Pecuaristas gaúchos contabilizam R$ 1 bilhão de prejuízos com a seca

Publicado por: MilkPoint

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A chuva veio, mas ficaram os prejuízos. A pecuária gaúcha deve amargar R$ 1 bilhão em perdas devido à estiagem que durou cerca de quatro meses. No último final de semana choveu o equivalente à metade da média de março e, a partir de agora, a tendência é de o clima se normalizar. Mas é preciso um dilúvio para reverter o déficit hídrico na região. Estima-se que a agropecuária do estado tenha perdido, no total, R$ 5 bilhões, dentro da porteira.

A estimativa é que, com a estiagem, a produção de soja do Rio Grande do Sul tenha caído em 60%. Para o milho, a quebra calculada é de 55%. No leite 30% e no arroz 12%.

Em média, nos últimos quatro meses, choveu 30% menos no Rio Grande do Sul. No entanto, as precipitações foram mal distribuídas. O pior mês foi o de fevereiro, quando choveu apenas 21 milímetros, para uma média de 155 milímetros. "A partir de agora, aumenta a freqüência das chuvas, mas não vai conseguir reverter a estiagem", avalia o meteorologista da Somar Meteorologia, Celso Oliveira. Segundo ele, nos últimos dez anos, em apenas dois não houve estiagem no estado.

Com a seca, os animais ficaram sem pasto. Em algumas regiões, bovinos morreram de desnutrição. Em outras, foram para o abate, antes do tempo, incluindo vacas leiteiras. E a taxa de natalidade caiu, pois, mal alimentada, a fêmea não entrou no cio.

A pecuária de corte espera um prejuízo da ordem de R$ 770 milhões, sem contar as perdas provocadas pela queda no preço do boi, pois devido à falta de alimentação, os animais foram para abate antes da hora. Com maior quantidade de gado disponível, o preço despencou.

Os produtores de leite também estão sofrendo com a estiagem. Mas esses tiveram aumento do preço. Estima-se que a produção no estado será até 30% inferior ao mesmo período do ano passado. "Tem indústria captando em outros estados", afirma o diretor da Agripoint Consultoria, Marcelo Pereira de Carvalho.

O secretário-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul, Jones Raguzoni, diz que para alguns laticínios, a estiagem provocou perda de mercado, pois 60% da produção do Rio Grande do Sul são comercializadas em outros estados.

"É preciso que sejam tomadas medidas de apoio", diz o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Fernando Adauto. Segundo ele, algumas indústrias optaram por abastecer o mercado interno, enquanto outras focaram-se mais nos consumidores do Centro-Sul do país.

Hoje, 16 de março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará em Chapecó (SC) e Erechim (RS) para avaliar os prejuízos da estiagem e anunciar medidas para o Sul do país.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe MilkPoint
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