Pesquisadores criam vacas transgênicas resistentes à mastite
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 2 minutos de leitura
A infecção bacteriana causa inflamação e inchaço, além da perda na produção de leite. Isso combinado com os custos do tratamento da doença leva a perdas de cerca de US$ 2 bilhões por ano nos Estados Unidos e de US$ 200 milhões na Inglaterra. Avanços tecnológicos que permitem a coleta de mais leite também dificultam o controle da mastite.
Uma bactéria que comumente causa a mastite é a Staphylococcus aureus, que é bastante resistente ao tratamento. As medicações freqüentemente falham em penetrar nas glândulas mamárias, deixando bactérias sobreviventes que se multiplicam e continuam prejudicando o tecido mamário.
Para resolver esse problema, uma equipe de pesquisadores dos EUA usou a engenharia genética. Eles introduziram um gene de uma bactéria relacionada, Staphylococcus simulans, no DNA de vacas Jersey. Isso permitiu que os animais produzissem uma proteína, normalmente criada pela S. simulans, que mata a S. aureus.
Essa é a primeira vez que cientistas criaram vacas transgênicas resistentes à doença. As tentativas anteriores que melhoraram as capacidades do animal de lutar contra a doença foram feitas em frangos ou ovinos.
O uso da engenharia genética para o controle da mastite representa um uso inteligente da tecnologia, de acordo com o representante do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Robert Wall, que ajudou a criar as vacas. "Esta tecnologia é muito poderosa, mas também é um aperfeiçoamento da raça. Desta forma, não queríamos 'desperdiçar' engenharia genética em uma tarefa que os criadores de animais já podiam alcançar".
Wall e seus colegas criaram cinco vacas adultas transgênicas trazendo o gene para a proteína da S. simulans, lisostafina. Os testes mostraram uma resistência significantemente melhor à infecção por S. aureus do que das vacas não transgênicas, de acordo com um artigo publicado na Nature Biotechnology.
Das glândulas mamárias que receberam infusão de culturas de bactérias da mastite, somente 14% se tornaram infectadas em três vacas transgênicas comparado com 71% nos animais controle. As vacas transgênicas que produziam maiores quantidades de lisostafina não se tornaram infectadas.
Os pesquisadores disseram que a lisostafina não causa problemas quando ingerida por humanos. "Ela parece não atacar nenhuma proteína produzida por mamíferos e, desta forma, é improvável que seja nociva para a vaca ou para o consumidor", disse Wall.
Alguns pesquisadores acham que a vaca transgênica não terá boa aceitação entre os produtores de leite e os consumidores. Além disso, afirmam que essa medida não cura todos os tipos de mastite.
Wall não espera que essas vacas transgênicas sejam lançadas na indústria de lácteos em um futuro próximo. "Esses animais são apenas um primeiro passo no que provavelmente será um processo de uma década".
Fonte: Nature News (por Roxanne Khamsi), adaptado por Equipe MilkPoint
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