, outro problema do setor lácteo do Rio Grande do Sul é que cerca de 90% do leite captado na região são processados como longa vida, cujo tempo de validade e condições de armazenagem e venda são inferiores ao produto em pó.

Uma das estratégias do governo é estimular o consumo. Para isso, foi criado o Fundo Estadual do Leite, que irá financiar o marketing e a pesquisa do setor. Além disso, o governo realizará ações nas escolas para estimular as crianças a beber leite.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe MilkPoint
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