Pesquisadores neozelandeses descobrem novas propriedades de proteína láctea para o tratamento de osteoporose

Pesquisadores neozelandeses descobriram propriedades de construção óssea na proteína láctea lactoferrina, que pode levar a novos tratamentos para osteoporose.

O Grupo de Pesquisa em Osteoporose de Auckland, Nova Zelândia, descobriu que a lactoferrina, já produzida comercialmente pela Fonterra e pela Tatua, não somente inibe a destruição óssea, mas também, estimula o crescimento ósseo quatro vezes mais rápido que o normal, quando injetada diretamente nas células ósseas.

Segundo a líder da pesquisa, Jill Cornish, a aplicação de lactoferrina resultou em crescimento ósseo. "A injeção de lactoferrina resultou em um fenomenal em crescimento ósseo e pode ser aplicada diretamente às fraturas para promover uma cura mais rápida".

Cornish disse que ainda existe muito trabalho a ser feito, mas que existem muitas razões para crer que estas descobertas resultarão em novas drogas e produtos nutracêuticos para prevenção e cura da osteoporose.

A pesquisa é parte do projeto LactoPharma, joint venture entre a Fonterra e a Auckland UniServices, montado para descobrir e comercializar novos componentes bioativos no leite e no colostro.

A indústria de lácteos tem pesquisado os benefícios da lactoferrina para a saúde há décadas. "É uma boa molécula para o sistema imunológico. É anti-bacteriana, anti-viral e antifúngica. Quando as células brancas respondem a uma infecção, liberam lactoferrina naturalmente" disse Cornish.

O LactoPharma já registrou pedidos de patente para a lactoferrina como promotora de crescimento ósseo. A empresa também planeja patentear dois novos receptores que a equipe descobriu nas células ósseas em formação. Receptores e moléculas como a lactoferrina têm uma relação chave-fechadura, que, juntas, podem ativar o processo de produção de nosso osso, disse Cornish.

Uma vez que a LactoPharma estabelecer as patentes e determinar um portfólio de propriedade intelectual, estará em posição de comercialmente licenciar a tecnologia.

A Fonterra estará bem posicionada para desenvolver esta tecnologia no futuro, mas é provável que a cooperativa esteja mais interessada no desenvolvimento da lactoferrina como um nutracêutico para ser consumido em bebidas lácteas e alimentos como preventivo à osteoporose.

Estima-se que a osteoporose afeta 200 milhões de pessoas em todo o mundo e custa cerca de NZ$ 200,00 milhões (US$ 142,20 milhões) para a Nova Zelândia. Até agora, só existe uma droga contra a osteoporose no mercado que pode estimular o processo de formação óssea, disse Cornish.

O que torna a lactoferrina tão especial é que ela oferece dois benefícios, inibindo a formação de células que quebram os ossos e estimulando os ossos a formarem células, disse ela.

Companhias de lácteos neozelandesas já vendem comercialmente lactoferrina por NZ$ 500,00 (US$ 355,50) o quilo no Japão e na Coréia. Cerca de 10 mil toneladas de leite são usadas para produzir uma tonelada de lactoferrina.

Em 25/11/04 - 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,71100
1,40647 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

Fonte: Stuff.co.nz, adaptado por Equipe MilkPoint