Preço do leite subiu 40% este ano em Uberlândia

Os consumidores de Uberlândia (MG) estão pagando cerca de 40% a mais pelo litro de leite, considerando os aumentos acumulados desde o início do ano. Só no último mês, o aumento médio ficou em torno de 20% e hoje a caixinha de leite longa vida está sendo vendida entre R$ 1,45 e R$ 1,59. Já o preço do litro de leite pasteurizado tipo C, varia de R$ 1,10 a R$ 1,19 em diversos pontos-de-venda.

Mesmo com esses valores, representantes de alguns estabelecimentos dizem que não repassaram todo o percentual de aumento aos consumidores, que já reduziram o volume do produto nos carrinhos de compras.

Há cerca de um mês, o aposentado Sebastião dos Reis Evangelista pagou R$ 1,15 pela unidade do leite longa vida. Quando voltou ao supermercado, ontem, a caixinha do produto estava custando R$ 1,45. Com isso, a alternativa para não extrapolar o orçamento foi reduzir a compra de 18 para 12 unidades.

O presidente da Cooperativa Agropecuária Limitada de Uberlândia (Calu), Jerônimo Gomes Ferreira, explicou que a alta no preço do leite para os consumidores é reflexo da queda na produção registrada todos os anos no período da seca. Segundo ele, o fornecimento diário de leite à cooperativa caiu de 170 mil litros em janeiro, para cerca de 120 mil litros neste mês. A redução foi de 29,4%. "Estamos no maior patamar de preço. Dificilmente vai subir mais que isso, embora o auge da seca seja os meses de agosto e setembro", previu.

Para os produtores rurais, a recuperação do preço do leite em relação ao mesmo período do ano passado foi proporcional à queda na oferta do produto: aproximadamente 30%. Porém, essa recuperação somente teria ocorrido nos últimos dias. De acordo com Ferreira, neste ano, até o mês de junho, foi "bastante desfavorável" para os produtores da região, que receberam 12% a menos pelo litro de leite em comparação com o primeiro semestre de 2003.

Na avaliação do comprador de perecíveis de um dos supermercados da cidade, Leandro Martins de Souza, o baixo preço pago pelas ooperativas estaria fazendo com que muitos produtores abandonassem a atividade. Com isso, cai a oferta e sobem os preços para os consumidores. "Até a semana passada, havia dois aumentos por semana. Em nenhum ano, o preço do leite chegou ao nível que está hoje", salientou. O profissional afirmou que, no estabelecimento, o preço do produto está defasado em cerca de 5%. Dos 40% de reajuste desde o início do ano, 35% teriam sido repassados ao preço final.

Fonte: Jornal Correio/Uberlândia (por Selma Silva), adaptado por Equipe MilkPoint