Um ano após a criação do Centro Comunitário de Produção, 22 produtores de leite da pequena comunidade de Boa Esperança, no município de São Fidélis, no norte do Rio de Janeiro, têm motivos de sobra para comemorar.
Assis Pontes de Souza, associado desde a inauguração, está ganhando, em média, R$ 480 por mês. Com 16 vacas leiteiras, ele já sonha em fazer mais investimentos na fazenda para aumentar sua renda. "Afinal, toda a minha família vive com o dinheiro da venda de leite".
A construção do Centro custou R$ 100 mil. Nasceu de uma parceria da Eletrobrás com a Ampla (ex-Cerj), a Emater-Rio, a prefeitura de São Fidélis e a Associação de Produtores de Boa Esperança. O Centro está equipado com dois tanques de armazenagem e resfriamento. As máquinas, doadas pela Eletrobrás, mantém a temperatura do leite a 4ºC, garantindo a qualidade do produto.
Atualmente, os 22 pecuaristas estão vendendo mais de 42 mil litros de leite por mês e esperam dobrar a produção nos próximos meses, quando começa o período de chuvas.
De acordo com o coordenador-geral da Associação de Moradores de Boa Esperança, Reginaldo Amaral, a construção do Centro Comunitário "está contribuindo para o desenvolvimento da região, gerando trabalho e pagando um preço justo pelo produto", disse.
O prefeito de São Fidélis, David Loureiro Coelho, destacou a importância do trabalho feito em parceria. "A gestão do Centro, realizada pelos próprios produtores, devolveu a auto-estima dos pecuaristas, que estão aprendendo a negociar com as cooperativas", observou.
O Centro tem capacidade para atender 54 produtores. Ao aderirem ao projeto, eles assumem o compromisso de seguir normas sanitárias e informar diariamente o volume de produção.
O sucesso já desperta interesse de outras unidades similares. A Cooperativa Agropecuária Regional de Macuco (RJ), que fica a 70 km de São Fidélis, vai instalar em breve um armazém para vender remédios veterinários e ração a preço de custo. "A palavra-chave do sucesso é qualidade. Só assim nossos produtos podem conquistar um mercado maior", afirma o presidente da Cooperativa, Sílvio Marini.
Em novembro, durante a comemoração do primeiro aniversário do centro, foram realizadas duas palestras sobre a qualidade do leite e alimentação dos animais, com a participação de parceiros no projeto e dos pequenos produtores. A Eletrobrás foi representada no evento pelo chefe do Departamento de Gestão do Programa de Universalização (DEP), Fernando Pertusier. Segundo ele, a empresa está satisfeita com os resultados alcançados. "É gratificante fazer parte de um empreendimento que deu certo. Os números mostram que o Centro foi importante para o desenvolvimento da comunidade".
Funcionamento
Os produtores depositam o leite diariamente nos tanques do Centro e recebem em torno de R$ 0,60 por litro. Só depois de passar nos testes, o produto vai para os tanques, que são esvaziados a cada dois dias pelo caminhão da Cooperativa. Os tanques têm capacidade para processar até quatro mil litros de leite por dia e conservá-los na temperatura estabelecida. A qualidade do produto é controlada por dois técnicos formados pela Emater. A conta de energia e os custos de administração são rateados entre os pecuaristas.
A valorização do produto é decorrente da tecnologia adotada, que assegura padrões de qualidade a baixa temperatura, e da possibilidade de reduzir custos com transporte, que é feito com caminhões frigoríficos. A cooperativa de Boa Esperança atende às exigências da legislação sanitária federal, em especial às Especificações Gerais para Tanques Comunitários.
A comunidade de Boa Esperança tem uma população de mil habitantes. É formada por cerca de 250 famílias, das quais 87% são pequenos agricultores, cuja renda provém basicamente do trabalho no campo. As propriedades têm em média 1,04 hectare e são exploradas com mão-de-obra familiar. As principais fontes de renda são a pecuária leiteira e a olericultura.
Fonte: Fome Zero, adaptado por Equipe MilkPoint
RJ: Centro Comunitário garante maior renda a produtores
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