Renda explica boa parte do consumo de lácteos no mundo, mas não tudo

Publicado por: MilkPoint

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A população mundial cresce 1,1% ao ano, mas a demanda estimada entre 2000 e 2006 deve crescer cerca de 2% ao ano, centralizada principalmente nas regiões de renda baixa ou média. Esses países consomem, hoje, 56% do total do leite produzido no mundo e são virtualmente responsáveis por puxar a demanda no consumo de lácteos. Uma das razões é o crescimento populacional que ainda acontece em regiões como o Sudeste Asiático (1,5% ao ano) e o Oriente Médio+Norte da África (1,8% ao ano), mas há também a mudança de hábitos e o aumento da renda afetando o consumo de lácteos. As informações foram passadas por Ruben Núñez, gerente geral da Conaprole, do Uruguai, durante o Congresso Internacional do Leite, realizado pela Embrapa Gado de Leite e parceiros, entre os dias 4 e 7 de novembro.

"Existe uma alta correlação entre os níveis de consumo per capita de lácteos e o poder aquisitivo da população", mostrou Núñez. Segundo gráfico apresentado, para o ano de 2002 a correlação foi de 0,7274, ou seja, mais de 70% da variação do consumo nos países pode ser explicada pelas diferenças de renda.

No entanto, há diferenças que merecem ser discutidas. Marcelo P. Carvalho, coordenador do MilkPoint e comentarista da palestra de Núñez, apontou que Brasil e Uruguai, apesar de renda per capita semelhante, apresentam consumo de lácteos muito distinto. "Enquanto consumimos cerca de 130 kg/habitante/ano, no Uruguai o consumo passa de 200 kg. Evidentemente, a distribuição de renda pesa nessa diferença, mas provavelmente há questões relativas ao hábito de consumo da população, sugerindo que ações de marketing institucional de longo prazo podem ser interessantes", afirma.

Núñez mostrou dados da América Latina em que há boa correlação entre a % da população urbana em situação de pobreza e o consumo aparente de lácteos. Países com menos de 20% da população urbana em situação de pobreza tendem a consumir mais de duas vezes a quantidade de lácteos per capita em comparação a países com 60% da população urbana em condição de pobreza.

A diferença dos hábitos da população pode ser vista de forma ainda mais crítica ao se comparar os Países Baixos e o Japão, na mesma faixa de renda per capita e, nesse caso, sem grandes problemas de distribuição de renda.O consumo per capita nos Países Baixos passa de 320 kg/pessoa/ano, contra cerca de 80 kg no Japão.

Núñez mostrou ainda que a urbanização é um aspecto que direciona o consumo de lácteos. "Até 2005, se espera que tenhamos 26 aglomerações urbanas com mais de 10 milhões de pessoas, das quais 22 se encontrarão em países em desenvolvimento", completou.

Fonte: MilkPoint
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