Presidente mundial da Nestlé não abre mão da Garoto
Publicado por: MilkPoint
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O executivo não economiza críticas ao País e acusa o processo de votação no Cade de ter sido permeado de "irregularidades". Há três anos, a Nestlé anunciou a compra da Garoto, mas o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) vetou a aquisição e uma verdadeira novela jurídica foi iniciada. No final do ano passado, a Nestlé apresentou um plano que previa a venda de 10% das marcas de chocolate e 20% do setor de coberturas.
"Eu sequer estava de acordo com esse gesto. Mas pensei que poderíamos oferecer algo para que ficasse claro nossa boa vontade", explicou Brabeck, que rejeitou ampliar a oferta de vender partes da empresa para satisfazer ao órgão regulador. "O que fizemos foi um gesto de boa vontade, se comparado com outras aquisições que foram autorizadas no Brasil", ataca.
Há cerca de um mês, o Cade deu 150 dias para que a Nestlé vendesse a Garoto. Brabeck critica essa ordem. Segundo ele, o voto contrário do Cade em relação à aquisição ocorreu com a participação de um conselheiro que já não fazia parte do órgão. Ele ainda acusa o Cade de não ter dado o direito ao voto a um novo conselheiro. "Francamente, é um pouco estranho que se permita votar gente que não é mais membro e pessoas que fazem parte fiquem de fora. Isso não é correto e há irregularidades nas votações. Por essa razão, decidimos recorrer".
Brabeck não acredita que haja motivações ideológicas ou políticas contra a fusão da Nestlé com a Garoto, e lembra que o sindicato dos trabalhadores apóia a aquisição. Questionado, porém, se haveria algum interesse econômico em evitar o negócio, pediu para não responder a pergunta.
Parte do interesse pela Garoto se explica pelas vendas da empresa brasileira. Em 2004, a Nestlé registrou crescimento de 6% a 7% no País, depois de um 2003 difícil e um início de 2004 estagnado. Parte importante desse desempenho foi o aumento das vendas de chocolates. Paul Bulcke, vice-presidente para as regiões das Américas, reconhece que a Garoto teve papel importante no resultado. "A Garoto já dá algumas satisfações, por isso lutamos", disse.
Enquanto o caso da Garoto não é resolvido, a Nestlé não exclui novas aquisições no Brasil. O segmento de águas da empresa quer expandir sua participação no mercado nacional, que hoje conta com três marcas de propriedade dos suíços. Há dois anos, a Nestlé chegou a consultar a possibilidade de adquirir a Minalba, mas a empresa indicou que não estava interessada. O projeto, porém, poderá voltar a ser avaliado. Outra opção seria investir na ampliação da rede de distribuição. A Nestlé não descarta nem mesmo um acordo com a Coca-Cola nesse sentido. "Todas as opções estão abertas. O Brasil é um mercado muito importante para nossa estratégia latino-americana", disse Carlo Donati, diretor da divisão de águas da Nestlé.
Fonte: O Estado de São Paulo (por Jamil Chade), adaptado por Equipe MilkPoint
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RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS
EM 28/02/2005
Independente de ser nacional ou multinacional uma empresa não pode ser penalizada em função da morosidade do julgamento de processos desta importância.
"No mundo capitalista, ganha mais, quem erra menos."
Antonio da Silva

SÃO PAULO - SÃO PAULO
EM 27/02/2005
A Garoto enfrentava dificuldades largamente divulgadas pela mídia. Os donos da empresa nao se entendiam. A venda era uma possiblidade real. O Cade ficou na moita e deixou rolar. Concretizada a venda levou DOIS ANOS para se manifestar. Nao o bastante, agora aparece essa denúncia de "votar quem nao deve no lugar de quem deveria". Não sei se a Nestlé deve ficar com a Garoto, vender parte das marcas ou a empresa toda. Sei que no processo de tentar DEFENDER A ECONOMIA, o Cade prejudicou a imagem do país lá fora e sua competitividade para atrair investimentos.
Nao vou cair na armadilha de dizer que estaríamos melhor sem o CADE. O que precisamos é de um CADE a altura dos tais impostos que recolhemos: os maiores do mundo!

XAXIM - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO
EM 25/02/2005