Parmalat tem melhor resultado pós-crise, mas ainda está no vermelho

A Parmalat Alimentos apurou prejuízo líquido de R$ 48,1 milhões no terceiro trimestre. Foi o melhor resultado obtido pela empresa no Brasil desde o escândalo contábil deflagrado, há um ano, na matriz italiana. A empresa teve receita líquida de R$ 182,5 milhões e prejuízo operacional de R$ 45,1 milhões, incluídas as despesas financeiras.

No terceiro trimestre de 2003, a Parmalat teve prejuízo de R$ 38,9 milhões e uma receita 46,3% maior, de R$ 339,9 milhões.

O balanço divulgado ontem reflete a recuperação gradual da empresa, em concordata desde agosto. Em relação ao primeiro trimestre, auge da crise, a receita cresceu 38%. Naquele período, a companhia perdeu R$ 78,6 milhões. No segundo trimestre, o prejuízo foi de R$ 56,6 milhões. "O plano estratégico continua focado na rentabilidade ao invés da ampliação na participação de mercado, propiciando melhoria do fluxo de caixa e crescimento com capital de giro próprio", diz relatório da diretoria.

Braço operacional do grupo no país, a Parmalat Alimentos acumulou prejuízo de R$ 183,4 milhões de janeiro a setembro.

Assim como fez nos trimestres anteriores, a Parmalat não consolidou o resultado da Batávia, sua controlada. A Parmalat está afastada do comando da empresa por medida judicial.

A companhia manteve no ativo os créditos que tem a receber de outras empresas do grupo, de R$ 243,5 milhões. A auditoria BDO Directa voltou a fazer ressalva às demonstrações financeiras, alertando que esse dinheiro dificilmente será recuperado e, portanto, deveria ser provisionado.

Executivos da Parmalat não foram localizados para dar entrevistas.

Fonte: Valor (por Talita Moreira), adaptado por Equipe MilkPoint