Pesquisa aponta produtor mais participativo no mercado

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 3 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 1
Ícone para curtir artigo 0

O produtor rural de hoje valoriza a informação e a boa administração, recorre mais ao crédito rural para despesas de custeio e investimento, considera o governo o maior inimigo do agronegócio, mas vê no ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o melhor nome para representar o setor. O perfil está traçado na pesquisa "Hábitos de Mídia do Produtor Rural Brasileiro", desenvolvida pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMR&A), e que foi apresentada em São Paulo em evento pelo Dia da Mídia do Agronegócio.

A quarta edição da pesquisa ouviu 2428 produtores, entre grandes, médios e pequenos de 11 culturas, além de pecuaristas e criadores de aves e suínos. Os dados foram coletados de janeiro a março de 2005 e retratam o comportamento da safra 2003/04. Como a pesquisa é atualizada a cada seis anos, a última base de comparação é a safra 1998/99. No levantamento passado, a busca de tecnologia era considerada pelo entrevistado a principal característica do produtor moderno, com 82% das respostas. Seis anos depois, ter informação é o principal item apontado por 27% dos entrevistados, seguido de "possuir tecnologia" com 24% das respostas, boa administração com 24% e acompanhar o mercado com 15%. A procura por orientação de técnicos, agrônomos e veterinários subiu de 49% em 98/99 para 60% neste ano. O combate a pragas e doenças agrícolas é o principal motivo para procurar essa assessoria, com 51% das respostas, seguido de informações sobre características de produto com 46%.

A pesquisa mostra um aumento no uso do crédito rural. Em 98/99, 84% dos entrevistados utilizavam recursos próprios para despesas de custeio e 33% recorriam ao crédito rural. Seis anos depois, o uso de recursos próprios caiu para 78% dos entrevistados e o crédito rural passou a ser usado por 52% dos produtores para despesas de custeio. O mesmo se verificou quanto às despesas de investimento: 78% dos ouvidos no levantamento passado usavam recursos próprios para investimento e apenas 20% deles recorriam ao crédito rural. Hoje os recursos próprios compõem, segundo a pesquisa, 66% dos investimentos e o crédito rural é usado por outros 31%.

A venda da produção diretamente para a indústria subiu de 38% para 44%. A comercialização via cooperativa caiu de 30% para 29% e via cerealistas subiu de 7% para 15%. Atravessadores e comerciantes comissionados também têm maior presença agora, com 13% de participação contra 7% no levantamento anterior.

A exemplo da pesquisa anterior (de 98/99) o governo foi apontado como o inimigo número um do agronegócio, 43% dos entrevistados têm essa opinião, seguido da comercialização, com 15% das respostas, e dos custos e preços com 7%.

A surpresa, no entanto, é que o ministro Roberto Rodrigues não é relacionado a essa queixa, sendo apontado como o melhor representante do setor por 15% dos entrevistados ou 23% deles, se desconsideradas as respostas dos entrevistados que não souberam opinar.

O governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, é o segundo a ser lembrado, com 10% das respostas ou 15% das respostas válidas. O ex-ministro da Agricultura e atual presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Pratini de Moraes, é o melhor representante do setor para 6% dos ouvidos ou 10% deles se consideradas apenas as respostas afirmativas.

"A indicação dessas três lideranças chama a atenção. Havia uma carência de lideranças até há pouco tempo, com indicações apenas de nomes regionais", ressaltou o presidente da ABMR&A, José Tejon Megido. Segundo ele, a pesquisa atual mostra um produtor mais preparado, que valoriza a tecnologia e a informação, além da correta administração do negócio.

Ele disse que hoje o produtor rural tem melhor exposição à informação e desenvolve a atividade de olho no mercado internacional e no câmbio, cenários que explicam as mudanças de comportamento na exploração da atividade nesses últimos anos.

Fonte: Estadão/Agronegócios (por Jane Miklasevicius), adaptado por Equipe MilkPoint
QUER ACESSAR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 1
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

wagner oliveira souza
WAGNER OLIVEIRA SOUZA

SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/06/2005

Muito boa e oportuna a pesquisa. O que não entendo é como o setor rural bate a cada ano, produtiividade, qualidade e sustenta nossa balança comercial no mercado internaiconal e o crédito rural continua amarrado a uma burocracia sem precedente na era da tecnologia em que vivemos hoje. Um crédito para custeio em nossa região leva mais de 60 dias para ser liberado. Tempo suficiente para prejudicar qualquer atividade rural. Se for para investimento, no mínimo seis meses.



Wagner Oliveira Souza

Santo Antônio de Pádua - RJ
Qual a sua dúvida hoje?