Cerca de 15% da produção de leite do estado do Rio de Janeiro já está sendo vendida a empresas concorrentes da Parmalat, como a Danone, a Nestlé e outras de menor porte. A busca por novos compradores foi uma alternativa encontrada pelos produtores à crise da companhia italiana, que ainda não pagou todas as dívidas referentes ao fornecimento de dezembro (faltariam R$ 1,844 milhão dos R$ 6,7 milhões iniciais), além de cerca de R$ 4 milhões referentes à produção de janeiro, cujo pagamento, segundo os produtores, é incerto.

Segundo o presidente da Federação dos Agricultores do Rio, (Faerj), Rodolfo Tavares, concorrentes da Parmalat vêm comprando entre 150 mil e 200 mil litros de leite por dia de produtores de Barra Mansa, no sul do estado, Itaocara e Bom Jesus de Itabapoana, da região noroeste. A produção de leite no Rio gira em torno de 1,3 milhão de litros de leite por dia.

Tavares aponta que a troca de compradores está resultando em preços de 20 a 50% inferiores, mas ainda assim é a melhor alternativa.

Além do preço mais baixo as cooperativas têm custos maiores de transporte e precisam pagar mais impostos. Como as fábricas das duas empresas ficam em outros estados (Minas Gerais e São Paulo) os produtores têm de pagar 12% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias), cobrados quando o leite sai do Rio de Janeiro.

Cooperativas consideram pedir a falência da empresa

O Valor informa que as cooperativas do Rio de Janeiro que fornecem leite para a Parmalat já avaliam a possibilidade de pedir a falência da empresa caso os R$ 1,844 milhão que a companhia ainda deve para cinco delas não seja pago. Segundo a empresa, o dinheiro foi retido pelo BB, para pagamento de dívidas com o próprio banco.

Fonte: O Estado de S.Paulo (por Nicola Pamplona)., Folha de S.Paulo (por Ana Paula Grabois) e Valor Econômico (por Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe MilkPoint