Pesquisadores neozelandeses criam vaca geneticamente modificada que produz mais proteínas usadas na fabricação de queijos

Aumentar a produção de queijos é uma das principais preocupações dos fabricantes deste produto no mundo. Baseado nisso, cientistas da Nova Zelândia criaram vacas geneticamente modificadas para produzirem mais proteínas lácteas usadas na indústria de queijos.

Um relatório publicado no jornal britânico New Scientist informa ser esta a primeira vez em que é usada a tecnologia de engenharia genética para a melhora na qualidade do leite bovino, e não para a produção de produtos farmacêuticos.

"As vacas possuem cópias adicionais de genes para duas proteínas, beta e kappa caseína. Como resultado disso, seu leite contém até 20% mais beta-caseína e duas vezes a quantidade de kappa-caseína do leite de vacas comuns".

De acordo com o relatório, a modificação poderá permitir que os fabricantes de queijos produzam mais queijos a partir do mesmo volume de leite. O processo de fabricação pode também ser mais rápido, devido ao menor tempo para coagulação associado com os maiores níveis de proteínas.

"Basicamente, queijo é caseína", disse o pesquisador do Centro de Pesquisa Ruakura, de Hamilton, que liderou a pesquisa, Goötz Laible. "Um aumento na caseína certamente significará um grande valor à indústria de lácteos, porque os produtores são pagos com base na quantidade de caseína produzida em seu leite".

A equipe de Laible criou uma série de linhagens de células transgênicas, cada uma contendo até 39 cópias adicionais dos genes da caseína. Essas células foram implantadas nos óvulos de bovinos e os embriões clones produzidos foram implantados em vacas. Das 11 crias saudáveis, nove produziram quantidades maiores de caseína.

No entanto, a preocupação do público com relação à ingestão de alimentos produzidos por animais geneticamente modificados é uma barreira ao crescimento deste mercado potencial. Um recente relatório do grupo britânico Which? Mostrou que seis em cada 10 pessoas (61%) se mostraram preocupadas com o uso de materiais geneticamente modificados na produção de alimentos - mais do que os 56% de 2002.

A pesquisa neozelandesa foi publicada na Nature Biotechnology.

Fonte: Dairy Reporter, adaptado por Equipe MilkPoint