Uma formulação de probiótico desenvolvida pela companhia francês-canadense Institut Rosell reduziu os sintomas associados com a Síndrome do Intestino Irritável (SII) em testes feitos com ratos.
A companhia divulgou as descobertas da pesquisa em um simpósio de neuro-gastroenterologia e motilidade que ocorreu na semana passada em Toulouse, França. Pesquisadores do Institut National de la Recherche Agronomique (INRA) e do Pierre Fabre Research Institute testaram a formulação chamada Lacidofil (Lactobacillus aciduphilus rosell-52 e Lactobacillus rhamnosus Rosell-11) em dois sintomas comuns da SII, que foram induzidas em ratos através do estress, aumento da permeabilidade do cólon e hipersensibilidade no intestino.
O diretor científico do Institut Rosell, Henri Durand, disse que as descobertas confirmaram as pesquisas anteriores que mostraram que algumas cepas podem agir contra este tipo de doença. Em março, uma equipe do Alimentary Pharmabiotic Centre, da Universidade College Cork, da Irlanda, reportaram que pacientes com SII que consumiram bebida láctea maltada contendo Bifidobacterium infantis 35624, diariamente por oito semanas apresentaram menores sintomas gerais, menos dor e desconforto abdominal.
A Síndrome do Intestino Irritável é uma condição de longo prazo que normalmente envolve cólicas, diarréia e constipação. A doença afeta cerca de 10% a 15% da população da Irlanda e uma proporção similar de pessoas em outros países ocidentais. Entretanto, a causa exata desta síndrome não é totalmente entendida e não existe cura ainda. Os tratamentos visam aliviar os sintomas, mas os medicamentos, para aqueles com sintomas moderados a severos da doença, não funcionam em todos os pacientes.
Dados científicos preliminares sugeriram que bactérias probióticas têm potencial para proteger o intestino contra esta condição, apesar de existir poucos produtos probióticos no mercado que atuam nesta doença.
O estudo francês usou dois modelos com ratos que foram designados por um laboratório em Toulouse para medir a sensibilidade e a função da saúde intestinal. No primeiro, os cientistas implantaram eletrodos nos músculos abdominais dos animais para medir as contrações em resposta a um balão inserido no reto. O aumento de volume normalmente causa hipersensibilidade, mas os animais pré-tratados com a formulação de probióticos não apresentaram aumento da sensibilidade, de acordo com Durand. "Este é um modelo bem aceito para sensibilidade intestinal".
O segundo experimento mediu a permeabilidade do intestino após uma situação de estresse (contenção dos ratos). A inflamação do intestino, sintoma comum na SII, aumenta a permeabilidade do intestino e, desta forma, os riscos de infecção. A equipe francesa testou a força da parede intestinal observando quanto de composto de cromo poderia ser recuperado na urina. Novamente, os ratos que receberam o probiótico mostraram ter maior proteção contra o aumento da permeabilidade intestinal.
"Este é um passo promissor. Nós estamos planejando um estudo humano para verificar essas descobertas", disse Durand. Este estudo deverá começar no final deste ano.
O probiótico Rosell é atualmente usado contra a diarréia, outro sintoma da SII, em mercados que incluem Europa central e Leste Europeu, EUA e Canadá.
Fonte: Dairy Reporter, adaptado por Equipe MilkPoint
Probiótico lácteo ajuda nos sintomas da SII
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